Foz do Porto candidata maior desfile de trajes de papel a Património Imaterial da Unesco

Com mais de 150 anos de história, este cortejo candidatou-se a Património Imaterial da Unesco. O fado como património cultural é um dos temas do desfile que este ano custa 20 mil euros.

O Cortejo de São Bartolomeu, conhecido como o “maior desfile de trajes de papel crepe do país”, volta este domingo a colorir a marginal da cidade do Porto. O cortejo, que este ano se candidatou a Património Imaterial da Unesco, conta com mais de 500 figurinos que vestem trajes de papel de diferentes personagens. São esperados mais de 15 mil espetadores.

É uma tradição da Foz do Douro e é um dos grandes eventos a decorrer em agosto na cidade“, diz Tiago Mayan, presidente da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde (UFAFDN), em declarações ao ECO/Local Online.

Organizado pela UFAFDN, o cortejo — este ano dedicado ao Património Material e Imaterial da Humanidade em Portugal –, inicia caminho no Jardim das Sobreiras, passando pelo Passeio Alegre, Rua Senhora da Luz e termina no mar na Praia do Ourigo. O evento representa um investimento de 20 mil euros por parte da União das Freguesias.

Na edição deste ano, um dos temas será o fado como património cultural e são vários os protagonistas representados no Cortejo, tais como Amália Rodrigues, Ana Moura, Carminho, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Maria da Fé, entre muitos outros. Para além do fado, “outro dos blocos das coletividades será dedicado ao centro histórico do Porto, Vale do Douro e ao património de Braga e Guimarães, e respetivas tradições”, detalha Tiago Mayan.

Este ano, o desfile está marcado pela candidatura conjunta a Património Imaterial da Unesco. A União das Freguesias de Aldoar, da Foz do Douro e Nevogilde aliou-se aos municípios espanhóis de Mollerusa e Amposta, na Catalunha, e Güeñes, no País Basco, para preservar as tradições locais dos trajes de papel e garantir a sua continuidade. O processo de candidatura, que agora se inicia, estende-se até 2025.

A Romaria de São Bartolomeu remota à tradição do século XIX, quando fiéis acreditavam que, a 24 de agosto, São Bartolomeu encarnava nas águas e o Diabo andava à solta, e procuravam proteção conta males de pele, gaguez ou efeitos demoníacos, mergulhando no mar em busca da sua proteção. A romaria trazia até à Foz do Douro um vasto número de crentes que procuravam o banho milagroso.

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