Startup do Porto está à procura de investidores para levar lanches saudáveis para os EUA
Fernanda Vasconcelos despediu-se de diretora de marketing do Impacting Group para dedicar-se inteiramente à Nolita, startup que desenvolve produtos sem qualquer adição de açúcares ou adoçantes.
O casal Fernanda Vasconcelos e Nuno Gama decidiram mudar a alimentação da família em 2017 e deparam-se com a falta de opções no mercado para pequenos-almoços e lanches. Fernanda meteu as mãos na massa e decidiu começar a criar as próprias receitas em casa sem adição de açúcar. Entre tentativa e erro, criou uma granola que fez sucesso entre os amigos e familiares. No final de 2019 despediu-se do cargo de diretora de marketing do Impacting Group para dedicar-se a 100% à Nolita.
A decisão de se demitir aconteceu quando a startup de Fernanda Vasconcelos participou na 2ª edição do From Start to Table, da Startup Lisboa e foi esta candidatura que marcou o rumo da empreendedora. “Na altura, pensei: se não for selecionada é porque o que estou a fazer não presta; caso seja selecionada, é porque há esperança“, conta ao ECO/Local Online, Fernanda Vasconcelos, cofundadora e diretora geral da Nolita.
Acabou o programa de incubação em dezembro de 2019 e em março seguinte viu chegar o primeiro confinamento provocado pela pandemia da Covid-19. “Foi um balde de água fria, mas foi também uma oportunidade de trabalhar no desenvolvimento do produto”, diz Fernanda Vasconcelos que tem um curso de marketing digital na General Assembly em Londres e um MBA na Porto Business School. Para melhorar o conhecimento na área da nutrição, Fernanda decidiu fazer um curso de ciências da nutrição na Universidade de Medicina de Stanford, em 2022.
A startup portuense, sediada perto da rotunda da Boavista, desenvolveu uma tecnologia que permite eliminar açúcares e adoçantes adicionados, utilizando apenas fibras prébióticas. A grande maioria dos produtos vendidos pela Nolita contém uma dose de 30 gramas de fibra por cada 100 gramas, cinco vezes mais do que o mínimo exigido por lei para um produto ser considerado rico em fibra. Ao aumentar este componente, o açúcar foi reduzido: grande parte dos produtos tem entre dois e quatro gramas de açúcar em cada 100 gramas de produto, dose que corresponde ao açúcar naturalmente presente nos ingredientes (frutos secos e sementes).
Empreendedora procura investidores para expandir para os EUA
Os produtos Nolita estão disponíveis em mais de 100 pontos de venda físicos de Norte a Sul do país, como lojas Celeiro e El Corte Inglès, além de várias lojas online e marketplaces nacionais e internacionais. O retalho pesa 90% da faturação. A portuguesa já exporta 5% da produção para Espanha, França, Itália e Holanda. Para adoçar o negócio, a Nolita está à procura de investidores que possam ajudar a escalar nos Estados Unidos.
“Estivemos recentemente na Fancy Food Show, em Nova Iorque, e percebemos o potencial deste mercado para os produtos Nolita. Acreditamos que podemos chegar a 1 milhão de euros em 2026 com o mercado dos EUA,” afirma Fernanda Vasconcelos.
Estivemos recentemente na Fancy Food Show, em Nova Iorque, e percebemos o potencial deste mercado para os produtos Nolita. Acreditamos que podemos chegar a 1 milhão de euros em 2026 com o mercado dos EUA.
A empresária detalha que estão a negociar com dois tipos de entidades diferentes: “empresas tradicionais já com instalações fabris, logística e equipas comercias que já vão a feiras internacionais, ou business angels e capitais de risco“. Neste segundo cenário, a empreendedora revela que está a falar em injeções que rondam o meio milhão de euros. “Ainda estamos em fase de namoro com várias empresas“, afirma a gestora, que trabalhou também para o grupo Sonae na equipa de e-commerce como responsável de aplicações móveis.
Em março deste ano, a empresa portuguesa registou a primeira patente, uma inovação que permite criar produtos sem qualquer adição de açúcares/adoçantes. Para caramelizar e adoçar os seus produtos, a Nolita utiliza fibras prébióticas naturais, graças ao processo proprietário, uma técnica termomecânica que molda as propriedades das fibras. Esta inovação pode ser aplicada em diversas categorias de alimentos, como granolas, barras de cereais, bolachas e muito mais.
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