Empresas de Coimbra exigem ao Estado cumprimento atempado das suas obrigações
Empresários da região de Coimbra pretendem "uma regulamentação estável, com critérios claros e previsíveis, que lhes permita planear, investir e crescer com confiança".
O Conselho Empresarial da Região de Coimbra (CERC) exigiu, esta segunda-feira, ao Estado rigor no cumprimento das suas obrigações e na criação de uma regulamentação estável e previsível, que permita às empresas planear e investir.
“A máquina fiscal funciona muito bem e se as empresas entregam qualquer imposto devido fora do prazo são penalizadas, mas quando há uma medida de apoio às empresas, seja ela qual for, o Estado atrasa-se e não acontece nada“, lamentou, à agência Lusa, o presidente daquela estrutura.
Nuno Lopes salientou que os empresários da região de Coimbra pretendem “uma regulamentação estável, com critérios claros e previsíveis, que lhes permita planear, investir e crescer com confiança”.
O dirigente sustentou que aquela “dualidade de critérios” desacredita o Estado e leva a que muitas empresas não se candidatem a medidas de apoio ao investimento e à produção, porque nunca sabem quando podem contar com as comparticipações.
“Gostávamos que uma empresa quando se candidata a um determinado valor com um determinado projeto, que seja uma mais-valia, o processo fosse mais célere e funcionasse de forma que os apoios ficassem disponíveis nas datas estabelecidas”, sublinhou.
Reunido na Lousã, na presença de representantes de 14 associações empresariais dos 19 concelhos da região de Coimbra, o CERC salientou, em comunicado, que os empresários consideram que a “incerteza ou a falta de regulamentação prejudicam a competitividade das empresas e afastam os investidores“.
Gostávamos que uma empresa quando se candidata a um determinado valor com um determinado projeto, que seja uma mais-valia, o processo fosse mais célere e funcionasse de forma que os apoios ficassem disponíveis nas datas estabelecidas.
Os empresários querem ver implantada “uma relação mais justa em nome da justiça e da estabilidade, em benefício de todos os envolvidos e reclamam por um estado responsável que comece, de imediato, por cumprir com os prazos a que se compromete e que antes de exigir às empresas e aos particulares, comece por exigir a si próprio”.
“Para manter uma relação justa entre o setor público e o privado, é vital que todos cumpram com suas obrigações de maneira eficaz, tanto no recebimento quanto no pagamento, estabelecendo regras iguais para todos”, lê-se na nota.
Os atuais preços dos combustíveis e as crescentes taxas de juro, que têm impacto direto nas empresas, são as maiores preocupações do CERC, que representa mais de 15 mil empresas.
Para aquela entidade, existe a “necessidade premente de reformar as políticas de investimento e fiscais para proteger os negócios e a urgência na implementação de medidas para preservar empregos e a economia local”.
O presidente do CERC revelou ainda à agência Lusa que as empresas estão “um bocadinho asfixiadas” pela carga fiscal, a burocracia nas candidaturas aos fundos de apoio e com dificuldades na contratação de quadros técnicos intermédios.
“Uma das maiores lacunas do setor é precisamente aqueles quadros intermediários de determinadas profissões, como eletricistas e canalizadores”, denunciou Nuno Lopes.
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