Águeda cria gabinete de apoio às vítimas dos incêndios
Pelo menos 30% do território do concelho foi consumido pelas chamas que destruíram, por completo, nove habitações, causando ainda avultados prejuízos em equipamentos, viaturas e área florestal.
Com o propósito de ajudar as pessoas afetadas pelos fogos que lavraram na última semana, em Águeda, e que perderam casas e outros bens, a autarquia criou o Gabinete de Apoio às Vítimas do Incêndio (GAVI). Por enquanto, ainda não é possível calcular o valor dos prejuízos, que o município antecipa serem avultados. Entre os prejuízos identificados contam-se nove habitações completamente destruídas pelas chamas.
“Decidimos criar este gabinete para prestar um apoio mais abrangente, para que as pessoas possam voltar à normalidade, na recuperação das suas casas ou na reorganização das suas vidas após uma situação devastadora”, explana Jorge Almeida, presidente da autarquia. A funcionar nas instalações do município, o GAVI é constituído por uma equipa de técnicos e profissionais de diversas áreas, para prestar aconselhamento psicológico e social, orientação jurídica e apoio à reintegração.
Jorge Almeida já tinha antecipado ao ECO/Local Online “um impacto brutal” dos fogos na economia do concelho e região aveirense, onde existe “uma floresta de produção intensiva que cria muito rendimento a pessoas e empresas que vivem do eucalipto”.
O município está a levar a cabo o levantamento e medição da área ardida, estimando que 30% do concelho tenha sido percorrido pelas chamas. No imediato, os técnicos municipais prestaram “socorro às pessoas que perderam as casas nos incêndios, para que ninguém ficasse sem teto, comida e fosse rapidamente encontrada uma solução, que era a necessidade mais premente no momento”.
Decidimos criar este gabinete para prestar um apoio mais abrangente para que as pessoas possam voltar à normalidade, na recuperação das suas casas ou na reorganização das suas vidas após uma situação devastadora.
Este gabinete conta com a colaboração da delegação de Águeda da Ordem dos Advogados, que vai prestar orientação sobre o modo de lidar com questões legais, designadamente seguros, compensações por danos materiais e questões judiciais, assim como o método para solicitar apoio financeiro ou reaver documentos perdidos.
“Esta é mais uma resposta que o município proporciona aos cidadãos, com uma equipa onde estão as nossas assistentes sociais e psicólogas, com um conjunto de soluções para que ninguém fique sem o apoio de que precisa neste momento difícil das suas vidas”, completa, por sua vez, Marlene Gaio, vereadora da Ação Social do Município.
Os incêndios que lavraram entre os dias 15 e 20 de setembro no país, sobretudo as regiões Norte e Centro, e consumiram cerca de 135.000 hectares, tiraram a vida a nove pessoas e provocaram ferimentos a mais de 170. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.
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