Porto e Norte gastam dois milhões para conhecer perfil e preferências dos turistas na região
Entidade regional de turismo vai recolher dados para conhecer em detalhe as "preferências de cada mercado, que tipo de produtos os turistas adquirem ou quanto tempo passam, em média, em cada destino".
A Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) já sabe que são os mercados espanhol, francês, americano, alemão e britânico, seguidos do brasileiro, que mais procuram a região. Mas quer conhecer em detalhe as “preferências de cada mercado, que tipo de produtos os turistas adquirem ou quanto tempo passam em média em cada destino“. Para isso, vai arrancar, em breve, com o projeto Smart Destination, no valor de dois milhões de euros.
“Vamos recolher dados para sabermos as nacionalidades e preferências, para depois os disponibilizar ao setor”, de modo a potenciar o turismo e criar ainda mais riqueza, aponta Luís Pedro Martins, que se vai recandidatar ao cargo de presidente nas eleições marcadas para fevereiro deste ano.
À margem do evento BOOST – Building Better Future, numa iniciativa do Nest – Centro de Inovação do Turismo, que decorreu esta terça-feira na Casa da Música e dedicado ao futuro da indústria do turismo, Luís Pedro Martins explicou ao ECO/Local Online que este projeto resulta de uma candidatura apoiada em dois milhões de euros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Com a parceria das Universidades do Minho e de Aveiro, assim como da Porto Business School, este projeto abrange, numa primeira fase, a instalação de “uma série de pontos difusores do sinal wi-fi por toda a região”, nomeadamente em determinadas zonas de Trás-os-Montes e do Douro, e em “áreas mais montanhosas”.
A estratégia passará por atacar mercados de alto rendimento, de muito poder de compra, de longa distância, o que significa que vêm por mais dias e, por consequência, aumentam o estada média, mas também deixam mais à economia local.
“Queremos que todo o território tenha acesso a wi-fi, pois não podemos falar de digitalização quando sabemos que na região há uma série de zonas brancas”, assinala Luís Pedro Martins. Só numa segunda fase, completa, podem ser recolhidos dados sobre a experiência dos turistas na região Porto e Norte, nomeadamente, “as nacionalidades, que tipo de produtos é que andam adquirir, quanto tempo passam em cada destino, quais são as preferências de cada mercado”.
Nesta região, a maior procura é do mercado espanhol, seguido do francês, americano, alemão e britânico – “este com um crescimento também muito grande”. “Acredito que, em 2024, iremos ter uma grande surpresa com o mercado canadiano”, assinala, adiantando que “a estratégia passará por atacar mercados de alto rendimento, de muito poder de compra, de longa distância, o que significa que vêm por mais dias e, por consequência, aumentam o estada média, mas também deixam mais à economia local”.
O objetivo do projeto smart destination é depois utilizar todo o conhecimento adquirido para delinear melhores e mais eficazes estratégias para dinamizar ainda mais o mercado turístico. “Quanto maior conhecimento tivermos sobre quem nos visita, mais preparados estaremos para lhe proporcionar uma jornada inesquecível”, assinala o líder da TPNP, adiantando que será uma ferramenta fundamental para as PME do setor. É o caso das empresas de animação turística, de restauração, de alojamento ou agências de viagem, que estarão mais preparadas para responder às tendências do setor.
“É preciso que as nossas PME também estejam preparadas para apresentarem e venderem melhor a todos os turistas as suas experiências“, frisa. Principalmente numa altura em que “a inteligência artificial poderá ter aqui um papel muito importante ao serviço do turismo”.
Em 2023 a região registou 12,6 milhões de dormidas e 6,5 milhões de hóspedes, o que representou um crescimento de cerca de 15% em relação a 2022. “Ultrapassámos os 900 milhões de euros em proveitos”, calcula o líder da Turismo Porto e Norte.
Recandidatura porque “ainda há muito para fazer”
O presidente da TPNP avançou ainda ao ECO/Local Online que se vai recandidatar a mais um mandato de cinco anos à frente desta entidade, cujas eleições estão agendadas para o próximo mês de fevereiro. “As listas têm de ser entregues até 19 de janeiro e vou recandidatar-me porque ainda há muito para fazer, há um trabalho que ainda não está terminado“, afirmou.
“Sim, está decidido. Tomei essa decisão de me recandidatar [à presidência da TPNP], assegurou o também líder da Associação de Turismo do Porto (ATP). “Vamos ter a oportunidade, finalmente, de conseguir realizar muitos daqueles que foram os projetos que fomos fazendo ao longo destes cinco anos e, terminada essa parte, aí sim, considero que está o trabalho feito”, frisou.
Ex-diretor executivo da Torre dos Clérigos do Porto e licenciado em Design pela Escola Superior de Artes e Design em 1995, Luís Pedro Martins sucedeu a Melchior Moreira, antigo presidente da TPNP, que tinha sido reeleito em junho de 2018 para o seu quinto e último mandato.
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