Mercado do Bolhão reabre a 15 de setembro no Porto
Depois de quatro anos de obras de requalificação no valor de 22,3 milhões de euros, o histórico mercado do Porto vai reabrir no final do verão com bancas de produtos frescos, lojas e restaurantes.
O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, adiantou esta segunda-feira que o Mercado do Bolhão reabrirá portas no dia 15 de setembro, depois de quatro anos de obras de requalificação. “Podem marcar na agenda”, aconselhou o presidente da Câmara aos vereadores, em reunião do executivo.
Segundo o autarca, neste momento estão a decorrer obras nos restaurantes que se encontram “na ferradura sobre o primeiro andar” do equipamento, sendo que as mesmas estão ainda em curso porque a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) “exigiu que cada um dos projetos tivesse um parecer autónomo”.
No início do mês de maio, a Câmara do Porto anunciou que o Mercado do Bolhão reabria em setembro, depois de quatro anos de obras de requalificação, para garantir “um maior número de espaços a funcionar” e dar “tranquilidade à transferência dos comerciantes”.
Construído no início do século XX e inaugurado em 1914, no início da I Guerra Mundial, foi alvo de uma obra de restauro consignada a 15 de maio de 2018, prevendo-se, à data, um prazo de dois anos para a conclusão dos trabalhos. A empreitada de restauro e modernização do Mercado do Bolhão foi adjudicada ao consórcio formado pela Lúcias e pela Alberto Couto Alves, por 22,379 milhões de euros, com um prazo global de execução de 720 dias.
Em janeiro, a empresa municipal GO Porto – Gestão e Obras do Porto lançou concursos públicos para a atribuição de licenças de utilização de bancas e contratos de utilização de restaurantes e de arrendamento comercial de lojas no Mercado do Bolhão. No total, faltavam ocupar 16 bancas, nove lojas e três restaurantes no histórico mercado da cidade Invicta.
Comerciantes aguentaram quatro anos na cave de shopping
O Mercado do Bolhão está classificado como imóvel de interesse público desde 2006. O edifício de arquitetura neoclássica ocupa um quarteirão inteiro no centro do Porto – delimitado pelas ruas de Sá da Bandeira, da Formosa, de Alexandre Braga e de Fernandes Tomás – e vai continuar a funcionar como mercado de frescos, complementado por espaços comerciais e de restauração.
De regresso ao Bolhão original estão os históricos comerciantes que nos últimos quatro anos mantiveram a atividade num espaço temporário instalado a 200 metros do original em restauro, na cave do centro comercial La Vie (antigo shopping GranPlaza).
Em julho de 2021, a Câmara aprovou uma verba de 2,13 milhões para ajudar estes comerciantes a executar obras de adaptação dos espaços do edifício. O Executivo municipal avançou com duas modalidades de apoio financeiro: uma para obras de adaptação do espaço de restaurante aos comerciantes do interior (cerca de 268 mil euros) e outra para obras de reposição das lojas do exterior aos respetivos inquilinos (até 1,86 milhões de euros), a distribuir por 25 comerciantes.
Feiródromo construído até final do ano em Campanhã
Por outro lado, o vereador da Economia da Câmara Municipal do Porto, Ricardo Valente, disse hoje esperar ter construído “até ao final do ano” o Feiródromo, espaço na freguesia de Campanhã que irá albergar as feiras da Vandoma e do Cerco.
De acordo com o vereador, a autarquia está neste momento a negociar “parcelas privadas” para a aquisição do terreno, processo que espera ver “fechado” até ao final deste mês. Sem adiantar o local exato do novo espaço, Ricardo Valente, afirmou apenas que o mesmo se situará na freguesia de Campanhã.
Questionado pelo vereador do BE, Sérgio Aires, sobre o Feiródromo, Ricardo Valente afirmou que o município se encontra “dependente” do processo de avaliação dos terrenos para proceder à aquisição e, consequentemente, empreitada. Também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acrescentou na altura que o “sítio é bom” e que está “bem servido de transportes públicos”.
Em julho de 2021, o vereador Ricardo Valente adiantou que a cidade precisava de “pensar um espaço de grande dimensão” para realizar as feiras da Vandoma e do Cerco. “A cidade tem de pensar um espaço de dimensão, que chamaria de Feiródromo. Já estamos a pensar nisso, num espaço suficientemente grande onde pudéssemos ter um dia a feira do Cerco e outro dia a feira da Vandoma”, disse o vereador.
A Câmara e a Assembleia Municipal do Porto aprovaram o encerramento definitivo da feira do Cerco, que ocorreu no final do ano passado. Em dezembro de 2021, o executivo garantiu que os feirantes poderiam vender noutro local a partir de 15 de janeiro, tendo também em conta o período de contingência decretado pelo Governo para as primeiras duas semanas do ano, devido à pandemia de covid-19.
Nesse mês, um movimento de feirantes reuniu cerca de 600 assinaturas num abaixo-assinado, entregue na Câmara do Porto, contra o encerramento da feira do Cerco, e admitiu fazer uma manifestação se, após o dia 15 de janeiro, não reabrissem a feira.
Em 13 de janeiro, a Câmara do Porto anunciou que os comerciantes da extinta feira do Cerco iriam poder vender, a partir do dia 15, no recinto da feira da Vandoma, sendo esta uma situação provisória até ser encontrado um novo recinto, o designado Feiródromo.
A feira da Vandoma tem 600 vendedores e a feira do Cerco, que se realizava na Alameda de Cartes, na freguesia de Campanhã, junto ao bairro com o mesmo nome, 200 comerciantes.
(Notícia atualizada às 15:25 com informações sobre o Feiródromo)
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