Universitárias do Porto vencem competição da PortugalFoods com snack à base de desperdício de uva
Equipa vencedora vai representar Portugal na final europeia. Projetos como biscoitos com espinhas de peixe, snack com folhas de figo-da-Índia e barra alimentar com beterraba foram premiados pelo juri.
O projeto fusion rolls, um snack à base do desperdício de uva, desenvolvido por uma equipa de estudantes de três universidades do Porto, venceu o primeiro lugar da competição Ecotrophelia Portugal, promovido pela PortugalFoods. A competição tem como objetivo distinguir e estimular o empreendedorismo jovem no setor agroalimentar e reforçar a ligação entre a indústria e a academia.
Para além do prémio de dois mil euros, a equipa vencedora vai competir em outubro, em Paris, pelo prémio Ecotrophelia Europe. A equipa foi também distinguida pelo Parque da Ciência e da Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), onde será incubada e integrará o programa de aceleração de novas ideias e negócios.
O projeto fusion rolls foi desenvolvido por Mariana Fonseca (mestrado em ciências do consumo e nutrição, na Universidade do Porto), Catarina Lourenço (mestrado em engenharia alimentar, da Universidade Católica do Porto) e Ana Fernandes (mestrado em design, na Universidade Lusíada do Porto).
Foram premiados pelo júri mais dois projetos: a medalha de prata (prémio de mil euros) foi entregue a um grupo de alunos do Mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa que desenvolveram as crackers Trinca-Espinhas, biscoitos feitos à base de farinha de espinhas de peixe, farinha de trigo e alecrim, aproveitando subprodutos da indústria.
O terceiro lugar, no valor de 500 euros, foi atribuído a uma equipa de alunos da Universidade de Aveiro com o projeto snactus, um snack alimentar, com vários níveis de picante, que aproveita as folhas desperdiçadas pela indústria do Opuntia Ficus-Indica (vulgarmente conhecido como Figo da Índia).
Houve ainda espaço para a distinção Born from Knowledge, promovida pela Agência Nacional de Inovação, outro parceiro do prémio organizado pela PortugalFoods, que é atribuído ao projeto a concurso que mais se destaca pela sua base tecnológica. Este ano, este prémio ficou nas mãos da Beeta, equipa de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que apresentou um snack de beterraba especificamente destinado a atletas de competição e a todos aqueles que querem ter “corações saudáveis”, aproveitando todas as propriedades e benefícios deste produto hortícola na saúde.
As gerações mais jovens estão, sem dúvida, muito comprometidas com a construção de um mundo mais sustentável e olham para os princípios da economia circular e da inovação como ingredientes para uma alimentação justa, equilibrada e sustentável.
“As gerações mais jovens estão, sem dúvida, muito comprometidas com a construção de um mundo mais sustentável e olham para os princípios da economia circular e da inovação como ingredientes para uma alimentação justa, equilibrada e sustentável”, realça Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, citada em comunicado.
A responsável da PortugalFoods não esconde as expectativas “sempre altas” relativamente à participação portuguesa na competição europeia: que será, este ano, com a fusion rolls a tentar seguir as passadas de outras equipas portuguesas que se destacaram no Ecotrophelia Europe: em 2020, o preparado fermentado OrangeBee, à base de aquafaba (desperdício da cozedura de leguminosas) e pólen, deu o primeiro lugar a Portugal no concurso europeu; e, em 2022, desta vez na segunda posição, foi o produto Handy Rice, um snack desidratado à base de arroz e do tubérculo yacon, que brilhou na Europa.
A competição nacional Ecotrophelia 2024 contou com a participação de mais de meia centena de alunos e 14 candidaturas, sendo que chegaram à final oito equipas, que na passada sexta-feira, deram a provar os produtos alimentares a um júri de quase duas dezenas de membros, entre especialistas em inovação alimentar e stakeholders ligados ao setor agroalimentar.
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