Autárquicas em Cascais. PSD e Chega enfrentam divisão, PS tenta descolar de Judas

Um jovem ex-PSD aliou-se a um histórico e afronta o sucessor de Carreiras. O Chega andou entre nomes. O PS não encontrou um nome nacional para voltar ao poder 24 anos depois de Judas.

O ponto mais ocidental da Europa continental, onde Ayrton Senna se tornou rei do automobilismo ao volante de um Lotus no Autódromo do Estoril, o ex-dono da coroa de Espanha desfrutou a sua juventude no Estoril, alguns vivem como príncipes no luxo da Quinta Patino ou Quinta da Marinha, e mais de 200 mil se distribuem pelo resto dos quase 100 quilómetros quadrados de território, é terra social-democrata há um quarto de século. Ali, em Cascais, também já houve vitórias do CDS e do PS, além de segundos lugares do PCP, de cujas fileiras saiu um ex-sindicalista comunista para presidir à autarquia num mandato “rosa”.

Este ano, o PSD escolheu Nuno Piteira Lopes, vice-presidente de Carlos Carreiras. O autarca em limite de mandatos assume-se como mandatário, enquanto o centrista Luís Mota Soares, ex-ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social no Governo de Pedro Passos Coelho, recandidata-se a líder da Assembleia Municipal, cargo para o qual é eleito desde as autárquicas de 2017.

Em limite de mandatos, Carlos Carreiras passa o testemunho ao seu vice-presidente Nuno Piteira Lopes, de quem é mandatário

Carreiras chegou ao poder quando subiu de vice de António Capucho a chefe do Executivo municipal, mas hoje, Capucho reaparece ao lado de João Maria Jonet ex-militante laranja e ex-colaborador nas candidaturas de Luís Newton para presidente da Junta de Freguesia da Estrela e de Carlos Moedas em Lisboa.

Há quatro anos, no podcast Maluco Beleza, o jovem consultor, então com 23 anos, definia os seus clientes como “políticos que queiram os meus bitaites, para ver se ganham eleições ou melhoram a sua projeção pública, conseguem fazer eventos giros, sei lá”.

Este ano, o Expresso noticiou conversações entre PS e Jonet para a candidatura em Cascais, informação desmentida, posteriormente, por aquele que virá no boletim de voto pelos socialistas, João Ruivo.

Ruivo não esconde o peso do legado controverso deixado pelo último presidente socialista em Cascais, José Luís Judas. Quando questionado pela TSF sobre a opção inicial socialista por Marcos Perestrelo, hipótese afastada aquando das legislativas antecipadas deste ano, João Ruivo recusou ser um plano B: “Segunda escolha tem um sentido depreciativo. Existe mais do que uma boa escolha para o município. Havia uma que foi entendida, na altura, seguir, não sendo seguida houve outra escolha que é igualmente boa, que vai liderar este processo. O nosso trabalho passa por demonstrar que estamos preparados, que conhecemos o município e que temos ideias para o fazer”.

Ao longo deste século, o PS já testou desde o apresentador de um programa de televisão chamado “Casos de Polícia”, Arrobas da Silva (eleito vereador em 2005 e alvo de declaração de perda de mandato em 2008 por não ter entregue a declaração de rendimentos), até uma ex-ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas (2017), mas os eleitores mantêm o voto na coligação PSD/CDS.

Em Cascais, onde o PS já testou fórmulas distintas para recuperar a Câmara, desde o apresentador de televisão Arrobas da Silva até à ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilha. O deputado nacional Marcos Perestrelo esteve na calha para candidato em 2025, mas recuou. Subiu ao palco João Ruivo, que recusa ser segunda escolha

Pêndulo eleitoral entre esquerda e direita

As diferenças profundas nas características sociais do município de Cascais veem-se em meio século de democracia. Em 1976, os cidadãos colocaram o PS a governar e o PCP em segundo lugar, seguidos do CDS e só depois o PPD (PSD). Já em 1979, com o PSD fora do boletim, o CDS seria vencedor, seguido dos comunistas e depois do PS.

