Moreira quer gestão do Palácio de São João Novo para instalar Museu do Porto

Rui Moreira quer que o Estado passe a gestão do Palácio de São João Novo para o município para depois reabilitar o edifício e ali instalar o núcleo central do Museu do Porto.

A Câmara do Porto está em contactos com o Ministério da Cultura para ficar com a gestão do Palácio de São João Novo, até à data sob tutela do Estado, e ali instalar o núcleo central do Museu do Porto, avançou Rui Moreira durante a apresentação da marca “Museu do Porto”, nova identidade que passa a agregar os museus e bibliotecas da esfera municipal.

“O núcleo central do Museu nascerá aqui [na Alfândega] no próximo ano, que é um edifício que se liga profundamente à história do Porto” e terá depois no Palácio de São João Novo a sua casa. “É um património notável, propriedade do Estado central, e que desejamos ter de volta à cidade“, começou por afirmar o autarca independente.

“Estamos a desenvolver contactos com o Ministério da Cultura nesse sentido, com o apoio da diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro. Há uma enorme sintonia de vontades e acredito que, brevemente, poderemos concluir um acordo para a gestão e utilização do Palácio, tendo em vista a sua reabilitação e a instalação do Museu do Porto”, completou o edil.

O projeto do Museu do Porto sempre foi exigente, controverso, difícil.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Moreira acredita que este “será um reencontro com a história do lugar e da cidade”. É que o Palácio de São João Novo foi, durante várias décadas e até ao início dos anos 1990, a casa do Museu de Etnografia e História do Douro Litoral – mais conhecido como Museu de Etnografia e História do Porto, dirigido pelo arquiteto Fernando Lanhas durante duas décadas, até encerrar.

Na apresentação da nova identidade para os museus e bibliotecas municipais, o autarca referiu que “historicamente, o projeto do Museu do Porto sempre foi exigente, controverso, difícil”. “Conheceu vicissitudes, avanços e recuos ao longo dos últimos quase 200 anos, com conquistas e frustrações, que se contam desde que o município adquiriu, em 1850, o extraordinário espólio do Museu Allen, até ao fracassado projeto de museu do arquiteto Siza Vieira para a avenida da Ponte, no âmbito da Capital Europeia da Cultura”.

Por isso, assinalou a importância da cerimónia de apresentação pública que se realizou esta quarta-feira. “Este é o momento público que marca uma nova fase do projeto do Museu do Porto. E era importante passarmos a chamar-lhe assim — Museu do Porto — para vencermos, de uma vez por todas, a dificuldade de reconhecimento do Museu e para tirarmos plenamente partido da força da nossa marca: o Porto”, destacou.

20 mil euros investidos na marca

A nova identidade de comunicação envolve um investimento municipal na ordem dos 20 mil euros. “Para todo o sistema de branding, de imagem e não apenas a marca e as suas peças de comunicação, mas também site, recursos para comunicação em redes sociais, campanha, estamos a falar de um investimento que anda na casa dos 20 mil euros“, avançou ao ECO/Local Online o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado.

Segundo a autarquia, a denominação “Museu do Porto” recupera a identidade do primeiro museu municipal do país, criado na cidade, e que partiu da coleção particular de João Allen, exposta a partir de 1836″.

O Museu do Porto é constituído por uma rede de dez espaços, que inclui edifícios da cidade, jardins, parques, coleções e arquivos. “Será à cidade do Museu que o Museu do Porto nos liga, numa constelação de casas e experiências de memória e conhecimento, de criação, comunicação e fruição, que se renovam, para todos os públicos”, sublinha Jorge Sobrado.

Segundo Jorge Sobrado, “Museu e bibliotecas do Porto passam a apresentar-se sob o mesmo desígnio tipográfico, a dialogar de modo sistémico, a falar a uma só voz”. Aliás, notou, “pela primeira vez, no Porto, museu e bibliotecas falam numa só voz. Não é apenas um ato de comunicação, é também um ato de integração”.

Durante os meses de março e abril, a programação do Museu e Bibliotecas do Porto conta com 94 iniciativas, grande parte delas exposições, havendo ainda lugar para oficinas, conversas, música, clubes de leitura e conferências.

A instalação de áudio guias e uma agenda infantojuvenil são algumas das “novidades” da programação. Também vão ser recuperadas as nomenclaturas originais do Museu do Romântico e do Museu do Vinho do Porto.

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