Os preços em Espanha subiram 5,7% em dezembro, comparando com o mesmo mês e 2021, o que confirma o quinto mês consecutivo de moderação da inflação, apesar da maior subida dos alimentos desde 1994.
A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) foi 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro e 6,8% em novembro em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol.
O dado relativo a dezembro, conhecido esta sexta-feira, é o mais baixo desde novembro de 2021 e Espanha fechou o ano passado com a inflação mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2002 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a taxa mais alta no país desde 1984.
Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994, como sublinhou hoje o INE.
Sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em dezembro em Espanha foi de 7%, comparando com 2021.
Já para a moderação da inflação contribuiu, como nos meses anteriores, segundo o INE, o preço da eletricidade, que subiu menos do que em 2021, e a descida dos combustíveis.
Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação equivalentes a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 35.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do imposto sobre o consumo (IVA) da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.
Segundo tem afirmado o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi um dos “maiores planos de choque” da União Europeia para responder à inflação.
Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, está em vigor desde 1 de janeiro um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA, durante seis meses, de alguns alimentos e produtos considerados básicos.
Em paralelo, o Governo acabou, no início deste ano, com o desconto de 20 cêntimos nos combustíveis para os particulares.