Turismo do Algarve prepara medidas para reduzir consumo de água no setor
Turismo do Algarve prepara medidas para reduzir consumo de água nos empreendimentos turísticos da região, mas que não se aplicam ao consumo humano.
“Estamos a reunir a informação das associações empresariais ligadas ao turismo para apresentarmos um conjunto de propostas de medidas concretas para a redução dos consumos de água, para que se tornem eficazes”, disse o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes à agência Lusa.
De acordo com o responsável da Região do Turismo do Algarve (RTA), “as medidas não versam sobre o consumo humano, mas, sim, usos não potáveis da água, como a rega de campos de golfe e de espaços verdes e a possibilidade de desativação das fontes ornamentais”.
“Nós temos de nos cingir ao que é a nossa área de atuação e o que temos vindo a desenvolver com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é a identificação de medidas de contingência nos empreendimentos turísticos, com o objetivo de poupar água em espaços de grande consumo”, destacou.
Segundo João Fernandes, em reunião realizada na semana passada com a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) e a Associação os Industriais Hoteleiros, Restauração e Bebidas (AIHSA), ficou definido que a RTA “enviaria as propostas de redução de consumos ainda durante esta semana”.
“Os empresários olham para a gestão deste recurso escasso e cada vez mais caro como uma necessidade de se tornarem mais eficientes”, apontou aquele responsável.
Entre as medidas preconizadas pela RTA está “a intensificação da sensibilização dos turistas para o uso eficiente e comportamentos da gestão da água, como evitar as mudas diárias de roupas de cama e de casa de banho”.
“É um comportamento que deve ser adotado não só pelos turistas, como pelos próprios residentes”, sublinhou, recordando que a RTA tem a decorrer uma campanha com 12 dicas sobre esses comportamentos.
João Fernandes lembrou que o Algarve tem vindo a implementar e a intensificar a aplicação de parte das 52 medidas identificadas para vários setores de atividade, “medidas contingenciais face a uma situação prolongada de seca e ao baixo nível de armazenamento de água em albufeiras”.
“Isto tem sido especialmente profícuo na área dos golfes e que desde o ano passado têm sido intensificadas e generalizadas, como é o caso da mudança de relvas para estação quente, melhoria das drenagens e das regas, redução do espaço para jogo e rega com aproveitamento de águas residuais”, avançou.
Segundo João Fernandes, no Algarve “existem há mais de 20 anos dois campos que têm esta boa prática e a ideia é que se alargue a um maior número de campos”.
“Há oito projetos em curso para esse efeito, um dos quais com licenciamento para dois campos de golfe no concelho de Castro Marim, com rega a partir da ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] de Vila Real de Santo António, cujo entrada em funcionamento está prevista para o próximo ano”, concluiu.
O Governo aprovou no dia 22 de julho novas medidas de combate à seca, que contemplam redução de consumos em empreendimentos turísticos no Algarve e obras em albufeiras em Trás-os-Montes, segundo anunciaram os ministros do Ambiente e da Agricultura.
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