Câmara de Lisboa contrata portuense STCP para projeto do terminal rodoviário de Sete Rios
Câmara de Lisboa contrata "competência" da empresa que opera os autocarros e elétricos que circulam na cidade do Porto para trabalhar em projeto para o terminal rodoviário de Sete Rios, na capital.
A Câmara de Lisboa está a trabalhar num projeto para o terminal rodoviário de Sete Rios, para o qual foi contratada a empresa Sociedade Transportes Coletivos do Porto (STCP), por ter competência para o efeito.
O vice-presidente da câmara e responsável pelo pelouro da Mobilidade, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), disse que a contratação da STCP vem na sequência do projeto RESTART – Masterplan for Lisbon’s Multimodal Mobility Hubs, que foi desenvolvido pela EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa para “fazer uma avaliação dos terminais rodoviários”.
“Na sequência desse trabalho, estava previsto desenvolver-se um projeto de execução para o futuro terminal [rodoviário de Sete Rios] e foi isso que foi feito. Foi identificada uma empresa que nos pareceu que tinha competência para o efeito”, apontou Filipe Anacoreta Correia, referindo-se à STCP, empresa que opera os autocarros e elétricos que circulam na cidade do Porto.
A informação foi prestada na reunião pública do executivo municipal, após questões colocadas pelo vereador dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) Rui Franco que manifestou “estranheza” por a contratação desta empresa não ter passado pela câmara e que procurou saber qual o projeto previsto para o terminal rodoviário de Sete Rios, lembrando que o assunto já tinha sido abordado no final do anterior mandato municipal, em concreto em julho de 2021.
Em resposta, o vice-presidente disse que se trata de “uma contratação instrumental”, que foi decidida pela Direção Municipal de Mobilidade, sem necessidade de deliberação do executivo, por considerar que “seria uma importante ajuda para o desenvolvimento de um programa base” para intervir nos terminais rodoviários em Lisboa, inclusive em Sete Rios, ressalvando que os projetos de execução serão discutidos em reunião de câmara.
“Temos de reconhecer que a realidade dos terminais rodoviários em Lisboa é francamente má, é francamente insuficiente”, afirmou Anacoreta Correia, acrescentando que o município, “no passado recente, não apenas não reforçou como contrariou esses terminais rodoviários”, com a diminuição da área em Sete Rios junto ao Jardim Zoológico, com a eliminação na Praça de Espanha, assim como intervenções no Areeiro e no Campo Grande.
“Os terminais rodoviários nos últimos anos têm vindo a conhecer fortes abalos do ponto de vista político e no passado recente, no último executivo, é um facto. Foi das áreas que foi mais penalizada, muito em contradição total com a valorização do transporte público, da indicação de criar alternativas para que as pessoas não venham para a cidade de carro”, sublinhou.
O autarca do CDS-PP defendeu que é preciso encontrar soluções para resolver a situação, indicando que o que foi feito no passado “foi muito mau” e “uma revisão tão profunda sobre esta matéria não se faz rapidamente”.
O projeto RESTART pretende servir de instrumento para repensar e planear a execução dos terminais rodoviários em Lisboa, no sentido de ter “terminais intermodais satisfatórios e condizentes com o que há nas demais cidades europeias”.
De acordo com informação da EMEL, o RESTART é coordenado pela Câmara de Lisboa e tem um orçamento total de 864.533 euros, financiado pelo programa europeu CEF – Connecting Europe Facility, sendo a EMEL responsável pela gestão global do projeto.
“O RESTART tem como objetivo estudar a reconversão dos cinco terminais rodoviários mais importantes da cidade de Lisboa – Oriente, Sete Rios, Campo Grande, Pontinha e Colégio Militar – em interfaces de mobilidade, que promovam a intermodalidade e integrem diferentes modos de transporte e serviços, que sejam confortáveis, seguros, e assentes em modelos de operação tendo em vista a sustentabilidade da sua gestão a longo prazo”, refere a EMEL, indicando que a seleção destes cinco terminais tem como pressuposto uma rede de interfaces de mobilidade com gestão dinâmica de capacidade, que permita fazer face às limitações de capacidade das infraestruturas individuais.
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