Em 1982, a jovem arquiteta Helena Roseta levava o PSD à liderança, numa curta vitória sobre a APU (antecessora da CDU) por cerca de 3.000 votos entre mais de 76 mil votantes. “Em Cascais, distribuí pelouros por todos os partidos, mesmo pelos que estavam em oposição ao PSD. Foi com toda a vereação e funcionários municipais que enfrentámos as terríveis cheias de 1983, em que faleceram 4 pessoas”, descreve Roseta no seu site.

Em 1985, ano da vitória de Cavaco Silva e das primeiras autárquicas do Partido Renovador Democrático, apadrinhado por Ramalho Eanes, Helena Roseta surgia ao lado de Mário Soares nas presidenciais e o vice-presidente Georges Alphonse da Silveira Dargent foi chamado para candidato do PSD, vencendo.

Ao segundo mandato, Georges Dargent renunciou, por razões de saúde, e deu-se a breve passagem de Rui Frade Ribeiro e Manuel Higino Monteiro, após os quais os eleitores chamaram à governação um socialista que um ano antes ainda vestia o fato comunista.

Ex-presidente da CGTP e ex-membro do PCP, em nome de quem viajara em 1990 à capital da União Soviética e parceiros do leste, José Luís Judas chegava onde o PCP nunca conseguiu nesta terra de figuras centrais da sua némesis, o capitalismo.

O partido de Álvaro Cunhal andara várias vezes perto do poder, mas apenas quando um dos seus se desalistou e abraçou o PS a esquerda voltou a Cascais. Judas ganhou em 1993 e 1997, não se apresentando em 2001, quando o PS considerou que já não reunia as condições políticas para tal.

Nesse ano, António Guterres, numa visita ao município para ver a demolição da última barraca do bairro da Torre, fora confrontado com bastante contestação ao autarca nas ruas, como mostrou a RTP. O primeiro-ministro não quisera dizer se o autarca que tomou Cascais ao PSD seria de novo candidato: “não é disso que venho tratar. No tempo de Salazar é que os primeiros-ministros nomeavam os presidentes de Câmara”, salientou, não aceitando pronunciar-se na sua qualidade de secretário-geral do PS, mas o futuro estava traçado. Tanto para Judas, quanto para Guterres, que após o desaire eleitoral no país acabaria por pedir a demissão ao Presidente Jorge Sampaio. Entre as derrotas sofridas pelo PS, Cascais, tal como a vizinha Sintra, além das capitais de distrito Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Setúbal e Portalegre, entre tantas outras.

Em 2001, duas caras novas eram propostas: de um lado, José Lamego, então secretário nacional do PS para as relações internacionais, ex-secretário de Estado de Guterres entre 1995 e 1997. Do outro, António Capucho.

António Capucho virou a autarquia do PS para o PSD, mas depois esteve ao lado de Marco Almeida quando este se candidatou, contra o seu partido, como independente em Sintra. Agora, Almeida até está de volta ao PSD para ganhar Sintra aos socialistas, mas Capucho junta-se a um adversário do candidato social-democrata em Cascais, João Maria Jonet

A candidatura de Lamego viu-se envolvida numa inusitada questão de desmentido de figuras públicas de apoio à sua candidatura. Entre eles, o do então futebolista e hoje presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa. Em dezembro, o editorial do jornal Acção Socialista, dirigido por António José Seguro, escrevia que “de mangas arregaçadas para a luta, os socialistas não temem o voto popular nas próximas eleições autárquicas. Vai uma grande diferença entre a opinião pública e a opinião publicada que já tocou o dobre de finados ao socialismo na nossa terra”.

“Não fiquem em casa no próximo domingo, porque a abstenção só nos irá prejudicar”, avisara José Lamego, dizendo da sua candidatura – em contraponto com a de Capucho – que “não é arrogante, ignorante ou distante da realidade”.

Num jantar com 400 mulheres no Guincho, entre as quais a ex-“primeira-dama” do Sport Lisboa e Benfica, Margarida Prieto, o ex-governante apontou a Capucho “uma candidatura de regressão e de insensibilidade perante aqueles que menos condições têm”.

A edição citava Mário Soares: “misturar eleições autárquicas com legislativas é errado do ponto de vista da democracia”. A mensagem não fora ouvida por Guterres, que se demitiu. E os eleitores também não deram valor ao que os candidatos socialistas preconizavam. Lamego, que havia prometido permanecer como vereador, “sem nunca diminuir o empenho”, em caso de derrota, renunciaria à vereação em 2003. Segundo o Correio da Manhã, justificou-o com “muitos afazeres no estrangeiro”.

