Santa Maria da Feira testa bicicletas e trotinetas elétricas em setembro
Santa Maria da Feira arranca, em setembro, com projeto-piloto de utilização pública de bicicletas e trotinetas elétricas. A ideia é tornar este sistema de mobilidade uma alternativa ao automóvel.
O município de Santa Maria da Feira vai iniciar em setembro um projeto-piloto de utilização pública de bicicletas e trotinetas elétricas, entre o centro histórico dessa cidade do distrito de Aveiro e as zonas industriais mais próximas.
Segundo revelou a autarquia à Lusa, a medida resulta de um acordo com a empresa estoniana Bolt e a experiência vai abranger uma área de três quilómetros quadrados, pelos quais estarão distribuídos 39 pontos de recolha dos veículos.
O presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, admite que durante vários anos teve “muitas dúvidas” quanto à implementação de bicicletas tradicionais no concelho devido à orografia do território, “que é muito acidentado”. Contudo, agora afirma: “Já experimentei as trotinetas elétricas e fiquei absolutamente convencido. Sendo movidas a eletricidade, deixam de representar um problema nas subidas e descidas acentuadas que temos no concelho”.
A distribuição dos pontos de recolha desses veículos procurará privilegiar, numa primeira fase, as áreas em que o recurso a viaturas elétricas pode trazer mais benefícios económicos aos seus utilizadores, ajudando a afirmar esse sistema de mobilidade como “uma alternativa real ao automóvel”.
O circuito definido pela autarquia passará, por isso, em escolas como a secundária local e a EB 2,3, em equipamentos culturais como o Castelo da Feira, o Cineteatro António Lamoso e o Imaginarius Centro de Criação, além de pontos de grande afluência de público como a Câmara Municipal, a urbanização dos Passionistas e as zonas industriais do Roligo, da Silveirinha e da Corujeira.
O sistema a implementar vai envolver um número estimado de 500 bicicletas e trotinetas, que serão acionadas com recurso a uma aplicação, que vai identificar sempre o condutor, para ativar um seguro de responsabilidade civil, contabilizar o tempo de uso do veículo e processar o devido pagamento.
Se a trotineta ou bicicleta não for estacionada num dos pontos de recolha autorizados, a ‘app’ também continuará a cobrar a sua utilização, até que o veículo seja entregue no local devido. Situações reincidentes de mau estacionamento podem, aliás, impedir o condutor de voltar a usar as viaturas.
Emídio Sousa realçou que este sistema tem ainda três outras vantagens: permite reservas prévias, para garantia de que há uma bicicleta ou trotineta disponível em determinada hora e local; “obriga o utilizador a realizar um teste de destreza e reação antes de o deixar conduzir o veículo no período noturno”, o que foi programado para inibir a condução em caso de intoxicação por álcool ou drogas; e apresenta também um mecanismo que, integrado nesses velocípedes, deteta a presença do chamado “pendura”, para impedir a utilização da viatura por mais do que uma pessoa em simultâneo.
Os veículos terão uma autonomia média de “30 a 40 minutos” e, quando as respetivas baterias estiverem vazias, serão recolhidos por técnicos da empresa para carregamento em instalações próprias.
Todas as utilizações terão monitorização para avaliação posterior da viabilidade e pertinência do sistema, o que passará pela análise de aspetos como as zonas de maior procura, os horários de maior utilização e a adequação do circuito de pontos de recolha.
O público terá oportunidade de testar gratuitamente as primeiras trotinetas e bicicletas, a 17 de setembro, na nova ecovia junto à mata das Guimbras e às piscinas municipais da Feira, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade.
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