Opinião +M

Precisas de um filme para apresentar um produto? A IA dá-te em 5”. De um conceito para apresentar uma estratégia? Consegues em 10”. Queres um vídeo para apresentar no CA? Tens em 15”. Só que não!

O teste da personalização não é quantos dados conseguimos recolher ou quão precisos são os nossos algoritmos. É se conseguimos fazer o consumidor sentir-se compreendido sem se sentir vigiado.

Este artigo não pretende ser um tratado político, mas sim um convite à reflexão. É hora de repensar como as marcas estão a representar aqueles que consomem os seus produtos.

Quando falar de escravatura, racismo ou do exercício irresponsável do poder é visto como intrusivo, isso diz mais sobre o desconforto da sociedade com a própria imagem do que sobre o discurso em si.

Portugal vai estar presente em Cannes. E estará com ideias corajosas, com vozes novas e com a certeza de que, por cá, continuaremos a fazer o que está ao nosso alcance para dar visibilidade ao talento

A mensagem do IAB Europa é clara: já não é admissível que Portugal seja o único mercado europeu sem dados oficiais sobre investimento digital.

Como raio de luz numa noite de breu, o prompt entrou nas nossas vidas e iluminou o horizonte, trazendo promessa de um mundo cheio de máquinas-escravo por preço simbólico.

Vale a pena deixar um pedido nos sapatinhos de António Leitão Amaro e de Margarida Balseiro Lopes (...) Um euro investido em conteúdo cria riqueza e esperteza. E a falta que as duas nos fazem…

Não basta negociar e pagar o espaço publicitário. As marcas devem interagir com os media, devem provocar o formato e exigir evoluções. E nesse esforço de exigência, vem o meu pedido aos media.

A tecnologia tem de estar omnipresente em todos estes momentos. Contudo, o risco acontece quando a tecnologia passa a ser a conversa. O foco.

Estará a marca Portugal a trabalhar para o seu povo? Ou apenas ocupada com a espuma dos dias, as eleições que se tornaram um ato banal e os sound bites para as televisões e redes sociais?

Criamos headlines que se evaporam em segundos, artes que ficam irrelevantes em horas e campanhas que já ninguém se lembra na semana seguinte. Nunca se fez tanto, nunca se sentiu tanta falta de tempo.

Nesse tal mundo, em que agora a estrela que está no palco é a IA (Generativa), será que estamos a valorizar a tal felicidade e a experiência humana?

Fuzeta da Ponte, afirmou algo como “a publicidade em Portugal podia ser menos sisuda, mais leve, menos séria”. E eu pensei: pois podia. Aliás, já foi. Muito. E poderia voltar a ser.

O greenwashing surgiu para chamar à atenção que a sustentabilidade não se faz de palavras bonitas, mas de ações concretas. Mas também não podemos cair numa armadilha em que existe medo da crítica.

A atenção não se compra; conquista-se. Ao medirmos atenção, estamos a medir, na verdade, a qualidade do trabalho publicitário em toda a sua extensão.

Responder exige trabalho, mas gera respeito, constrói pontes e relações e, no fim do dia, é isso que suporta qualquer marca, pessoal ou institucional.

Criar marcas fortes é criar futuro: mais valor para os produtores, mais liberdade para os consumidores, mais reputação para o país.

Não se combate a comunicação do Chega apenas com factos. Combate-se com presença consistente, empatia, linguagem acessível e propostas claras. Com uma nova forma de fazer política e de a comunicar.

É tempo de parar, ouvir e mudar. É tempo de comunicar melhor e para chegar a todos com mensagens claras. Antes que seja tarde demais.

Não é preciso concordar com eles para perceber porque é que ganham força. Estão atentos, estão presentes, e, acima de tudo, sabem que comunicar política hoje é muito mais do que discursar:

Trabalhar a sustentabilidade nas marcas exige alinhamento interno, criatividade, ousadia para fazer diferente. Porque comunicar é educar. Proximidade é influência. Não há espaço para a neutralidade.

A mesma IA que consola ou ouve desabafos, pode também estar a recolher dados emocionais para alimentar algoritmos de recomendação, consumo e estratégias de marketing mais ambiciosas.

O que aconteceria se com o Estado como titular de um sistema de medição existisse um canal que ganhava preponderância em relação a outro? Seria a medição mais uma arma política?

As agências bem andam, quais profetas, a espalhar a mensagem, mas, muitas vezes, é nos momentos de crise que os fees, tantas vezes esmagados, deixam de ser preocupações.

Tudo nos leva a crer que esta escolha é de continuidade em relação ao legado do Papa Francisco. Numa altura em que proliferam as guerras, os extremismos e ativismos, o Papa é a ‘marca’ de esperança.