A Sport Zone decidiu abrir a loja online a “todas as marcas e lojas que querem vender desporto em Portugal”, incluindo estrangeiras, com o objetivo de criar a maior loja de desporto do país dentro do atual site da retalhista. O marketplace da empresa de retalho desportivo, que soma 98 lojas físicas em Portugal — 88 no continente e dez nas ilhas – vai ser apresentado esta segunda-feira.
Jorge Simões, responsável de marketing e e-commerce, adianta ao ECO que este projeto arranca com 15 mil novos produtos, o que corresponde a um aumento de 150% na oferta, com 250 novas marcas e perto de 90 vendedores. “Mas estamos a crescer dia-a-dia. (…) Rapidamente vamos duplicar o número de vendedores e de produtos”, acrescenta.
A empresa sediada na Maia montou uma equipa para acompanhar o surgimento deste marketplace no mercado português e que deve crescer em 2022, à medida que novas marcas e lojas se forem juntando. Algumas pessoas foram alocadas ao projeto, outras viram as funções alargadas, sendo que no próximo ano conta abrir processos de recrutamento para as áreas comerciais, como angariação e gestão de novos vendedores, e de marketing digital.
Questionados sobre as metas comerciais, Jorge Simões responde que “é muito difícil dar um número exato, pois depende de diversos fatores e, na verdade, este é um caminho que [está] a começar agora”. No entanto, apontando para casos idênticos de outros operadores europeus, encontra exemplos em que o marketplace conseguiu adicionar 10% às vendas. “Daqui a um ano voltamos a falar e já poderei dizer como é em Portugal”, promete.
A Sport Zone faz parte do Iberian Sports Retail Group (ISRG), que no ano passado faturou cerca de 670 milhões de euros e que é controlado pela britânica JD Sports (50,02%) e participado pela Sonae (30%) e pela família Segarra, cofundadora da Sprinter (20%). Emprega mais de nove mil pessoas — 1.700 em Portugal — e abrange mais de 60 modalidades desportivas e mil marcas.
Este ano, o grupo ibérico integrou a holding do operador holandês Sports Unlimited Retal (SUR) e comprou também a catalã Deporvillage, passando a operar em Portugal com as marcas Sport Zone e JD; em Espanha com a Sprinter, Size e JD; e na Holanda com as marcas Perry Sport e Aktiesport. Com o contributo destas duas aquisições, a ISRG estima superar vendas anuais de 900 milhões de euros.
O responsável de marketing e e-commerce da Sport Zone sublinha precisamente que o facto de fazer parte deste grupo europeu “dá a capacidade de rentabilizar recursos”. “O que fizemos foi rentabilizar investimentos já feitos em plataformas e processos, e adaptar ao mercado nacional. Já temos o marketplace a operar em Espanha desde 2019 e agora estamos a customizar ao mercado português”, detalha Jorge Simões.
Angariar para rentabilizar investimento
Foi em março que a empresa iniciou os desenvolvimentos técnicos em Portugal, que ficaram concluídos até ao início do verão. Desde julho, a retalhista desportiva fundada pelo grupo Sonae em 1997 tem vindo a trabalhar na angariação de vendedores para conseguir ter “uma oferta suficientemente vasta e atrativa em áreas que complementem a da Sport Zone”.
“A nossa preocupação passará muito por complementar o máximo possível a oferta da Sport Zone, com produtos qualitativos de vendedores associados, com o foco nas categorias em que não temos presença ou em que a nossa presença necessita de ser reforçada”, concretiza Jorge Simões.
Ganham os clientes porque passam a ter acesso a novos produtos e marcas; ganham as marcas e lojas porque chegam a novos clientes; e, claro, ganhamos nós também porque rentabilizamos o investimento e chegamos a novos públicos.
Dá o exemplo de áreas como eletrónica desportiva ou mobilidade urbana, que passam a ter produtos mais especializados e diversificados. Ou de desportos como o basquetebol, pingue-pongue, boxe e ioga, que são “menos centrais” na estratégia de gama e que agora “passam a ter uma gama de artigos que vai conseguir suprir as necessidades do atleta mais amador ao mais profissional”.
“Ganham os clientes porque passam a ter acesso a novos produtos e marcas; ganham as marcas e lojas que participem porque chegam a novos clientes; e, claro, ganhamos nós também porque rentabilizamos o investimento e chegamos a novos públicos, já que oferecemos uma gama mais completa, variada e, sobretudo, competitiva”, conclui o gestor da retalhista desportiva.