Nessas eleições de dezembro de 2001, o concelho voltaria ao PSD. Quatro anos depois, Luís Marques Mendes, presidente do partido, salientava que “com António Capucho, não se ouviu mais falar em promiscuidade entre interesses públicos e privados”.

Entretanto, Judas acabaria por ser constituído arguido, conjuntamente com um empresário da construção civil, por negócios suspeitos entre 1996 e 2000 no âmbito do programa que promoveu o fim das barracas, o PER (Plano Especial de Realojamento). Em 2008, o tribunal decidiu não haver provas para o levar a julgamento. Há ano e meio, esteve ao lado de outras ex-figuras da CGTP a apelar ao voto no PCP nas legislativas de 2024.

José Luís Judas (esquerda) inaugura a Marina de Cascais, em agosto de 1999, acompanhado pelo ministro Joaquim Pina Moura, que como ele deixou o PCP e se tornou eleito pelo PS FOTO MANUEL MOURA/LUSA

Capucho segura Cascais num cenário de trauma no PSD

Depois de tirar a Câmara ao PS em 2001, Capucho recandidatava-se em 2005, naquela que eram as primeiras autárquicas após a derrota socialista motivadora da demissão de Guterres.

Contrariamente ao que poderá supor-se a esta distância, quem estava em polvorosa era o PSD, que meses antes tivera uma traumática perda de poder no país para José Sócrates e se debatera nesse mesmo ano 2005 com a substituição de liderança. Capucho considerava que as eleições se disputariam em “condições não tão favoráveis como há quatro anos”.

O ambiente da queda de Santana Lopes e ascensão de Sócrates era tal que o coordenador autárquico do PS, Jorge Coelho, no Acção Socialista publicado seis dias antes das autárquicas, chamou Mendes de “sindicalista radical”.

Capucho não desarmou após a vitória de 2005, e em 2009 partiu para um terceiro mandato. Eleito com mais de 50% dos votos, viu os vereadores do PS dispensar pelouros. “Não houve nenhum convite ao Partido Socialista para integrar a vereação de pelouros na câmara porque se anteciparam e disseram que não estavam interessados. Por isso, nem tive de mostrar a minha vontade”, afirmou o conselheiro de Estado e fundador do PSD.

A sua principal adversária, a ex-secretária de Estado da Habitação com António Guterres e ex-secretária de Estado das Obras Públicas em Macau antes da transição do território para a administração da China, assumira a derrota sem hesitar, num sinal da força laranja em Cascais: “Não estou nada surpreendida. Este resultado era o mais provável, dado que já existia uma maioria. Normalmente, quem está no poder mantém o seu lugar”, disse Leonor Coutinho.

Menos de ano e meio após as autárquicas de 2009, Capucho suspendeu o mandato, por razões de saúde, e o vice-presidente, Carlos Carreiras, assumiu o lugar.

Em janeiro de 2012, já com Passos Coelho como primeiro-ministro, Capucho dizia que “aproximando-se o fim do período improrrogável e porque persistem os condicionalismos que me obrigaram a suspender as funções, decidi renunciar definitivamente ao cargo”.

Quando Carreiras foi a votos em 2013 tinha pela frente um dissidente, João Sande e Castro, vereador do Desporto desde 2001 e candidato independente naquele ano e depois também em 2017. Aí, Sande e Castro era acompanhado por um jovem que em 2020 viria a inscrever-se como militante no PSD, que em 2022 apoiou Jorge Moreira da Silva na candidatura à liderança do PSD contra Luís Montenegro e que, enquanto comentador político, escreveu no Expresso ser necessário reformar o partido e que para “ser credível é preciso mudar tudo, até as pratas”. Esse jovem é João Maria de Sousa Alvin Jonet.

João Maria Jonet e o ex-presidente de Cascais pelo PSD António Capucho estão juntos contra Nuno Piteira Lopes, candidato social-democrata. A cor dominante é o laranja

PSD atual contra duas outras gerações PSD

António Capucho avançou para combater a construção desregrada do mandato de José Luís Judas e acabou substituído por quem faz dez vezes pior”, acusou, há semanas, na apresentação da sua candidatura João Maria Jonet, um ex-PSD que esteve ao lado de Carlos Moedas na candidatura a Lisboa em 2021 e se desfiliou do partido para poder candidatar-se como independente na sua terra.

