175 anos de Viúva Lamego leva artistas contemporâneos ao Museu do Azulejo

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 8:05

No ano em que se assinalam 175 anos de história da Viúva Lamego, o Museu do Azulejo tem patente a exposição “Uma Perspetiva do Presente, Uma Visão do Futuro”, com trabalhos de vários artistas.

Ao longo de cinco séculos, o azulejo tem vindo a ser usado como forma de expressão nos mais variados contextos. Mais do que uma opção estética, o azulejo português é o reflexo de influências culturais, sociais e económicas inseparáveis da história do país. Ciente deste facto, e em ano de celebração, o Museu do Azulejo convida todos os visitantes a mergulharem nesta exposição, que reflete sobre o presente e futuro daquela que é uma das mais importantes fábricas de azulejo em Portugal, com um papel fundamental na história da azulejaria nacional.

“Uma Perspetiva do Presente, Uma Visão do Futuro” tem a curadoria dos investigadores Rosário Salema de Carvalho e Francisco Queiroz e traz a público peças de 17 autores, incluindo nove obras inéditas e outras que já integram o portfólio artístico dos autores. Juntas ajudam a contar a história e a assinalar o legado de uma casa centenária.

Começando por Bela Silva, com a peça Batucada de Cor, e pelo francês Hervé Di Rosa, com Subaquática, dois nomes que representam os artistas atualmente residentes, herdeiros dos famosos casulos (nome das residências artísticas desenvolvidas na Viúva Lamego a partir da década de 1930). A artista brasileira Adriana Varejão, que tem usado o azulejo como referência, abraça agora este material em Azulejão. Autores como Vhils e Add Fuel trazem para o azulejo a cultura urbana contemporânea. Já o suíço Noël Fischer explora um caminho artístico iniciado nas peças Rede, enquanto Manuela Pimentel explora um jogo ilusório de múltiplas dimensões. Quanto a Rita João/Estúdio Pedrita, recupera a azulejaria industrial da segunda metade do século XX.

Ainda entre os artistas com obra consolidada, e que mais recentemente trabalham com a Viúva Lamego, encontram-se a ilustradora francesa Henriette Arcelin, o designer francês Noé Duchaufour-Lawrance e o coletivo Oficina Marques, da dupla de criativos Gezo Marques e José Aparício Gonçalves. De referir ainda as artistas visuais, também com referências à arte urbana, Kruella d’Enfer e Tamara Alves, que desenvolveram residências artísticas em 2024, bem como André Trafic, Rico Kiyosu e Klasja Habjan, finalistas do concurso dirigido a novos artistas, lançado no âmbito das comemorações dos 175 anos da Viúva Lamego.

“A exposição que ajuda a revisitar o legado da Viúva Lamego, fundada em 1849, dá a merecida ênfase à ligação umbilical que a fábrica-atelier tem com os artistas, arquitetos, designers e artesãos, a qual permanece imutável com o passar das décadas. Ter semelhante mostra presente no Museu Nacional do Azulejo é um motivo de muito orgulho, servindo esta casa de palco para dar relevo ao património de uma marca centenária e à sua projeção e importância na cultura da cerâmica portuguesa”, salienta Gonçalo Conceição, CEO da Viúva Lamego.

“Uma Perspetiva do Presente, Uma Visão do Futuro”

Museu Nacional do Azulejo – Rua Madre Deus nº4, Lisboa
Horário: terça a domingo, das 10h00 às 18h00
Preço: 8 euros
Até 29 de Dezembro

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