Fundo de Transição Justa integra investimento em nova escola superior de Abrantes
"Sempre olhámos para o Fundo de Transição Justa como um mecanismo financeiro capaz de deixar também aqui uma marca em Abrantes e na região do ponto de vista público", diz o presidente de câmara.
A Câmara Municipal de Abrantes (Santarém) anunciou, esta terça-feira, a aprovação de uma candidatura ao Fundo de Transição Justa (FTJ) para a requalificação da Escola Superior de Tecnologia (ESTA), num investimento na ordem dos oito milhões de euros.
“Sempre olhámos para o Fundo de Transição Justa como um mecanismo financeiro capaz de deixar também aqui uma marca em Abrantes e na região do ponto de vista público, e o dinheiro que o FTJ tem para apoiar as empresas é muito importante para criar novos postos de trabalho, para mitigar verdadeiramente o impacto do encerramento [da central] do carvão“, disse à Lusa o presidente do município de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.
A autoridade gestora do Programa Regional do Centro (Centro2030) havia anunciado em junho que iria submeter à Comissão Europeia (CE) a candidatura à criação da futura ESTA, no âmbito do FTJ e das compensações económicas e sociais decorrentes do encerramento, em 2021, da central a carvão no Pego.
“Prosseguimos este caminho há muito tempo, desde o dia do encerramento da central térmica a carvão; desde o dia em que percebemos que iria haver um fundo financeiro para a mitigação do impacto do encerramento do carvão. Desde essa altura percebemos que tínhamos de trabalhar de forma intensa para conseguir os melhores resultados para o território”, disse o autarca, apontando para janeiro o lançamento do concurso da obra.
“Temos o projeto terminado, estamos (…) a reunir condições para que, na primeira reunião de câmara de janeiro, possamos aprovar o lançamento da empreitada da nova Escola Superior de Tecnologia“, declarou, sublinhando a importância da estrutura nas respostas ao território “do ponto de vista da formação, da qualificação, do ensino superior, da resposta às empresas, na procura de mais cursos, de maior potencialidade de captação de alunos”.
Sublinhando que o anúncio da aprovação do investimento decorre no ano em que a ESTA cumpre 25 anos em Abrantes, em instalações provisórias, Valamatos apontou ao “tempo bastante de maturidade, do ponto de vista científico e pedagógico” (…) para que “novas oportunidades se possam lançar e novos desafios sejam colocados” com as futuras “condições infraestruturais”.
Temos o projeto terminado, estamos (…) a reunir condições para que, na primeira reunião de câmara de janeiro, possamos aprovar o lançamento da empreitada da nova Escola Superior de Tecnologia.
“É isso que nós desejamos, e iniciar as obras o mais rápido possível para cumprir os ‘timings’ que a Europa coloca sobre a gestão do FTJ”, declarou Valamatos.
A proposta visa agregar todas as valências da ESTA, que atualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade, no TagusValley — Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, num projeto que quer “reabilitar e juntar espaços que estão disponíveis para formação profissional”.
O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a autarquia, que haviam anunciado uma candidatura conjunta, visam assim dotar “a sub-região do Médio Tejo de instalações adequadas e cursos superiores que possibilitem formação especializada através de capacitação destes ex-ativos [da central do Pego] para novas atividades e ajudem a captar, fixar pessoas e criar emprego“.
O presidente da câmara de Abrantes lembrou que “o encerramento da Central Termoelétrica a carvão deixou um rasto de perda significativa na economia” local e regional, que estimou em “muitos milhões de euros”, tendo defendido que “uma das formas de mitigar os prejuízos para toda a região será, seguramente, através do ensino superior, da capacitação de pessoas, do conhecimento, da ciência e da tecnologia”.
Jorge Brandão, da Autoridade de Gestão da Centro 2030, disse em junho, em Abrantes, que o encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego implicou a perda de 420 postos de trabalho, diretos e indiretos, com efeitos negativos na cadeia de valor e um impacto significativo nas atividades económicas locais, e que a dotação de 65 ME do FTJ ao Médio Tejo decorre deste facto.
“O processo de reprogramação operacional vai incluir uma alteração ao FTJ, que tem a ver com o caminho que já fizemos, ao nível de apoiar projetos empresariais e da identificação de novas oportunidades que nos parecem relevantes para este território, como apoiar a concretização da Zona Livre Tecnológica (ZLT) e, noutra dimensão, e que o território (do Médio Tejo) considera muito relevante, que é apoiar a criação da nova ESTA”, disse então aos jornalistas.
O presidente da câmara de Abrantes, que também preside à CIM Médio Tejo, vincou esta terça-feira que os projetos a candidatar a financiamento no âmbito do FTJ incidem, além da nova ESTA, em novos projetos de produção na área das energias renováveis.
“Olhamos para a questão da mobilidade e dos transportes públicos a hidrogénio como uma forte possibilidade de financiamento; olhamos para a ESTA como um elemento central também da formação e da resposta às empresas e da criação de novos postos de trabalho; olhamos para a questão das ZLT que pretendem ser agentes facilitadores da implementação de novos projetos de tecnologia, de novos projetos de produção, nas áreas das energias renováveis”, declarou Manuel Jorge Valamatos.
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