Grupo da Guatemala avança com projeto de investigação milionário no Porto

Em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, a maior produtora de cana-de-açúcar da América Latina pretende transformar Portugal num hub de novas biomoléculas.

Manuela Pintado, diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, com Jorge Leal (à esquerda) e John Melo (à direita), cofundadores e codiretores da Biorbis

A Biorbis, detida maioritariamente pela Ingenio Magdalena (IMSA) – empresa da Guatemala que lidera a produção de cana-de-açúcar na América Latina – escolheu Portugal para investir na área de investigação, em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa. O objetivo é desenvolver a próxima geração de biomoléculas e transformar Portugal num hub nesta área. O projeto prevê um investimento privado inicial de três milhões de euros, com um “potencial” de 23 milhões nos próximos cinco anos.

Esta colaboração, com um horizonte de cinco anos, arranca com a integração de 40 investigadores, 90% deles portugueses, para desenvolverem um projeto privado de investigação – o CIRCULAS – que será integrado nas instalações do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia, “encaminhando” essas moléculas para a indústria alimentar ou farmacêutica.

Queremos desenvolver moléculas inovadoras e sustentáveis, e, a partir daí, que a Biorbis possa assegurar a sua produção e, ao mesmo tempo, comercializá-las a partir de Portugal para o resto do mundo, com elevado valor”, explica Manuela Pintado, diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), em declarações ao ECO/Local Online.

Jorge Leal, cofundador e codiretor da Biorbis e CEO da Ingenio Magdalena, empresa responsável pelo financiamento maioritário do projeto e que reclama ainda o estatuto de quarto maior produtor mundial de cana-de-açúcar, sublinha, em declarações ao ECO/Local Online, que escolheu Portugal devido às “pessoas e ao talento fascinante dos investigadores”.

Através desta parceria, a Biorbis vai comercializar novas moléculas a partir de Portugal, onde 40 investigadores irão procurar ativamente novas fontes e processos para desenvolver moléculas sustentáveis ​​e de elevado valor”, acrescenta este empresário da Guatemala. A Ingenio Magdalena produz também álcool para bebidas e para a indústria farmacêutica e de cosméticos.

“O foco principal desta parceria é fazer investigação por excelência e, simultaneamente, transferir essa investigação para o tecido industrial”, resume Manuela Pintado, diretora do CBQF, instalado no Porto, reclamando que a empresa da América Latina “viu no conhecimento dos investigadores [deste centro] uma capacidade única de desenvolver novas moléculas que ainda não tem”.

O foco principal desta parceria é fazer investigação por excelência e, simultaneamente, transferir essa investigação para o tecido industrial.

Manuela Pintado

Diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina

Em comunicado, John Melo, também cofundador e codiretor da Biorbis, realça que esta parceria pretende “transformar Portugal num hub de desenvolvimento de novas biomoléculas, para serem comercializadas com aplicação em nutrição de plantas, animal e humana”.

A assinatura do memorando de entendimento entre a Universidade Católica Portuguesa e a Biorbis está agendada para segunda-feira, dia 20 de novembro, às 11 horas, no Auditório Comendador Arménio Miranda, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa.

Equipa de investigadores da BiorbisBiorbis

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