António Costa: “Só o PS está em boas condições de executar o PRR”
António Costa juntou-se ao último dia de campanha do PS e não poupou críticas ao PSD, seja pela inação sobre o futuro aeroporto, como as propostas de "choque fiscal" que serão um "rombo nas contas".
António Costa juntou-se pela última vez à campanha eleitoral do PS e alertou, esta sexta-feira, que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não pode ser entregue “a quem desde a primeira hora não acreditou” que “fosse possível”.
“[O PSD] esteve dois anos a dizer mal do PRR e agora querem ser eles a executá-lo? Eu não tenho dúvidas: só o PS está em boas condições para executar o PRR”, disse o ainda primeiro-ministro durante a sua intervenção.
Durante um almoço-comício em Lisboa, último dia de campanha eleitoral, Costa lembrou que a Comissão Europeia prevê que a execução do PRR, até 2026, permitirá que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça, no mínimo, 2% e 3,5% num cenário mais otimista. Esta projeção, recorda António Costa, permitirá colocar Portugal como o quinto país dos 27 Estados-membros “que mais vai aumentar a riqueza” naquele ano.
Face a isto, o ex-secretário geral do PS lança a questão: “Vamos entregar a execução do PRR a quem desde a primeira hora não acreditou que fosse possível? Quem não mexeu uma palha para negociar a emissão comum de dívida? Que esteve dois anos a dizer mal do PRR?”. E recorda que no programa, Pedro Nuno Santos inscreveu, entre várias metas, o objetivo de construir 32 mil casas, até 2026. “Não há seguramente ninguém que executará o PRR melhor que ele“.
António Costa aproveitou a sua intervenção para criticar o choque fiscal defendido pela direita, que, segundo o primeiro-ministro em gestão, está a ser prometido “desde o tempo de Durão Barroso”.
“Sabemos que o choque fiscal acaba sempre num brutal aumento de impostos”, continuou Costa ao ataque, acusando a direita de criar uma “mentira” que “esconde” as consequências destas mexidas fiscais.
“São um rombo nas contas públicas, ou trazem escondido outro aumento de impostos para compensar, ou são um pré-anúncio de corte de despesa, que na direita significa cortar salários e pensões”, continuou o primeiro-ministro, acrescentando a direita “tem de explicar quais os impostos que vão aumentar”.
Relativamente às medidas fiscais prometidas pela Aliança Democrática, como a descida do IRC, António Costa considerou-as serem um “bónus para as grandes empresas”, nomeadamente para o setor bancário e da grande distribuição que nas últimas semanas apresentaram resultados líquidos históricos que comprovam estarem “de boa saúde” e, por isso, não precisarem de “nenhum apoio fiscal”.
Naquele que foi o seu último discurso na campanha eleitoral, António Costa retomou o tema do novo aeroporto de Lisboa, recordando ter sido esse um dos tópicos que mais tensão criou entre o próprio, enquanto primeiro-ministro, e o então ministro das Infraestruturas. “Até eu e o Pedro Nuno Santos discutimos entre nós”, disse, aludindo ao episódio em que Costa revogou um despacho de Pedro Nuno Santos sobre a localização do novo aeroporto.
Mas o centro do tema acabou por ser a inação do PSD na decisão do futuro aeroporto, tema que se “arrasta há décadas”. A poucos dias da comissão técnica do aeroporto apresentar o parecer final sobre a localização, António Costa recorda que o PSD “vai nomear agora um grupo de trabalho para refletir sobre aquilo que já refletiu, que debateu”. “Não podemos perder mais tempo”, concluiu Costa.
Esta sexta-feira marca o último dia de campanha eleitoral que decorreu ao longo de duas semanas, após a concretização de 30 debates entre todos os partidos. As eleições para a formação da próxima Assembleia da República, e consequentemente formação de um novo Governo, estão marcadas para domingo, dia 10 de março. As urnas abrem às 8h e encerram às 19h.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h44)
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