Presidente do Comité das Regiões considera Portugal bom exemplo na integração de poderes locais
Presidente do Comité das Regiões diz que Portugal é bom exemplo na integração do poder locais e regional. Contudo, alerta, "há situações na Europa verdadeiramente desafiantes".
“Há situações na Europa verdadeiramente desafiantes de integração do poder local e regional. Não é, de todo, o caso do nosso país”, afirmou o presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, durante a 155.ª sessão plenária do Comité das Regiões, que termina esta quinta-feira, me Bruxelas.
Em declarações aos jornalistas portugueses que acompanham a sessão plenária do Comité das Regiões Vasco Cordeiro — o primeiro português a presidir a este órgão da União Europeia (UE) — analisou a forma como os níveis de poder local e regional estão integrados nas políticas europeias.
O socialista Vasco Cordeiro — que foi presidente do Governo Regional dos Açores — referiu que, usando a sua experiência como exemplo e analisando em concreto o que diz respeito ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Portugal é um bom exemplo. “E na operacionalização dos quadros financeiros plurianuais, a avaliação é positiva”, acrescentou.
Há situações na Europa verdadeiramente desafiantes de integração do poder local e regional. Não é, de todo, o caso do nosso país.
Já sem particularizar sobre Portugal, Vasco Cordeiro recordou que a questão da atribuição dos fundos “não é direta” porque há “decisões que são tomadas pelos Estados-membros e que dependem da vontade dos Estados-membros”. Mais, reiterou: “A questão não depende só das decisões das instituições europeias“.
Frisando sempre a ideia de que o poder local e regional está “na linha da frente“, o presidente do Comité das Regiões admitiu que convencer as instituições europeias disso não é difícil. Ainda assim, sublinhou, é “um work in progress [expressão inglesa para trabalho em progresso]”.
“Cada vez mais há a consciência de que o nível de poder local e regional é absolutamente determinante para fazer com que a Europa aconteça. Não são os únicos, mas são essenciais. Há muitos objetivos da UE, nos quais o poder local e regional está na linha da frente”, frisou.
O papel que os municípios e as regiões tiveram na pandemia da Covid-19 ou estão a ter no acolhimento a refugiados fruto da guerra da Ucrânia foram dois dos exemplos descritos por Vasco Cordeiro.
Num dia em que um dos debates da sessão plenária do Comité das Regiões foi dedicado ao desemprego de longa duração, Vasco Cordeiro também defendeu que os municípios e as regiões podem ter um papel para atenuar ou combater esta problemática.
Cada vez mais há a consciência de que o nível de poder local e regional é absolutamente determinante para fazer com que a Europa aconteça. Não são os únicos, mas são essenciais. Há muitos objetivos da UE, nos quais o poder local e regional está na linha da frente.
Em jeito de balanço sobre temas analisados e discutidos na quarta-feira, como a revisão intercalar do orçamento da UE, Vasco Cordeiro referiu que “um dos desafios que as cidades e as regiões enfrentam tem a ver com o futuro da política de coesão no período pós-2027“.
O Comité das Regiões, constituído por 329 membros, é a assembleia da UE dos representantes regionais e locais dos 27 Estados-membros. A missão consiste em fazer participar os órgãos de poder regional e local no processo decisório da UE e informá-los sobre as políticas da União Europeia.
O Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão Europeia consultam o Comité das Regiões em domínios de política que digam respeito às regiões e aos municípios.
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