Opinião +M

Este não é um artigo de memórias, é uma reflexão breve sobre o fim do jornalismo livre face às ameaças tecnológicas, económicas e políticas.

Não adoro que esta reflexão seja feita por uma mulher. Dá-lhe o cunho do queixume, e do “lá está ela”, mas “shame on me” se não o fizesse.

Como alguém muito importante nas andanças do marketing uma vez disse e bem, “o cliente é o rei”. Vai daí, "Hey Trump, afinal quem manda, pá?”.

Infelizmente, vemos hoje no cenário internacional e no contexto geopolítico quem repita, vezes sem conta, ‘danças-da-chuva’ cujo único objetivo parece ser o de converter nuvens em tempestade.

Se um escândalo se mantém vivo ao fim de três semanas, significa que a explicação foi insuficiente. A falta de uma resposta clara por parte de Montenegro mantém o tema aberto e amplifica as suspeitas.

Até quando vamos acreditar que basta um filtro rosado e uma música de piano para vender sentimentos? Mais do que a paciência do consumidor, é a fórmula que está a perder força

E qual é, afinal, o grande segredo? O cliente. Tudo começa e termina com ele. As marcas que compreendem esta realidade não apenas conquistam mercado, mas conquistam corações.

O absurdo desta situação é evidente: os responsáveis políticos europeus não apenas ignoram a realidade em que o X se transformou, como a legitimam.

Se perguntarmos a um estrangeiro ‘que marca portuguesa conhece’, a resposta é, invariavelmente, Cristiano Ronaldo. É excelente, mas é pouco. Qual é a nossa BMW, a nossa Allianz ou a nossa Siemens?

Que tal admitir que não sabemos tudo e que o processo criativo é feito de tentativa e erro? Que é no erro que se cresce? Vamos continuar a jogar pelo seguro ou vamos fazer algo que fique na história?

Desenganem-se os que consideram que a comunicação de crise surge do nada. Costuma-se dizer que a “melhor crise” é aquela que acaba como história interna sobre o que poderia ter sido.

Será uma comparação Trump-Hitler correta? Sabemos que têm algumas parecenças e também muitas diferenças, mas indiscutivelmente ambos abordaram o tema da comunicação como poucos.

Rúben saiu e com ele o 3-5-2. Mas os ensinamentos de comunicação deveriam ter feito escola. Porque esses, quando bem feitos, não dependem de um homem só. Dependem da gestão da marca.

"Todos os sentimentos humanos são válidos. Menos a inveja, que é uma total perda de tempo.” O que é um belo pensamento para começar o ano, e se possível, perdemos todos menos tempo em 2025.

No futuro vai ser possível fazer um crédito à habitação com o Benfica, comprar seguros do FC Porto, passar férias no hotel do Sporting CP, comer cereais do Liverpool, conduzir um automóvel do Bayern.

Estamos numa época perigosa: de um lado, líderes que utilizam excessivamente a comunicação como ferramenta de poder; do outro, líderes que a evitam como se fosse um fardo.

Será que faz sentido a uma marca que advogava os princípios da igualdade de oportunidades, ficar em silêncio a partir de agora? Onde estão os valores? E a consistência?

Com o covid enterrado há 3 anos a mesmice instalou-se. Num ano tudo muda, depois #tudo vai ficar bem, depois viemos para a rua em euforia. E depois... o mar calmo. Apostem, tenho um pressentimento.

O Almirante é como um OVNI, mas não voa. Já a cáfila que começa a juntar-se à sua volta aspira a voos altos e assusta. É preciso perceber para onde a cáfila pretende levar o homem.

Não é por sermos o João ou a Maria da equipa de marketing de uma empresa menor, que não podemos também brilhar como os diamantes das grandes estrelas.

Eu também sei exatamente qual o sistema de jogo que a minha equipa deve adotar, mas ‘falhei’ todos os níveis de formação exigidos pela UEFA e não percebo nada de metodologia de treino.

O verdadeiro desafio, tanto para seleções como para negócios, não é ganhar um jogo ou uma campanha. É construir uma identidade forte o suficiente para que a confiança permaneça intacta.

A autenticidade vai muito além de slogans e campanhas promocionais banais: tratar-se-á de construir uma relação de confiança, sólida, mostrando coerência entre o discurso e a prática efetiva.

Quando um cliente sente aquele ligeiro desconforto perante uma proposta, é sinal de que tocámos no nervo certo, em algo que pode ser melhorado ou reinventado.

Nem sempre temos a mesma casa de tijolo, nem sempre a temos no mesmo sítio e nem sempre temos o mesmo Lobo. Atualmente temos lobos que se tornam em autênticas matilhas com a IA, por exemplo.

A eficácia deve ser o grande driver na comunicação. Há, por isso, que despojar-nos comunicacionalmente de tudo o que é acessório, não tem relevância ou não acrescenta valor.