Com olho na defesa, APICCAPS vai promover calçado técnico lá fora

Até setembro, a indústria de calçado nacional exportou 33 milhões de euros, um crescimento anual de 181%, em calçado técnico. APICCAPS quer até 2030 atingir os 100 milhões de euros de exportações.

Com os orçamentos de defesa na Europa a serem reforçados, a APICCAPS vai promover no mercado externo o calçado técnico nacional. Até 2030, querem que este segmento represente 100 milhões de euros nas exportações nacionais de calçado. Até setembro, o país tinha exportado 33 milhões de euros, um crescimento anual de 181%.

Para posicionar o calçado técnico made in Portugal, a associação industrial do setor do calçado, tem “várias” iniciativas previstas. “Desde logo, investimento em I&D com o projeto FAIST. Depois, presença em certames profissionais no exterior; e, por fim, ações de comunicação e imagem, como produção de conteúdos — textos, imagens, vídeos — e convites a jornalistas internacionais”, elenca Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS, associação liderada por Luís Onofre, ao ECO/eRadar.

No total da indústria, o calçado técnico é um “subsetor relativamente reduzido”. “Não ascende a 10% do total nacional (1.500 empresas e 36 mil trabalhadores na fileira)”, detalha Paulo Gonçalves, mas, ressalva, “apresenta um enorme potencial de crescimento”.

Exportações disparam 181% até setembro

Em julho, a associação apontava como objetivo atingir até 2030 os 100 milhões de euros de exportações. E, embora ainda longe dessa meta, as vendas internacionais deste tipo de calçado usado por forças de segurança ou militares, mas também bombeiros, por exemplo, tem vindo a subir. “Cresceram 69% de 2020 a 2024 para 40 milhões de euros; e estão a aumentar 181% até setembro deste ano, para 33 milhões de euros”, adianta Paulo Gonçalves.

Ação de demonstração FAIST na empresa Fernando Ferro e Irmão.Ricardo Castelo/ECO

Os reforços de investimento no setor de defesa na Europa e em Portugal já se estão a fazer sentir? “Ainda não, mas estamos a preparar-nos para estar na linha da frente”, atira o diretor de comunicação da APICCAPS.

Paulo Gonçalves lembra os “grandes investimentos que estão a ser feitos em matéria de automação, robótica e sustentabilidade, no âmbito do PRR, para posicionar o setor na cena competitiva internacional”. Em concreto, o projeto FAIST, coordenado pelo Centro Tecnológico do Calçado, que envolve 45 parceiros e tem um investimento global próximo dos 50 milhões de euros.

Com arranque em junho de 2022, o FAIST tem como objetivo o desenvolvimento de 34 produtos, processos e serviços inovadores até junho de 2026, para impulsionar a indústria portuguesa de calçado.

O projeto já deu origem a mais de 80 resultados, sendo que alguns já estão implementados no chão de fábrica. Um desses projetos está implementado na fábrica da Carité, uma linha integrada automática para o fabrico de calçado técnico e desportivo. Com este projeto, estão a ser criados 300 novos postos de trabalho, dos quais 100 altamente qualificados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Com olho na defesa, APICCAPS vai promover calçado técnico lá fora

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião