Sofid admite vender carteira para poder dar mais crédito às empresas
Instituição financeira focada na internacionalização de empresas diz que “está em risco” a capacidade de responder ao aumento significativo da procura de crédito.
A Sofid, instituição financeira especializada no crédito às empresas com foco na internacionalização, admite vender a sua carteira de empréstimos de mais de 10 milhões de euros, “como medida mais extrema”, para conseguir dar resposta ao aumento significativo da procura.
A instituição aumentou a sua carteira de empréstimos em 36% no primeiro semestre do ano e adianta que terminou a primeira metade do ano já com 81% do seu plano anual relativo à atividade de crédito completa. Os financiamentos aprovados irão viabilizar projetos que, no seu conjunto, somam investimentos totais de 100 milhões de euros, frisa.
Contudo, apesar do bom dinamismo, deixa o alerta: não vai ter capacidade de responder imediatamente ao aumento da procura de empresas para processos de internacionalização.
Vasco Vilela, administrador executivo da Sofid, fala em “boas e más notícias”. Por um lado, a instituição registou o “maior crescimento de sempre” da sua carteira de crédito, um sinal de que “está a cumprir a sua missão” no apoio às empresas. Porém, o aumento da procura de financiamento à internacionalização “não está a conseguir encontrar a necessária oferta”, com Vasco Vilela a indicar que “80% do volume de financiamento” que a Sofid se encontra a analisar não vai encontrar “a necessária oferta de fundos, pelo menos no imediato”.
A Sofid, detida a 80% pelo Estado e onde participam também os bancos, explica o aumento da procura por crédito das empresas com o processo de relocalização das cadeiras de produção e de fornecimento no setor automóvel e a retoma da construção e obras públicas, que “são foram as maiores fontes do dinamismo” da procura junto da instituição.
Face a este cenário, Vasco Vilela refere que a Sofid continua a desenvolver esforços para obter funding, nomeadamente junto do Banco Europeu de Investimentos, enquanto diz estar atento a oportunidades junto do Banco Português de Fomento.
Mas poderá recorrer a “medidas mais extremas”, incluindo a alienação da atual carteira, “que apresenta uma qualidade excelente, e seria uma operação que nos permitiria atender a procura e manter a atividade comercial”, referiu o gestor. “Este é o momento errado para pouparmos esforços no atendimento aos nossos clientes”, disse.
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