País enriqueceu entre 2018 e 2020, mas maior aumento de rendimento ocorreu em Odemira
Foi em Odemira que os habitantes tiveram um acréscimo de rendimento mais significativo em todo o país, entre 2018 e 2020. Mas todo o país enriqueceu.
Entre 2018 e 2020 a generalidade do país enriqueceu. Mas foi em Odemira que o aumento de rendimento foi maior nos habitantes. Em contrapartida, foi em Bragança que se registou a quebra maior, de acordo com as estatísticas do rendimento ao nível local do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 96% dos 297 municípios “com informação disponível, a deslocação em sentido ascendente na distribuição do rendimento entre 2018 e 2020 foi mais expressiva do que a mobilidade descendente”, refere o INE.
Com um crescimento de riqueza, a nível nacional, foi em Odemira que os habitantes tiveram um acréscimo de rendimento mais significativo em todo o país, durante aquele período de tempo. Ou seja, foi neste município que se verificou a maior proporção de sujeitos passivos (16,9%) que subiram dois ou mais decis na distribuição do rendimento bruto declarado deduzido do IRS. Por oposição, Bragança surge na cauda da lista com o valor mais baixo do país (8,5%).
Refira-se que “os decis correspondem aos valores de rendimento que dividem em dez partes iguais o conjunto ordenado de dados do rendimento, considerando a distribuição em cada município.”
Proporção de sujeitos passivos que subiram dois ou mais decis na distribuição do rendimento, NUTS III e município, 2018-2020
Ainda assim, o retrato municipal aponta para a ocorrência de maiores níveis de mobilidade ascendente nas localidades situadas sobretudo na Região Autónoma dos Açores, no Algarve e no Alentejo. De acordo com o INE, já é nos municípios do norte do país que se regista uma menor expressão neste indicador.
Constata-se, contudo, maiores níveis de mobilidade em municípios em torno das áreas metropolitanas, como é o caso do Alentejo Litoral que foi a sub-região onde se verificou a maior amplitude entre municípios da proporção de sujeitos passivos que subiram dois ou mais decis na distribuição do rendimento. Por outro lado, a Região de Leiria apresenta a menor disparidade entre municípios.
Se analisarmos os municípios que, inversamente, mais desceram dois ou mais decis na distribuição do rendimento, entre 2018 e 2020, Albufeira surge no topo com o maior valor (16,9%) e, na ponta da lista está Montalegre (6,9%) com o valor mais baixo, de acordo com o INE.
“A sub-região da Beira Baixa apresenta a menor diferença entre municípios da proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na distribuição do rendimento: o menor valor registou-se em Oleiros (8,1%) e o maior em Penamacor (9,8%)”, avança o INE. Por oposição, o Algarve registou a maior disparidade, entre os municípios de Faro (11,3%) e Albufeira.
Proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na distribuição do rendimento, NUTS III e município, 2018-2020
A partir das notas de liquidação do IRS, “esta análise retrata a mobilidade dos sujeitos passivos na distribuição do rendimento, privilegiando o nível do município”, resume o INE. “O destaque centra-se na análise longitudinal da evolução dos rendimentos no período 2018 e 2020, considerando as transições das pessoas entre decis de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado, num período marcado pelo início da crise pandémica Covid-19, em março de 2020″, completa.
No período em que se centra esta análise (2018-2020), o PIB do país registou um decréscimo nominal de 2,3%, espelhando os efeitos da pandemia da Covid-19 na atividade económica.
Ainda de acordo com o INE, apenas nos municípios de São João da Madeira — da Área Metropolitana do Porto –, Albufeira, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Portimão e Vila do Bispo — região do Algarve –, a proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na distribuição do rendimento foi superior à percentagem que subiu dois ou mais decis.
Em 76% dos municípios — 226 em 297 municípios com informação disponível — mais de 20% dos sujeitos passivos deslocaram dois ou mais decis na distribuição do rendimento.
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