Grupo Super Bock investe 10 milhões nas águas em Castelo de Vide e inicia projeto de venda de energia
À margem da apresentação do investimento de 10 milhões em Castelo de Vide, o CEO do grupo Super Bock falou com o ECO/Local Online sobre os quatro passos que compõem a estratégia da empresa.
O Super Bock Group anunciou nesta quinta-feira um investimento de 10 milhões de euros na fábrica onde a água 100% mineral da Serra de São Mamede atesta as garrafas da marca Vitalis. À margem do evento, o CEO, Rui Lopes Ferreira, revela ao ECO/Local Online que, no âmbito do projeto das comunidades de energia, inauguradas nesta fábrica detida há 53 anos pelo grupo, haverá uma redução de 4.000 toneladas a sua pegada carbónica.
Para captar água e encher as garrafas Vitalis, a empresa já gasta menos 66% de água industrial e 27% de energia do que no início da década passada. As emissões de gases com efeito de estufa, por seu lado, foram reduzidas em 55%, relativamente ao verificado nesse mesmo ano 2010.
Rui Lopes Ferreira destaca as quatro bandeiras do grupo no âmbito da política de sustentabilidade e que passam pela redução do consumo de água e também do carbono, mais consumo responsável (em que se insere o lançamento da cerveja Sky, um meio termo entre a cerveja normal de 5º e a opção sem álcool, sendo este grupo de cervejas responsável por cerca de 3% das vendas de cerveja no grupo) e, em quarto lugar, mais comunidades. Neste caso, a fábrica é local de emprego direto para 38 pessoas, às quais se juntam sete trabalhadores de prestadores de serviços.
Ao todo, abrange nove dos 10 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “Numa atividade de engarrafamento, seja de cervejas, águas ou cidras, há utilização forte de água industrial. As garrafas e linhas de enchimento têm de ser lavadas, há um consumo de água bastante significativo e que temos vindo a reduzir substancialmente desde há muitos anos. Estes consumos específicos de água foram reduzidos desde 2010 em 66% em todas as unidades do grupo”.
Exemplo desta evolução tecnológica, desde o início da década passada, a poupança de água industrial traduziu-se na redução de consumo de mais de cinco litros de água por litro de cerveja produzido. “Neste momento, estamos abaixo de três litros. Isto passa por tornar a operação mais eficiente, mas também por reutilizar água”, diz.
Quanto ao propósito de atingir a neutralidade carbónica até 2030 (nos níveis um e dois, já que o nível três tem parâmetros mais rígidos, frisa o gestor), duas das medidas estiveram em foco em Castelo de Vide nesta quinta-feira. Por um lado, o grupo Super Bock aposta na circularidade das embalagens, o que no caso da Vitalis significa que 99,7% das garrafas já são de tara retornável.
Por outro, o grupo lança na vila alentejana a iniciativa das comunidades de energia, numa parceria com a Greenvolt.
Rui Lopes Ferreira assegura que a população e as empresas poderão beneficiar das seis comunidades que serão criadas no país, junto às fábricas detidas pela ex-Unicer. Ao todo, no país, haverá cerca de 20 mil painéis, ocupando seis hectares, entre terrenos e coberturas de edifícios (cuja estrutura será reforçada para suportar o peso). A produção de energia de fonte solar atingirá 16 mil MW por ano, 62% dos quais para autoconsumo.
Em Castelo de Vide haverá 1.465 painéis, ao longo de 3.800 metros quadrados, com produção de 1180 MWh/ano, dos quais 40% chegarão aos consumidores no raio de quatro quilómetros. A fábrica não absorverá os 100% da produção apenas porque há picos de consumo, esclarece. “Do total de energia elétrica que [a fábrica de] Castelo de Vide consome, 31% passarão a vir destes painéis”.
O Super Bock Group não tem na sua atividade a comercialização de energia, nem vai ter. Será o operador e parceiro do Super Bock Group neste investimento a comercializar a energia a preços mais competitivos a quem da comunidade, num raio de quatro quilómetros, manifeste interesse na compra de energia verde a preços competitivos.
À comunidade chegará energia verde “a custos muito interessantes”, com “preço benéfico para a comunidade, uma vez que é energia verde produzida gratuitamente”, explica, não esclarecendo o valor. “O Super Bock Group não tem na sua atividade a comercialização de energia, nem vai ter. Será o operador e parceiro do Super Bock Group neste investimento a comercializar a energia a preços mais competitivos a quem da comunidade, num raio de quatro quilómetros, manifeste interesse na compra de energia verde a preços competitivos”, esclarece o presidente executivo ao ECO/Local Online.
“O investimento no solar do Super Bock Group irá permitir reduzir as emissões de CO2 em 4000 ton, nas emissões de âmbito 1 e 2”, as quais chegam a, aproximadamente, 40 mil toneladas, afirma o gestor.
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