Botas Catarina Martins querem “calçar” novos investidores

A Catarina Martins Shoes, empresa de Leça do Balio especializada há duas décadas no desenho de botas cowboy chics, está à procura de um novo investidor. A empresa liderada por Paulo Martins está em negociações para vender 50% do negócio por cerca de meio milhão de euros. O investimento servirá para alavancar a marca, reforçar a aposta no canal digital e criar uma linha de acessórios de moda.

“Queremos crescer e, como tal, estamos à procura de capital. Estamos em negociações para angariar novos investidores que invistam na marca. O objetivo é alavancar a marca para chegar mais longe. O investimento será usado para continuar a investir mais na área digital”, revela ao ECO/Local Online o CEO da marca, que decidiu dar o nome da filha ao projeto empresarial. A venda poderá ser fechada até ao final do primeiro semestre.

O gestor não descarta investimento estrangeiro, mas preferia que fosse capital português a entrar na empresa, pois isso “seria uma mais-valia ser da indústria do calçado”. “Os investidores tanto podem ser portugueses, como estrangeiros, mas gostava muito que o capital que entrasse na empresa fosse português, até porque é uma marca portuguesa da qual me orgulho muito. Ainda estamos em negociações, mas quanto mais depressa conseguirmos fechar o negócio, melhor”, detalha o gestor.

Estamos em negociações para angariar novos investidores que invistam na marca. O objetivo é alavancar a marca para chegar mais longe.

Com a entrada de dinheiro fresco, o CEO sublinha que o objetivo passa por atingir, dentro de três anos, vendas anuais entre os 2,5 e os três milhões. Os direitos de comercialização da marca Catarina Martins Shoes, sediada em Leça do Balio (Matosinhos), pertencem há três anos à empresa Unlimited Summer, liderada por Miguel Valente e Jorge Peixoto.

A produção das botas é feita em oficinas artesanais de calçado localizadas em São João da Madeira, Avintes (Vila Nova de Gaia) e Felgueiras. “Sempre recorri a uma indústria mais artesanal, com máquinas mais antigas, para produzirem as minhas botas”, afirma o CEO da marca Catarina Martins, que tem atualmente três funcionários e que está há 40 anos na indústria do calçado.

Foi com apenas 16 anos que Paulo Martins começou o percurso no calçado, no centro de formação profissional da indústria do calçado (CFPIC), localizado em São João da Madeira. O gestor tirou o curso de modelação e design e esteve envolvido em projetos de grandes marcas de calçado, como a alemã Deichmann e a Tommy Hilfiger. “O calçado é aquilo que eu sei fazer e sempre tive uma paixão muito grande pelos sapatos”, realça Paulo Martins.

Canal digital absorve 70% das vendas

A marca portuguesa está presente em mais de 30 lojas físicas e em cinco marketplaces por todo o mundo. Um par de botas Catarina Martins pode custar entre os 220 euros e 380 euros.

O canal digital representa 70% do volume de vendas da empresa especializada em botas femininas. “O canal online está em franco crescimento e queremos apostar mais e evoluir neste segmento”, realça Paulo Martins.

Além de Portugal, as botas da Catarina Martins chegam a países como Espanha, Holanda, Austrália, Chile, Argentina, entre muitos outros. O mercado externo representa cerca de 65% do volume de negócios.

Perspetivando o futuro, o responsável diz querer posicionar a marca no mercado dos EUA. “Decidimos ser representados por um showroom em Los Angeles e Nova Iorque. Decidimos abraçar o mercado americano até porque é um país que pode dar-nos uma garantia de bom posicionamento”, detalha.

A combinação de design Italiano com produção artesanal portuguesa é uma mistura que tem conquistado fãs em todo o mundo. A marca de botas portuguesas calça figuras públicas nacionais como Carolina Patrocínio, Sofia Ribeiro, Rita Pereira, Maria Cerqueira Gomes, Joana Duarte e Mafalda Castro. No panorama internacional, a marca já andou nos pés de Paula Echevarria, Lauren Sophie, Murielle Van Schaik, Alisa Belochkina, Zeypen Alkan e Stephanie Abu-Sbeih.

A par das botas, a marca portuguesa vai igualmente apostar em acessórios destinados ao público feminino, como malas e casacos. “Esta aposta irá acontecer quando atingirmos vendas no valor 2,5 a três milhões de vendas ao ano”, prevê o gestor nortenho.