É a partir do Porto que o grupo de saúde capilar Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como sócio, dá cartas para o mundo com tecnologia de ponta e "revolucionária" na investigação biomédica.
“É neste laboratório de investigação tecnológica que fazemos a magia destas invenções e da criação de novos produtos” na área da saúde capilar, começa por contar Carlos Portinha, diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como sócio. É o caso do futuro braço robótico de transplantes capilares, do “inovador” sistema de administração de anestesia automatizado ou do dispositivo BotHair® Ultra Plus, que extrai as unidades foliculares “com uma precisão ainda maior”, elenca o médico, guiando o ECO/Local Online pelas mais recentes conquistas que lançam o grupo na liderança do campeonato mundial tecnológico. E que conta entre os clientes com centenas de figuras públicas bem conhecidas, do desporto à televisão.
É neste laboratório que começamos a nossa visita ao Insparya Science and Clinical Institute, na Foz do Douro (Porto), onde Carlos Portinha desvenda ao ECO/Local Online as mais recentes soluções tecnológicas de ponta desta empresa de diagnóstico, tratamento e investigação em saúde e transplante capilar. Estas serão depois utilizadas nos transplantes capilares que o grupo faz nas clínicas que detém a nível mundial, a mais recente em Omã (Médio Oriente). Ainda para este ano está prevista a abertura de mais espaços em Roma (Itália) e em Riade (Arábia Saudita). O grupo tem cinco clínicas em Portugal (Porto, Braga, Viseu, Lisboa e Vilamoura), igual número em Espanha (Barcelona, Bilbau, Madrid, Valência e Marbella) e uma outra em Itália (Milão).
No laboratório trabalha uma equipa de investigadores com formação em eletrónica, informática, automação industrial, biomecânica ou design de produtos, que desenvolve os sofisticados dispositivos médicos para o grupo sair vitorioso neste campeonato competitivo. Apetrechada com computadores e diversos equipamentos e ferramentas, é nesta sala que se faz história, ou “magia”, como o médico chama às conquistas tecnológicas que o grupo triunfa em campo com o nome de Cristiano Ronaldo como bandeira. Fundado há 15 anos pelo economista Paulo Ramos, o Grupo Insparya posiciona-se na vanguarda do transplante capilar e da investigação da alopecia (calvície), garante.
A alopecia androgénica, que é um tipo de queda de cabelo que tem causas hormonais e genéticas, afeta 50% dos homens e 20% das mulheres com 50 anos, e 80% dos homens e 42% das mulheres com mais de 70 anos. Até o próprio diretor e coordenador clínico se viu a braços com este problema e fez um transplante capilar ainda nem sonhava, na ocasião, que iria, mais tarde, assumir as rédeas das clínicas. “Fiquei calvo aos 35 anos”, lembra Carlos Portinha, agora com uma cabeleira farta, entusiasmado por ser um dos casos de sucesso do grupo.
Além da doença causar baixa autoestima devido à perda capilar, é de assinalar que “um couro cabelo despovoado está mais exposto aos raios solares e seus efeitos”, nota. Aliás, realça, “em Portugal e em Espanha, a maioria dos cancros malignos da pele começa no couro cabeludo e na parte dos antebraços que são as zonas mais expostas ao sol e muitas vezes de forma desprotegida”.
O grupo tem, neste momento, a melhor tecnologia do mercado para um transplante capilar, que é o nosso BotHair® Ultra Plus e, em paralelo, continuamos a desenvolver a tecnologia do futuro altamente disruptiva, a nível mundial, que é o braço robótico mais automatizado, mas sempre liderado por um médico.
Para estar na vanguarda tecnológica e biomédica, a empresa investe anualmente entre 2,5 a três milhões de euros no campo da investigação, adianta por sua vez Sandro Cardoso, administrador e diretor comercial e de marketing da empresa com sede no Porto. “O grupo tem, neste momento, a melhor tecnologia do mercado para um transplante capilar, que é o nosso BotHair® Ultra Plus e, em paralelo, continuamos a desenvolver a tecnologia do futuro altamente disruptiva, a nível mundial, que é o braço robótico mais automatizado, mas sempre liderado por um médico”, detalha Sandro Cardoso.
Carlos Portinha acautela, por sua vez, que “o objetivo deste robot Hairbot não é retirar pessoas da sala de transplante”, uma vez que um médico e um enfermeiro estarão sempre presentes. “Mas sim, aumentar a reprodutibilidade do transplante capilar e permitir também que elementos como eu — que chefiam toda uma área clínica — possam observar, controlar e ajudar as equipas à distância”, refere enquanto exemplifica o funcionamento deste dispositivo médico. A este propósito, o diretor clínico dá conta de uma outra ambição: “É nosso objetivo ter um ambiente de realidade virtual em que, mesmo estando à distância e com recurso a óculos 3D, possa ver a sala de transplante” e assistir a todo o procedimento.
É num dos laboratórios que observamos o protótipo do braço robótico que está em desenvolvimento e que, garante o administrador do grupo, irá “revolucionar” o transplante capilar. Está equipado com ferramentas de transplante capilar para realizar todo o procedimento com maior qualidade, segurança e fiabilidade. “Este procedimento também possibilita uma maior taxa de sobrevivência das unidades foliculares”, afiança Sandro Cardoso.
Em fase de testes está igualmente um sistema de administração de anestesia automatizado que o médico Carlos Portinha assegura ser “único” no mercado. “O objetivo é passar a administrar a anestesia com este sistema em todas as clínicas”, adianta o diretor clínico, enquanto exemplifica o funcionamento deste novo dispositivo médico. Logo a seguir desvenda mais um trunfo da empresa: “Vamos ser o único grupo, a nível mundial, que vamos dar ao paciente um certificado com o número de unidades foliculares transplantadas com uma margem de erro de 5%”.
Enquanto um dos investigadores coloca o dispositivo na cabeça, Carlos Portinha explica que “no fim do transplante, coloca-se este capacete no paciente que divide a cabeça em seis áreas e fotografa. E, com recurso a inteligência artificial, dá uma contagem automática do número de unidades foliculares transplantadas com uma margem de erro inferior a 5%”. Esta solução ainda está em processo de certificação.
Vai colocar o Grupo Insparya e Portugal na vanguarda tecnológica do transplante capilar.
“Por tudo isto, estamos numa vantagem competitiva enorme”, assinala Sandro Cardoso, referindo-se ainda ao dispositivo médico “BotHair® UltraPlus que está a ser utilizado em todas as clínicas”, que tem uma nova fase em desenvolvimento. “Já temos terminada a ferramenta de extração para retirar as unidades foliculares e estamos a finalizar a ferramenta de implantação, o multi-implantador para implantar as unidades foliculares na zona recetora”, descreve, por seu turno, o médico Carlos Portinha. “Vai permitir fazer uma implantação mais rápida, com menos manipulação das unidades foliculares e com redução de esforço físico das nossas equipas“, destaca o diretor clínico que acredita que este dispositivo médico “vai colocar o Grupo Insparya e Portugal na vanguarda tecnológica do transplante capilar“.
O avanço tecnológico do grupo não se fica por aqui. “Temos uma capacidade de prototipagem dentro de portas, o que permite, por exemplo, desenhar uma nova peça e depois, durante a noite, imprimir na impressora 3D de qualidade biomédica e no dia seguinte termos a peça pronta a testar”, descreve Carlos Portinha, orgulhoso com a tecnologia de ponta alcançada até à data.
Com mais de 60 mil transplantes capilares contabilizados em 15 anos de funcionamento, o grupo emprega 400 colaboradores e fechou 2023 com uma faturação acima dos 40 milhões de euros. Prepara-se para lançar mais uma cartada como o ECO/Local Online já avançou em primeira mão: promete uma autêntica revolução capilar com o lançamento no mercado, dentro de três anos, de um novo fármaco para a prevenção e tratamento da calvície. Este medicamento está a ser desenvolvido no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto (i3S), no âmbito de um consórcio entre as duas entidades.
Já na altura Elsa Logarinho, coordenadora do grupo de investigação dedicado ao envelhecimento e aneuploidia no i3S, explicou ao ECO/Local Online: “Conseguimos desenvolver uma terapia farmacológica que previne a queda do cabelo e aumenta o crescimento capilar, estando já essa propriedade intelectual protegida. Temos uma patente internacional”. O médico acredita que este medicamento “pioneiro vai revolucionar o mercado capilar”.
É no i3S que a investigação do grupo sobre a alopecia e a unidade folicular continua com uma equipa de investigadoras. Esta investigação laboratorial biomédica já deu frutos com a descoberta deste medicamento assim como de vários tratamentos capilares e champôs. Em breve será lançada no mercado uma linha dermocosmética premium com uma loção anti-queda, protetor solar, fixador de cabelo e protetor de cor de cabelo que estará à venda nas clínicas, online e nas farmácias.
“O resultado expectável da investigação biomédica do grupo é multiplicar as unidades foliculares em laboratório ou criar uma terapia regenerativa que faça com que as unidades foliculares, que estão a envelhecer precocemente, regenerem e recuperem e voltem a produzir cabelo com a máxima qualidade”, conclui o médico enquanto mostra o trabalho que está a ser desenvolvido neste que é considerado o maior centro português de investigação biomédica.
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Grupo capilar de Cristiano Ronaldo marca golo “certeiro” com tecnologia de ponta
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