Moreira pede multas mais pesadas para carros estacionados nas faixas Bus

Numa conferência onde esteve com o homólogo de Lisboa, Moreira defendeu redução da pressão automóvel nas cidades, começando desde logo por encontrar soluções para restringir o acesso.

O presidente da câmara do Porto pediu, esta terça-feira, mão pesada para os automobilistas que estacionam nas faixas de Bus, transformando-as em autênticos parques de estacionamento e congestionando o trânsito. Rui Moreira já pediu à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para passar estas competências para os municípios, já que estes regulam o trânsito.

O autarca considerou mesmo tratar-se de um contrassenso se tivermos em conta “um desgraçado que anda no metro e que se esqueceu de validar paga 120 euros [de multa], e o tipo que para o Porsche em cima do passeio paga 30”.

Passado meia hora de abrirmos uma faixa BUS, ela transformou-se num parque de estacionamento”, lamentou Rui Moreira, durante um debate sobre mobilidade, organizado pela Rádio Renascença, com o seu homólogo de Lisboa, Carlos Moedas. “Na medida em que somos nós quem fiscaliza o trânsito, deveriam passar para as cidades a fiscalização”, defendeu.

Ambos os autarcas concordam quanto à necessidade de reduzir a pressão automóvel nas cidades. O edil da capital já começou a fazer caminho nesse sentido com “um conjunto de incentivos que toquem no bolso das pessoas”, de modo a que considerem ser uma mais-valia trocar o veículo próprio pelos transportes públicos.

“O primeiro ponto que temos de olhar na cidade de Lisboa é como é que evitamos que estes carros entrem em Lisboa”, referiu Moedas, considerando mesmo que a “construção de muitos parques de estacionamento Navegante”, em que “quem tem o seu passe mensal de transportes, pode deixar o carro” sem custo adicional, foi das medidas “mais importantes” que tomou com esse propósito.

A ideia é “deixar os carros à entrada [da cidade] e apanhar transporte, que é o que se faz na maior parte das cidades europeias”, afirmou Moedas, lembrando que em 2018 havia 300 mil carros a entrar diariamente na capital, e hoje são “mais ou menos 400 mil“.

Rui Moreira (D), presidente da Câmara Municipal do Porto, Carlos Moedas (E), presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e José Pedro Frazão (C), jornalista moderador, durante a conferência “As Políticas de Mobilidade nos Grandes Centros Urbanos” que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto em 15 de outubro de 2024.FERNANDO VELUDO/LUSA

Ainda a propósito da pressão automóvel, Rui Moreira aproveitou para apontar o problema na Via de Cintura Interna (VCI) que atravessa a localidade e “é uma artéria que cria uma trombose na cidade“. Diz-se de mãos atadas, até porque “dificilmente pode fazer alguma coisa. Apenas reclamar e propor medidas”. Para o autarca, “não resolve nada aumentar a capacidade da VCI”, sugerindo, em vez disso, “trocar o modelo de portagens” existente, o que já sabe de antemão que não reunirá consenso entre todos os presidentes de câmara que integram a Área Metropolitana do Porto (AMP).

Já a 22 de janeiro deste ano, Rui Moreira reivindicou a aplicação das medidas para retirar pesados da VCI, acordadas pelo grupo de trabalho em 2020, responsabilizando o Governo e a câmara de Matosinhos pela não implementação. Entretanto, em setembro deste ano, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, comprometeu-se, até ao final deste ano, a apresentar uma solução definitiva por considerar tratar-se de uma “prioridade total”.

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