Aeroporto terá enorme impacto económico na região, diz autarca de Alcochete

Enquanto o autarca de Alcochete está satisfeito com a eventual construção do novo aeroporto na localidade, o edil de Santarém garante que não vai desistir de levar o hub para o concelho.

Apesar de “satisfeito e otimista” por o Campo de Tiro de Alcochete ser a melhor opção para localizar o novo aeroporto intercontinental, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Pinto mantém-se “prudente porque se trata de um relatório preliminar e ainda vai decorrer até ao próximo dia 19 de janeiro a consulta pública institucional sobre este processo”.

Além disso, sustentou, “a decisão final será naturalmente do Governo que tomará posse após as eleições de 10 de março e portanto aguarda-se com serenidade”. Mas a ir para a frente, crê, terá um enorme impacto económico no concelho e localidades limítrofes, pois criará emprego e trará mais desenvolvimento económico.

A Comissão Técnica Independente (CTI) identificou Alcochete como a solução com mais vantagem para um ‘hub’ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, entre as duas opções viáveis, de acordo com o relatório divulgado esta terça-feira.

“O relatório hoje apresentado à comissão técnica independente não tem dúvidas e eu também não tenho de que, de facto, o Campo de Tiro apresenta-se como uma das melhores opções estratégicas para a implementação de um hub intercontinental ainda com a participação do aeroporto Humberto Delgado numa fase inicial”, afirmou o autarca socialista, em declarações ao Eco/Local Online após a sessão de apresentação do documento, em Lisboa.

Entre as mais-valias da localidade está, elencou, “a proximidade com a capital portuguesa que faz do campo de tiro a solução perfeita. O estudo de impacto ambiental dava conta de que o campo de tiro reunia condições extraordinárias”.

Ao ECO/Local Online, o autarca Fernando Pinto deu nota de que “foi desenvolvido um trabalho positivo, mas repleto de muitas adversidades que a comissão técnica independente foi ultrapassando ao longo de um ano de trabalho intenso”.

Não tenho dúvidas de que, de facto, o Campo de Tiro apresenta-se como uma das melhores opções estratégicas para a implementação de um hub intercontinental ainda com a participação do aeroporto Humberto Delgado numa fase inicial.

Fernando Pinto

Presidente da Câmara Municipal de Alcochete

Fernando Pinto acredita que “a população de Alchochete vai ganhar com este aeroporto que traz muitos aspetos positivos e também traz alguns negativos”. “Mas, como responsável pela autarquia de Alcochete compete-me potenciar aquilo que são os aspetos positivos e mitigar os aspetos negativos. Por isso, estou convicto de que a proximidade do concelho de Alcochete ao campo de tiro será naturalmente benéfica, quer por via de criação de emprego que depois gera qualidade de vida“, frisou.

“Este investimento é imperioso e estou tranquilo e otimista; até porque não há nenhuma decisão tomada relativamente a esta matéria”, sublinhou. Mas existe, sim, sustentou, “um trabalho técnico que foi desenvolvido e cujo resultado leva no sentido de apresentar o Campo de Tiro de Alcochete como a melhor opção estratégica”.

Ainda hoje no relatório verificámos que o campo de tiro é a opção que mais segurança permite, quer do ponto de vista da aeronáutica ou do ponto de vista das pessoas, pois não coloca nada nem ninguém em risco.

Fernando Pinto

Presidente da Câmara Municipal de Alcochete

Para o edil estão “reunidas as condições para [se avançar] com investimento que é relevante para o país e para a região de Setúbal“. Até porque, justificou, “ainda hoje no relatório verificámos que o campo de tiro é a opção que mais segurança permite, quer do ponto de vista da aeronáutica ou das pessoas, pois não coloca nada nem ninguém em risco”. Assim sendo, reiterou, “estão cumpridos dois pressupostos que eu defendo integralmente desde o início deste processo que eram cumprirmos com as questões ambientais e a segurança de pessoas e bens”.

Autarca de Santarém não desiste de aeroporto

Já o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, garantiu que o processo ainda não terminou e vai continuar a defender a opção da localidade como a melhor para o país. Depois de assistir à apresentação relatório da CTI em Lisboa, o autarca social-democrata afirmou ao ECO/Local Online: “Pelo que estou a ver, a CTI está a fazer o que todos diziam que iria fazer: colocar Alcochete como a melhor solução. Só que as vantagens de Alcochete são potenciais, pois dizem que uma das mais-valias desta solução é a nova travessia sobre o Tejo que ainda não está concluída”.

“Quero acreditar que há coisas que serão revertidas, pois estamos convictos das mais-valias de Santarém”, defendeu o autarca, considerando que “o projeto que mais traria coesão territorial seria o de Santarém”.

Aliás, apontou, “neste momento, Alcochete tem piores acessibilidades do que Santarém. Se colocarem o TGV mais próximo de Fátima seria a questão mais potencial para a solução de Santarém”.

Neste momento, Alcochete tem piores acessibilidades do que Santarém. Se colocarem o TGV mais próximo de Fátima seria questão mais potencial para a solução de Santarém.

Ricardo Gonçalves

Presidente da Câmara Municipal de Santarém

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da Câmara de Vendas Novas (distrito de Évora), Valentino Salgado Cunha, considerou, por sua vez, que a localização do novo aeroporto naquela região ou em Alcochete vai trazer benefícios ao concelho, prometendo defender que a infraestrutura deverá ser construída naquele território.

“Aquilo que verificámos [relatório da comissão técnica independente] foi que se destaca naturalmente Alcochete e Vendas Novas, distam um do outro 20 quilómetros em linha reta, os benefícios para a nossa região e para a nossa cidade e concelho são elevados em qualquer uma das opções”, defendeu o também socialista Valentino Salgado Cunha.

Também o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), considerou prematuro excluir já o seu município, admitindo que já antecipava algumas dificuldades da solução Montijo + Portela na comparação com outras soluções para o novo aeroporto de Lisboa.

Em declarações à Lusa, o autarca referiu: “É evidente que numa avaliação de longo prazo nós teríamos alguns daqueles princípios em que iríamos ficar aquém de outras soluções, nomeadamente em termos de capacidade de expansão, mas eu acho que neste estudo falta dar resposta um problema essencial: como é que vamos resolver, a curto ou médio prazo, a solução aeroportuária de Lisboa”.

O socialista Nuno Canta não entende porque Montijo sai “prejudicado, porque seria o que teria a melhor condição em termos de celeridade e de execução da obra”.

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