
Jóias que fizeram história: a Cartier no coração de Londres
O V&A celebra o legado da Cartier com uma exposição imperdível. De tiaras reais a jóias icónicas, a mostra revela a mestria da maison e o impacto cultural das suas criações intemporais.
A joalharia sempre desempenhou um papel central na expressão de poder, status e criatividade. No coração de Londres, o Victoria & Albert Museum (V&A) recebe já no dia 12 de Abril uma das mais aguardadas exposições do ano – uma celebração da Cartier, um dos nomes mais icónicos da alta joalharia. Esta exposição é uma viagem imersiva pela história da maison, onde o luxo e a arte se encontram para contar histórias de elegância e inovação.
Desde a sua fundação, em 1852, que o V&A se consolidou como o principal museu mundial de arte e design, com um acervo que atravessa cinco milénios de criatividade humana. Ao longo dos anos, tem sido um local privilegiado para a exploração da evolução estética, servindo como um arquivo vivo da história das artes decorativas. Receber uma exposição Cartier é, assim, um tributo ao impacto duradouro da maison francesa, que atravessa séculos reinventando-se e estabelecendo novos padrões de sofisticação.
Nesta exposição, a curadoria especial permite aos visitantes mergulharem na dimensão artística da joalharia, destacando como a Cartier influenciou a história do design de luxo e continua a inspirar criadores em todo o mundo. A cenografia, concebida por Asif Khan, envolve os visitantes numa atmosfera vanguardista.
Jóias que contam histórias
A exposição apresenta algumas das mais notáveis criações da Cartier, cada uma contando uma história que se inscreve na história cultural e social. Com uma lista invejável de clientes da realeza e da aristocracia, a Cartier tornou-se conhecida como “o joalheiro dos reis e o rei dos joalheiros” e, mais tarde, expandiu a sua capacidade de atração com a devoção de artistas de renome do mundo do cinema, da música ou da moda.
Entre os destaques, encontramos a lendária Tiara Halo, confecionada em platina e diamantes, criada em 1936 e imortalizada quando foi usada pela Rainha Isabel II no dia do seu casamento. Este acessório tornou-se um símbolo de realeza e elegância intemporal, refletindo o requinte da Cartier na criação de jóias para a nobreza europeia.
Outro destaque da exposição é o famoso Colar Panthère, uma peça de arte que captura a essência da feminilidade e força. Criado pela primeira vez na década de 40, este design revolucionário marcou o início da representatividade do felino na joalharia, tornando-se um dos emblemas da Cartier. O colar em platina e ónix, incrustado com safiras e diamantes, já foi usado por celebridades e membros da realeza, como Wallis Simpson, Duquesa de Windsor.
Um ponto alto desta secção inclui o anel de noivado Cartier de 10,48 ct com diamantes lapidados em escada que Grace Kelly usou no seu último filme antes de se casar com o Príncipe Rainier III do Mónaco, emprestado pela Coleção do Palácio Principesco do Mónaco. E o excecional colar de serpentes, de escala arrojada e movimento realista, encomendado pela estrela de cinema mexicana María Félix – que sintetiza a capacidade da Cartier de combinar criatividade estética e proeza técnica para criar um objeto único que reflete o estilo individual do cliente – também poderá ser apreciado.
Na categoria da relojoaria, a exposição exibe exemplares tão icónicos como o Santos de Cartier, projetado originalmente para o aviador Alberto Santos-Dumont. Lançado em 1904, este foi um dos primeiros relógios de pulso do mundo, revolucionando a indústria ao aliar funcionalidade e sofisticação. Com linhas clean e um design arrojado para a época, o Santos tornou-se um dos modelos mais emblemáticos da Cartier.
Além destas peças, a exposição também inclui o famoso Panthère Brooch, encomendado pela Duquesa de Windsor nos anos 40; e o Colar Maharajá de Patiala, uma das jóias mais luxuosas já criadas, que pertenceu ao Maharajá Bhupinder Singh de Patiala. Esta peça impressionante contém centenas de diamantes, incluindo o famoso De Beers de 234 quilates, um dos maiores diamantes do mundo.
As curadoras da exposição, Helen Molesworth e Rachel Garrahan, declararam: “A Cartier é uma das mais famosas casas de joalharia do mundo. Esta exposição explora a forma como Louis, Pierre e Jacques Cartier, juntamente com o seu pai Alfred, adotaram uma estratégia de “design” original, técnica excecional e expansão internacional que transformou a joalharia familiar parisiense num nome famoso. Com a sua coleção de joalharia de classe mundial, o V&A é o cenário perfeito para comemorar as conquistas pioneiras da Cartier e a sua capacidade transformadora para continuar no centro da cultura e da criatividade durante mais de um século. Estamos entusiasmadas por poder partilhar com os visitantes algumas das mais famosas criações da Cartier, bem como por revelar objetos nunca antes vistos e material de arquivo que enriquecem ainda mais a nossa compreensão de uma casa de joalharia que, hoje em dia, continua a influenciar a forma como nos adornamos.”
Cartier hoje e amanhã
O impacto da Cartier na joalharia contemporânea está longe de ser só uma herança do passado. A maison continua a redefinir os padrões do luxo, integrando novas tecnologias, materiais e conceitos estéticos. Desde parcerias com designers inovadores até a um compromisso crescente com a sustentabilidade, a Cartier mantém-se na vanguarda da alta joalharia e relojoaria.
A exposição no V&A é um testemunho da capacidade da Cartier de permanecer como uma referência de bom gosto e inovação. Nos últimos anos, a maison tem explorado o uso de metais reciclados e diamantes cultivados em laboratório, sem comprometer a sua identidade de luxo. A Cartier também se associa regularmente a artistas contemporâneos, trazendo novas interpretações para as suas peças clássicas e garantindo que a marca continua a impactar as novas gerações de apreciadores de joalharia.
Exposição Cartier
Victoria & Albert Museum, South Kensington, Londres
De de 12 de abril a 16 de novembro de 2025
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