Parques de Sintra fatura mais 30% em 2024 e prevê investir 30 milhões no património
Parques de Sintra deverá ultrapassar os 45 milhões de euros de faturação em 2024, o que representa mais 30% do que em 2023.
A Parques de Sintra deverá faturar, em 2024, mais 30% do que no ano anterior e prevê investir cerca de 30 milhões no património natural e edificado que administra, avançou ao ECO/Local Online fonte da empresa que gere um conjunto alargado de monumentos históricos na vila património da Unesco, incluindo os palácios nacionais da Pena e de Sintra.
Esta entidade antevê ter ultrapassado os 45 milhões de euros de faturação em 2024, contra os 35 milhões de euros de 2023. Estes valores acompanham uma subida do preço da bilheteira em todos os monumentos e parques sob a sua gestão durante este último ano.
“Entre janeiro e novembro de 2024, comparando com o período homólogo do ano passado, a empresa incrementou as suas receitas em cerca de 29%”, calculam os responsáveis desta entidade. Estas receitas serão depois investidas no património sob sua responsabilidade. “A Parques de Sintra não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.”
Nos últimos dez anos, as áreas sob gestão da empresa receberam cerca de 25 milhões de visitas e foram objeto de projetos de recuperação e manutenção que representaram um investimento de 40 milhões de euros. “Futuramente, a empresa prevê investir mais cerca de 30 milhões no património natural e edificado que administra”, adianta a mesma fonte.
Futuramente, a empresa prevê investir mais cerca de 30 milhões no património natural e edificado que administra.
Esta entidade tem 11 parques e monumentos, e cerca de mil hectares de floresta sob sua responsabilidade. Entre eles constam o parque e o Palácio da Pena, os jardins e o Palácio de Monserrate, o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos, o Jardim e o Chalet da Condessa d’Edla. Acrescem, desde 2012, os palácios nacionais de Sintra e de Queluz, e a Escola Portuguesa de Arte Equestre sediada nos Jardins históricos de Queluz.
Durante este ano, a Parques de Sintra aumentou os preços na bilheteira, mas aplicou, em simultâneo, um pacote de benefícios para os visitantes. “O novo tarifário [de 2024] foi acompanhado por um conjunto de medidas que trazem vantagens tanto para a empresa como também para o visitante”. Entre elas consta, elenca, “a aplicação de um desconto (15%) na compra antecipada de bilhetes com reserva de data para todos os monumentos — o sistema de slots horários só existe no Palácio Nacional da Pena; nos restantes monumentos vigoram slots diários — cria condições mais favoráveis para o acolhimento do visitante”.
Esta estratégia permitiu, detalha a entidade, prever os fluxos de visitantes e adaptar a operação da Parques de Sintra, além de reduzir a pressão sobre os serviços e possibilitar uma maior dispersão temporal dos visitantes.
“De todos os monumentos geridos pela Parques de Sintra, o Palácio da Pena é aquele que apresenta a pressão turística mais elevada“, sublinha a entidade. “O estudo da capacidade de carga desse monumento levou ao desenvolvimento de um novo sistema de bilhética que possibilitou, em 2022, a implementação da compra de entradas com reserva de data e hora nesse local”, completa.
Em 2024, a Parques de Sintra atualizou os tarifários — “algo que não acontecia há uma década” — e foi reduzido em cerca de 16% o número de visitantes do Palácio Nacional da Pena, um dos monumentos que registava maior carga turística e que chegou a ter 12 mil entradas num só dia. Atualmente, tem um limite máximo de 5.100 visitantes por dia, distribuídos por 17 slots de trinta minutos. “Estamos, assim, perante uma limitação que reduz para mais de metade os números de 2019”, sublinha.
Entre janeiro e novembro de 2024, este monumento teve menos 196 mil visitantes em relação a igual período de 2023 (mais de 1,3 milhões contra 1,5 milhões de entradas).
A Parques de Sintra não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.
Já os residentes em Portugal passaram a ter entrada gratuita nos monumentos cerca de 60 dias por ano (aos domingos e feriados). Desde o início do ano e até ao final de novembro de 2024, foram registadas perto de 150 mil entradas ao abrigo desta medida; “uma clara demonstração da adesão do público”, destaca a Parques de Sintra em declarações ao ECO/Local Online.
A entidade refere ainda que toda esta estratégia só foi possível graças à transformação digital que tem vindo a implementar e que possibilitou reduzir os custos e otimizar os processos internos. “O que garantiu uma maior eficácia da operação e permitiu à empresa recuperar o controlo da operação de visitação, com o objetivo de combater a massificação do turismo através de mecanismos eficazes de antecipação e programação”.
Essa otimização da eficiência acabou por gerar “novas fontes de receita e reforçou a saúde financeira da empresa, permitindo um aumento do potencial disponível para o investimento na manutenção e na preservação do património edificado e natural”, assinala a Parques de Sintra. Acresce a tudo isto, assegura, o reforço da qualidade e diversidade da sua oferta cultural e turística.
Esta entidade tem sido notícia fora de portas e desde 2013 já conquistou 11 World Travel Awards para Melhor Empresa do Mundo em Conservação.
A Parques de Sintra visa a salvaguarda e manutenção do património edificado/natural a seu cargo e a garantia de fruição e conhecimento desse património por parte do público. “Os principais monumentos sob gestão da Parques de Sintra têm um plano de gestão e valorização patrimonial, que inclui a referida monitorização e permite a definição das intervenções num prazo futuro de dez anos”, conclui a empresa.
Criada em 2000 no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade (1995), a Parques de Sintra – Monte da Lua conta com 335 colaboradores. É uma empresa de capitais exclusivamente públicos, que tem como acionistas a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (35%), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (35%), o Turismo de Portugal (15%) e a Câmara Municipal de Sintra (15%).
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Parques de Sintra fatura mais 30% em 2024 e prevê investir 30 milhões no património
{{ noCommentsLabel }}