Empresa de aquicultura de Mira investe 60 milhões de euros numa nova unidade em 2024
Empresa de aquicultura Flatlantic investe 60 milhões de euros na construção de nova unidade para aumentar a capacidade produtiva de linguado. Emprega 191 trabalhadores.
A empresa de aquicultura Flatlantic, na Praia de Mira, no distrito de Coimbra, vai construir uma nova unidade, no próximo ano, orçada em 60 milhões de euros para aumentar a capacidade produtiva de linguado.
“É um projeto de expansão que temos a médio prazo. Iremos iniciar pela construção de uma primeira unidade de engorda e uma nova maternidade”, sendo que, a ideia é aumentar a “capacidade produtiva da espécie de linguado“, avançou a diretora executiva da Flatlantic, Renata Serradeiro.
Após o lançamento do aviso ao programa Mar 2030, o projeto será candidato para que possa ter algum apoio financeiro.
Atualmente, a empresa tem duas unidades, uma que se dedica à engorda de pregado em circuito aberto, onde foram produzidas 3.100 toneladas de pregado, em 2022. Relativamente ao linguado, foram produzidas, no mesmo ano, 21 toneladas.
A outra unidade está inativa desde que houve um acidente com um emissário de captação, quando a empresa pertencia à Pescanova. Por isso, a Flatlantic está a guardar que esse emissário possa ser reconstruído para retomar a produção de pregado e, desse modo, atingir o objetivo de produção de 6.000 toneladas deste peixe por ano.
É um projeto de expansão que temos a médio prazo. Iremos iniciar pela construção de uma primeira unidade de engorda e uma nova maternidade.
Desde 2017 que a empresa tem dedicado esta unidade à maternidade de peixes planos, que produz juvenis de pregado e juvenis de linguado. Nesta maternidade foi construída uma pré-engorda onde foi possível começar a engordar, na prática, linguado com capacidade de produção de 20 toneladas de linguado por ano.
“Entretanto construímos também nesta fase 2 [unidade dois], que está inativa para pregado, uma pequena unidade piloto para engorda de linguado novamente. Mas em vez de serem as 20 toneladas serão as 200 toneladas por ano”, adiantou Renata Serradeiro.
Este investimento, de cerca de 5,5 milhões de euros, nesta unidade piloto, de maiores dimensões do que a primeira, entrou em funcionamento em janeiro com os primeiros peixes. “Esperamos, a partir de 2024, começar a entregar linguado no mercado produzido nesta nova unidade, que tem capacidade para 200 toneladas por ano”, acrescentou.
Em simultâneo, a empresa investiu em sistemas de recirculação de água, na unidade dois, com o propósito de aumentar a capacidade de produção de juvenis de pregado. Um desses sistemas entrou em funcionamento em 2022 e o outro vai começar a funcionar este ano. “São investimentos que temos feito em sistemas de recirculação de água, que não estão dependentes da reconstrução do emissário de captação e que nos permitem tirar partido da infraestrutura que temos”, precisou.
A Flatlantic instalou, entretanto, 6.496 painéis solares de 535 megawatts de potência nominal cada, num investimento total de 1,9 milhões, no âmbito de um projeto de eficiência energética. Esta instalação, a funcionar há cerca de um mês, vai produzir, em média, 5,61 gigawatts de energia por ano, assegurando cerca de 30% do consumo anual de energia elétrica.
Outro dos investimentos tem a ver com digitalização e a eficiência energética, no valor de 1,5 milhão de euros, nomeadamente a substituição de caldeiras a gasóleo por uma bombas de calor elétricas, assim como a instalação de sistema de controlo para a monitorização permanentemente os caudais da rede de distribuição de água. Ambos os projetos foram submetidos e apoiados pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).
A empresa de aquicultura, que emprega atualmente 191 trabalhadores, teve em 2021 um volume de negócios de 29 milhões de euros, valor que aumentou para 31 milhões de euros em 2022.
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