Bisneto do ex-líder da autarquia em 1970/1971, António Mariano de Carvalho, o ex-comentador da SIC não poupa nas críticas a Piteira Lopes e as suas declarações recentes provam que não apenas se candidata a Cascais como se candidata contra o ainda vice-presidente.

Em entrevista ao portal Sapo, há 12 meses, Jonet, candidato em cuja página na Wikipedia se destacam antepassados autarcas, condes e viscondes, salientava ser militante do PSD e deixava perceber a animosidade com Piteira Lopes, candidato social-democrata a Cascais: “Idealmente não queria ser candidato contra o meu partido. Mas gostava sobretudo que o PSD tivesse um candidato melhor do que aquele que indicou. Eu não sou a última Coca-Cola do deserto, mas com os anticorpos que este candidato tem, não vai ser bom”.

João Maria Jonet não poupa o PSD de Cascais, de que Piteira Lopes é líder: “É uma cultura muito pouco democrática, comparável à do PSD Madeira”.

Nas suas preferências estaria um nome que se afastou da autarquia após a queda do Governo de António Costa e entrou para a equipa governamental de Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz. O governante, então vice-presidente de Cascais, era visto como o sucessor natural de Carlos Carreiras, mas acabaria escolhido para ministro das Infraestruturas e Habitação.

Quando se apresentou como candidato da coligação PSD/CDS, na qual o ex-ministro Pedro Mota Soares é de novo candidato à Assembleia Municipal, Nuno Piteira Lopes assinalou que esta equipa, na qual ficam poucas das caras do Executivo agora em final de mandato, “não pretende rasgar com aquilo que é o passado, um passado que nos honra a todos, mas que está muito longe de ser apenas mais do mesmo. Mantemos os valores e o compromisso que nos caracterizam, mas temos uma visão renovada”.

Piteira Lopes contra, entre os suplentes da sua lista, com as figuras públicas António Sala e Bibá Pitta, além do presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, António Nunes, e já recebeu o apoio da ex-presidente socialista da Junta de Freguesia de São Domingos de Rana, Fernanda Gonçalves. Esta freguesia era, até há quatro anos, o último reduto socialista no concelho.

Nuno Piteira Lopes Carlos Carreiras Viva Cascais
Nuno Piteira Lopes renova de forma clara a equipa de candidatos face a quem tem acompanhado Carlos Carreiras, mas salienta: “mantemos os valores e o compromisso que nos caracterizam, mas temos uma visão renovada”

Piteira Lopes conta ainda com o apoio de relevantes empresários, como José Germano de Sousa (que já foi presidente da Assembleia Municipal pelo PS entre 1998 e 1999, candidatando-se depois, vitorioso, a bastonário da Ordem dos Médicos), José Luís Pinto Basto e Filipe de Botton. Num comunicado, os empresários justificam o apoio referindo que “Cascais precisa de um presidente que promova o crescimento económico sustentável, o investimento e a criação de emprego”.

Também a lista de João Maria Jonet chama a si apoios de peso. Na comissão de honra tem por presidente Eduardo Marçal Grilo, ex-ministro da Educação de Guterres. Entre os membros, outras personalidades de governos PSD e PS, entre as quais Isabel Cordeiro, escolhida por António Costa para secretária-de-Estado da Cultura do ministro Pedro Adão e Silva, e que acabaria por deixar o Executivo com a demissão de Costa – outro dos nomes de Costa é o de João Cepêda, que o então primeiro-ministro chamou para chefiar a comunicação de todo o Governo. Também com Jonet estão a ex-vereadora da Educação e Cultura de António Capucho, Ana Clara Justino, e o presidente da EDP, Miguel Stillwell.

Críticas colam Carreiras a Judas

Como aconteceu nos tempos de Judas, os mandatos de Carlos Carreiras não evitaram polémicas ligadas a imobiliário, desta vez não com questões de bairros sociais, mas sim construção de luxo.

