Câmara de Ourém pede ao Governo mais meios para prevenção de incêndios
"Nos últimos dois anos, contabilizaram-se mais de 160 ignições, tendo ardido uma área de cerca de 6.200 hectares", diz o autarca de Ourém.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Albuquerque, pediu esta terça-feira mais meios para a prevenção dos incêndios e defendeu a necessidade de a Justiça castigar, “de forma real e efetiva”, quem “contribui para este flagelo”.
Na sessão de apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para 2024, em Ourém, Luís Albuquerque apelou à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, presente na iniciativa, para que reforce os meios de prevenção no concelho, “sob pena de, nos próximos meses, se as condições climatéricas forem desfavoráveis”, voltar a ser fustigado pelos incêndios.
“Devemos também exigir que a Justiça castigue de forma real e efetiva quem contribui para este flagelo“, afirmou o autarca.
Ourém foi um dos concelhos mais atingidos por incêndios no verão de 2022, tendo o presidente do município apresentado ao anterior Governo um “caderno de encargos” de seis milhões de euros, que correspondem aos prejuízos provocados pelos fogos, “sem contar com a floresta”.
No discurso, o presidente daquela autarquia do distrito de Santarém adiantou que, “ano após ano, sucedem-se dezenas de ignições que quase sempre resultam em incêndios com consequências nefastas”.
“Nos últimos dois anos, contabilizaram-se mais de 160 ignições, tendo ardido uma área de cerca de 6.200 hectares”, apontou, referindo que, “só neste período, ardeu, aproximadamente, 15% da área do concelho de Ourém”. Mas para o autarca, “pior do que os números, são as conclusões”, sustentando que “a maioria das ignições foram consideradas intencionais”.
Nos últimos dois anos, contabilizaram-se mais de 160 ignições, tendo ardido uma área de cerca de 6.200 hectares”, apontou, referindo que, “só neste período, ardeu, aproximadamente, 15% da área do concelho de Ourém.
“Estamos a falar de crimes. Em termos numéricos, falamos de cerca de 65% de ignições intencionais em Ourém, quando a média nacional é de cerca de 29%”, apontou, sublinhando que a prevenção tem sido uma das principais preocupações do município. Elencando as medidas tomadas neste âmbito, Luís Albuquerque advertiu que “todo este esforço só poderá ter sucesso se a prevenção e vigilância forem reforçadas e dotadas de meios adequados para garantir a segurança de todos”.
Referindo-se às corporações de bombeiros do concelho (Ourém, Caxarias e Fátima) e duas secções destacadas (Freixianda e Espite), com “mais de 300 voluntários”, o autarca realçou que as associações humanitárias apresentam um “cenário que contrasta com aquele em que vive a maioria dos municípios, nos quais o número de voluntários tem diminuído drasticamente ao longo dos últimos anos”.
No caso de Ourém, as corporações “não só têm conseguido manter o número de voluntários, como até o têm conseguido aumentar nos últimos anos”, realçou.
Sobre a corporação de Fátima, revelou que “está finalmente em condições de avançar para a construção de um quartel digno e merecido”, sendo o apoio da Câmara Municipal Ourém na ordem dos dois milhões de euros. “Apelo à senhora ministra [para] que possa avaliar da disponibilidade de encontrar uma fonte de financiamento adicional” para a obra, prosseguiu.
Estamos a falar de crimes. Em termos numéricos, falamos de cerca de 65% de ignições intencionais em Ourém, quando a média nacional é de cerca de 29%.
Ainda sobre Fátima, a cujo santuário acorrem milhões de pessoas todos os anos, Luís Albuquerque lembrou que a única operação suportada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), com o apoio do município, é a da peregrinação de 12 e 13 de maio.
“Ao longo do ano existem mais quatro grandes peregrinações que são suportadas” pela autarquia e que “também deveriam ter um apoio mais efetivo” da ANEPC, pois os encargos “são extremamente avultados”, defendeu o autarca.
No final, agradeceu aos mais de 300 bombeiros do concelho de Ourém, “extensível a todos os bombeiros” do país, por “serem os heróis silenciosos, que estão sempre prontos a intervir”.
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