Festival de Vilar de Mouros espera mais 10 mil pessoas do que em 2022
São esperadas mais 10 mil pessoas do que em 2022 no "mais antigo festival de música da Península Ibérica" que se estende por mais um dia.
Foi em 1971 que a freguesia de Vilar do Mouros, Caminha, acolheu a primeira edição do “mítico” festival de música com nomes sonantes em palco como Elton John e Manfred Mann, e pelas mãos do médico António Barge. Mais de meio século depois, o evento é “uma aposta ganha e todos o reconhecem”, garante o presidente da Câmara Municipal de Caminha ao ECO/Local Online. E de tal forma que o festival, que começa esta quarta-feira, deverá ter “mais dez mil pessoas do que em 2022”, gerando significativo impacto económico na região, calcula Rui Lages.
“Setenta mil festivaleiros fazem a diferença na economia, na divulgação do concelho e da própria região. É uma visibilidade positiva, que tem efeito multiplicador ao longo do ano. Todos ganham, não só Vilar de Mouros, não apenas Caminha, mas todo o Alto Minho”, destaca o socialista Rui Lages, apesar de não conseguir antecipar valores do impacto económico do evento na localidade. “Não posso quantificar, é muito cedo. Mas o impacto será muito grande; disso não tenho qualquer dúvida”, assegura.
Entre a azáfama habitual de um evento desta envergadura, Diogo Marques, da organização daquele que tem a fama de “Woodstock” à portuguesa, vai dizendo ao ECO/Local Online que prevê “superar o ano anterior em mais 10 mil pessoas”, apoiado na crescente venda de bilhetes em relação aos anos anteriores. “Estamos a vender mais bilhetes e esperamos vender ainda muitos mais até sábado”, último dia do festival, diz.
Existe, por isso, a expectativa de um elevado consumo na restauração e ao nível de ocupação hoteleira. “Neste momento, ainda não tenho números exatos que possa fornecer, mas praticamente não há já oferta hoteleira“, frisa o autarca de Caminha. Rui Lages diz que “há todo um consumo associado que beneficia Vilar de Mouros e também toda a economia à sua volta, e não apenas na hotelaria e restauração”. Até porque, justifica, “durante o dia as pessoas movimentam-se, vão às nossas praias, que são magníficas, ou vão às vilas”. E isso gera negócio.
Setenta mil festivaleiros que fazem a diferença na economia, na divulgação do concelho e da própria região. É uma visibilidade positiva, que tem efeito multiplicador ao longo do ano. Todos ganham, não só Vilar de Mouros, não apenas Caminha, mas todo o Alto Minho.
Entre as bandas em palco constam nomes como James, Pendulum, Within Temptation, Xutos & Pontapés, Ornatos Violeta, The Bloody Beetroots DJ ‘set’, Millencolin, Peaches, Guano Apes, Enter Shikari, Apocalyptica, Bizarra Locomotiva, The Last Internationale, Nowhere To Be Found e Micomaníacos. “A edição 2023 tem grandes nomes, diferentes nos vários dias, para públicos diferentes”, realça Diogo Marques.
O evento ganhou, assim, posicionamento no mapa dos festivais nacionais. “O Festival de Vilar de Mouros tem raízes históricas profundas; é o mais antigo da Península Ibérica. Com mais de 50 anos, passou também por várias vicissitudes”, conta ao ECO/Local Online o presidente da Câmara Municipal de Caminha. “Quando retomámos as edições, tivemos — câmara, Junta de Freguesia e parceiros na organização –, a preocupação de não o descaracterizar, adaptando as edições naturalmente e melhorando de ano para ano. Continuamos a ouvir dizer, e com todas as razões, que somos um festival mítico“, completa Rui Lages.
Para o autarca este “não é apenas um evento pontual ou comercial, mas sim, uma iniciativa que conserva o ADN intacto“. Não cede, por isso, justifica, “à tentação de crescer por crescer e trabalhar apenas para os números e para o sucesso imediato”.
Este deverá ser um festival “consistente e duradouro, crescendo sim, mas de forma consolidada“, envolvendo também a população local. “Vilar de Mouros é uma aldeia lindíssima que, desde a primeira edição, convive em harmonia com o festival. As suas gentes acolhem o evento com alegria, participam”, frisa o autarca. Por tudo isto, garante, “este é um evento diferente, inclusivo, onde as famílias têm lugar e onde as novas gerações se vão afeiçoando ao próprio festival“.
Quando retomámos as edições, tivemos – câmara, Junta de Freguesia e parceiros na organização -, a preocupação de não o descaracterizar, adaptando as edições naturalmente e melhorando de ano para ano. Continuamos a ouvir dizer, e com todas as razões, que somos um festival mítico.
Além de mais um dia de música, a edição deste ano tem mais novidades, revela Diogo Marques, como o “envolvimento dos patrocinadores nas atividades de animação dos festivaleiros, por exemplo, no palco histórico, que acolheu nomes como U2 ou Elton John, e que garantirá animação antes e depois dos concertos”. O programa contempla ainda iniciativas no rio, workshops de canoagem e danças na praia fluvial.
O parque de campismo tem capacidade para quatro mil tendas e dispõe de uma zona de glamping com mais de 100 tendas. “Preparamos essa zona de forma muito cuidada para que as pessoas tenham todas as comodidades que têm em casa, com os banhos de água quente, higiene as zonas de preparação de comida”, descreve.
Com a fama do “Woodstock” à portuguesa, o primeiro festival teve um interregno de oito anos, entre 2006 e 2014. O bilhete diário custa 45 euros e o passe para os quatro dias ronda os 120 euros.
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