São disso exemplo a construção de uma urbanização na Quinta dos Ingleses, na orla costeira em Carcavelos, e a venda de um terreno na Parede para dar lugar a um hotel de cinco estrelas, temas em que a autarquia sempre assegurou a inexistência de irregularidades.

Já no processo de concessão do aeródromo de Tires, infraestrutura que se pretende alargar e tornar apta a jatos de maior envergadura, Carreiras optou pela suspensão, Em abril, numa conferência do ECO, Carreiras explicou o processo: “como em Portugal há certos interesses que estão escondidos […], como se fosse um campo minado, juntaram-se aqui pessoas ligadas a uma tentativa de controlo da comunicação social, que tivemos há pouco tempo em Portugal. Juntando-se a fatores de extrema-direita, que também estavam envolvidos nesse processo, isso levou a que viesse uma acusação de que, ao fim e ao cabo, eu era quase um ponta-de-lança do PCC brasileiro”.

Carlos Carreiras deixa para o sucessor um projeto de expansão do aeródromo de Tires, com foco especial na colaboração com a universidade Nova SBE. (ACOMPANHA TEXTO). TIAGO PETINGA/LUSATIAGO PETINGA/LUSA

Carreiras, que vê o potencial para fazer de Cascais um polo a aeronáutica, ligando a Nova SBE ao aeródromo, não desistiu de alavancar a dimensão de conhecimento em torno do aeródromo, mas preferiu não deixar a concessão levantar voo. “Embora quem é presidente de Câmara tenha que ter um grau de paciência muitíssimo grande, há limites que eu não estou disposto a ultrapassar”.

Uma das vozes mais prolixas contra Carreiras é a do vereador do Chega João Rodrigues dos Santos. Em julho, João Rodrigues dos Santos acusou Carreiras de “silenciamento da oposição” e “esvaziamento do papel fiscalizador dos vereadores”, e saiu de representante da autarquia na Comissão de Acompanhamento e Fiscalização da empresa Águas de Cascais, cargo remunerado que tinha aceitado de Carreiras em fevereiro de 2022.

Tal como no PSD, também no Chega há dois nomes com ligações ao partido a concorrerem a Cascais.

O partido de André Ventura demorou a acertar candidato e andou entre Filipe Melo (deputado nacional envolvido esta semana numa polémica no Parlamento), o cascalense Pedro Pessanha (que afinal irá por Cuba, no distrito de Beja) e ainda o atual candidato, irmão do jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos. Entretanto, um outro deputado do Chega apresentou-se para a corrida em Cascais. António Pinto Pereira quebrou a união no partido e segue como independente, com apoio de Nova Direita e Nós, Cidadãos.

Depois de dois deputados do Chega no Parlamento terem surgido nas cogitações para Cascais, o vereador João Rodrigues dos Santos (ao centro, de óculos escuros) avançou como candidato (foto da conta de Facebook do partido)

Entre os críticos está também Alexandre Abreu, deputado municipal do Bloco de Esquerda, que lidera a coligação com o Livre e o PAN, os quais estiveram ao lado do PS em 2021 e, somados, não conseguiram melhor que três em 11 vereadores, juntam-se agora ao Bloco de Esquerda.

A possibilidade de coligações depende sempre da realidade política local e as propostas do PS aqui em Cascais e a visão do PS para o concelho afastam-se muito daquilo que é o centro comum da visão desta coligação”, afirmou o candidato, Alexandre Abreu. “Desde o primeiro momento, tanto da parte deles como da nossa parte, não houve uma disponibilidade para procurar colmatar essas diferenças porque simplesmente são demasiado grandes”, referiu o bloquista atualmente deputado municipal.

Pela CDU, que já teve um lugar de destaque na vereação em Cascais, Carlos Rabaçal, vereador em Setúbal, tenta recuperar um lugar que já foi seu na década de 1990.

Pela Iniciativa Liberal, Manuel Simões de Almeida apresenta como caderno de encargos ficar à frente do PS e entre as promessas estão o regresso à fama noturna de espaços como o Coconuts e o 2001, discoteca no Autódromo do Estoril onde Ayrton Senna teve a primeira vitória de sempre na sua carreira.

Na corrida de 12 de outubro, os cascalenses decidirão se Piteira Lopes passa a meta à frente e prolonga o legado do PSD e CDS para um total de 28 anos.

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