Exclusivo Grupo capilar de CR7 prepara medicamento “revolucionário” para a calvície

Novo fármaco para prevenir e tratar a calvície está a ser desenvolvido pelo i3s no Porto. Deverá ser lançado dentro de três anos pelo Grupo Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como cofundador e sócio.

O Grupo Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como cofundador e sócio, promete uma autêntica revolução capilar com o lançamento no mercado, dentro de três anos, de um novo fármaco para a prevenção e tratamento da calvície (alopecia).

Este medicamento está a ser desenvolvido no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) no âmbito de um consórcio entre as duas entidades, avançou ao ECO/Local Online Carlos Portinha, diretor e coordenador clínico da empresa de diagnóstico, tratamento e investigação em saúde e transplante capilar, que tem sede no Porto.

“Conseguimos desenvolver uma terapia farmacológica que previne a queda do cabelo e aumenta o crescimento capilar, estando já essa propriedade intelectual protegida. Temos uma patente internacional”, começa por explicar Elsa Logarinho, coordenadora do grupo de investigação dedicado ao envelhecimento e aneuploidia no i3S. Carlos Portinha acredita que este medicamento “pioneiro” vai “revolucionar o mercado capilar”.

O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya, Carlos Portinha, e a investigadora do i3S, Elsa Logarinho.12 abril, 2024

Os ensaios clínicos deverão acontecer em 2025, já fora do i3S, considerado o maior centro português de investigação biomédica, onde a investigação tem sido até agora desenvolvida. “Serão ensaios multicêntricos que vão decorrer com uma amostra de cerca de 150 pacientes distribuídos por Portugal, Espanha e Itália”, adianta Carlos Portinha, apontando um prazo de cerca de três anos para o produto estar disponível no mercado.

O prazo depende da fase dos ensaios clínicos e posterior aprovação do medicamento. “Estamos a trabalhar durante este ano no sentido de conseguir ter toda a documentação para ser validada pelas entidades reguladoras. Logo que essa submissão esteja feita, há a aprovação e os ensaios clínicos podem começar”, resume Elsa Logarinho, descrevendo o i3s como o maior instituto de investigação em ciências biomédicas em Portugal.

“Estamos expectantes de iniciar o ensaio clínico no início do próximo ano e deverá demorar à volta de um ano e meio, porque há depois um protocolo de encerramento do ensaio clínico e publicação dos resultados. Posto isso, o fármaco pode entrar no mercado”, avança a responsável.

Conseguimos desenvolver uma terapia farmacológica que previne a queda do cabelo e aumenta o crescimento capilar, estando já essa propriedade intelectual protegida. Temos uma patente internacional.

Elsa Logarinho

Coordenadora do grupo de investigação dedicado ao Envelhecimento e Aneuploidia no i3S

Com uma equipa de investigadoras do i3S e ao longo dos últimos quatro anos, a cientista diz ter conseguido provar a eficácia do novo medicamento em ambiente de laboratório, com uma amostra de ratos. “Este fármaco pode prevenir a queda do cabelo, mas também promover o aumento do crescimento capilar. No modelo de ratinho, em que até se consegue depilar e criar uma zona sem pelo, vimos que, com o tratamento deste fármaco, o pelo cresce mais rapidamente e em maior número”, atesta Elsa Logarinho.

Esta descoberta levou as investigadoras nortenhas a concluírem que este novo medicamento poderá mesmo atrasar a evolução da calvície, também conhecida por alopecia androgénica, que é um tipo de queda de cabelo que tem causas hormonais e genéticas. “Este fármaco irá atuar no atraso da progressão da alopecia androgénica”, assegura.

Nesta doença de alopecia, detalha, “o cabelo fica cada vez mais fino e também mais escasso, porque o ciclo de crescimento do cabelo tem um certo período e é variável de pessoa para pessoa”. “Nesta zona do escalpe começa a fase de crescimento a ser mais curta e a fase da queda da regressão do folículo mais longa e, portanto, isso é que leva a que cada vez os cabelos nasçam mais fraquinhos. E, portanto, este fármaco vem atuar nesse sentido”, elucida Elsa Logarinho.

A porta-voz ressalva, contudo, que, numa calvície já muito instalada, este novo medicamento pode não resultar de repente numa farta cabeleira. “Mas, pelo menos, vai preservar toda a zona que tem e, se calhar, potenciar aquela área que já está em queda”.

“O que o laboratório gerou foi toda a validação que chamamos pré-clínica: provámos que o fármaco atua no crescimento de folículos e até mesmo no caso de pacientes que estão a fazer micro transplante na clínica do Grupo Insparya e que, ao tratar com o fármaco em culturas conseguimos prolongar o crescimento do cabelo”, resume Elsa Logarinho, enquanto as duas investigadoras contratadas pela empresa mostram com imagens nos computadores o trabalho entretanto desenvolvido em ratinhos.

O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya, Carlos Portinha, e a investigadora do i3S, Elsa Logarinho.12 abril, 2024

Carlos Portinha, diretor e coordenador da empresa fundada e liderada pelo economista Paulo Ramos, salienta que esta parceria com o i3S surgiu na continuidade da investigação tecnológica e biomédica que é desenvolvida no Insparya Science and Clinical Institute, na Foz do Douro, e dos transplantes capilares que a empresa faz nas 13 clínicas que detém a nível mundial. Todos os anos são investidos entre 2,5 e 3 milhões de euros no campo da investigação, calcula Sandro Cardoso, administrador e diretor comercial e de marketing do Grupo Insparya. “Somos líderes em saúde capilar”, assinala.

Esta investigação laboratorial biomédica resultou no desenvolvimento deste medicamento, assim como de diversos tratamentos capilares e champôs. Em breve será lançada no mercado uma linha dermocosmética premium com uma loção anti-queda, protetor solar, fixador de cabelo e protetor de cor de cabelo que estará à venda nas clínicas, online e nas farmácias.

O médico Carlos Portinha acrescenta que a “investigação básica sobre a alopecia e a unidade folicular, e tudo aquilo que influencia positiva e negativamente a doença” acontece precisamente no i3S. O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya salienta ainda que “o resultado expectável da investigação biomédica do grupo é multiplicar as unidades foliculares em laboratório ou criar uma terapia regenerativa que faça com que as unidades foliculares, que estão a envelhecer precocemente, regenerem e recuperem e voltem a produzir cabelo com a máxima qualidade”.

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