Câmara de Lisboa vai fazer levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições”
Câmara Municipal de Lisboa vai fazer um levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições”, no âmbito de uma proposta do PCP lançada em reunião do executivo.
A Câmara de Lisboa aprovou, esta quarta-feira, uma proposta do PCP para fazer o levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições” de conservação, salubridade e habitabilidade e criar uma equipa de missão para apoiar as famílias carenciadas.
Discutida em reunião privada do executivo camarário, a proposta do PCP foi apresentada na sequência dos “preocupantes testemunhos de moradores do Bairro das Amendoeiras e do Bairro do Condado, na freguesia de Marvila, quanto ao estado de degradação dos edifícios em que residem”.
Os dois vereadores comunistas, João Ferreira e Ana Jara, propunham que fosse feito, “no prazo de 15 dias”, um levantamento dos edifícios dos Bairros das Amendoeiras e do Condado que revelam deficientes condições de conservação, de salubridade e de habitabilidade, solicitando a cooperação da Junta de Freguesia e tendo em conta as reclamações recebidas. Mas esse ponto foi rejeitado com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP (sete eleitos), a abstenção do PS (cinco) e os votos a favor dos restantes, nomeadamente PCP (dois), BE (um), Livre (um) e independente eleita pela coligação PS/Livre.
Com igual votação, foram rejeitados outros dois pontos, um para que os serviços municipais realizassem um programa de vistorias e outro para, em resultado dessas vistorias, promover as consequentes notificações/intimações ao cumprimento do dever de conservação, elaborar um programa de intervenção, em conjugação com a empresa municipal GEBALIS – Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa. A ideia seria a realização das obras e reparações necessárias aos imóveis municipais onde se revelassem deficientes condições de conservação, e programar as intervenções que se revelassem necessárias no espaço público, em conjugação com a Junta de Freguesia de Marvila.
“Confirma-se assim a indisponibilidade da gestão PSD/CDS para tomar medidas concretas para que as populações dos Bairros das Amendoeiras e do Condado vejam as suas condições de vida e de habitação melhoradas”, criticou o PCP, em comunicado.
Da proposta dos comunistas foram aprovados três pontos, inclusive a decisão de “promover de imediato, em conjugação com as juntas de freguesia da cidade, o levantamento dos edifícios que revelem sinais de degradação da mesma natureza”, para poder intervir nas restantes zonas e bairros da cidade, priorizando a atuação relativa às situações em que estão em causa a segurança, salubridade ou condições de habitabilidade.
Esse ponto foi viabilizado com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP e os votos a favor dos restantes, inclusive do PS, assim com a ideia de promover nos serviços municipais e vincular a GEBALIS, no âmbito das competências atribuídas, ao cumprimento programado da realização de obras de conservação, relativamente ao património municipal edificado.
Por unanimidade, foi aprovada a criação de “uma equipa de missão multidisciplinar para acompanhamento e apoio às famílias carenciadas, proprietárias de habitação própria, adquirida a partir de arrendamento social, com incapacidade financeira para suportar os encargos decorrentes […] da necessidade da reabilitação e manutenção dos edifícios em que residem”, recorrendo à organização de candidaturas a fundos públicos programados, nacionais ou comunitários, designadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Também subscrita pelos vereadores do PCP, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, uma proposta para fomentar a utilização da bicicleta na cidade de Lisboa e reforçar a rede de bicicletas partilhadas Gira, determinando a retoma do programa para a atribuição de apoios à aquisição de acessórios de segurança e de transporte de crianças em bicicletas e à aquisição de materiais e serviços de reparação de bicicletas, com uma comparticipação financeira de 50% do valor da respetiva aquisição (com IVA incluído) “até ao montante máximo de 80 euros”, válido até 31 de dezembro deste ano.
Outra das deliberações é para mandatar a EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, para que cumpra o estipulado no contrato programa, que prevê “concessão de cinco mil passes GIRA gratuitamente, com o objetivo de promover a mobilidade ciclável como modo de transporte alternativo”.
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