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Dez tendências que vão marcar o marketing e o consumo

Carla Borges Ferreira,

Cruzando as tendências que refletem os avanços tecnológico e as alterações de comportamento dos consumidores, a LLYC aponta 10 tendências para 2023.

A revolução dos conteúdos e a inteligência artificial (IA) generativa, a intenção vs o comportamento do consumidor, a luta pela monetização dos conteúdos, a personalização, a leitura dos dados, a atenção reforçada experiência do utilizador, os ambientes virtuais e a descentralização do comércio eletrónico. Estas são algumas das tendências que a LLYC, cruzando dados das equipas de deep digital business e de consumer engagement da consultora, considera que vão condicionar a relação entre marcas e consumidores este ano e às quais os profissionais de marketing devem prestar particular atenção nos próximos meses.

De acordo com a LLYC, o mercado terá por um lado as tendências que refletem os avanços tecnológicos, este ano muito marcado pela explosão da inteligência artificial e pela transformação nos processos de trabalho, e por outro lado as tendências mais associadas a mudanças nos hábitos do consumidor, decorrentes tanto do controlo despesas como do consumo de conteúdos monetizados. Em simultâneo, aparecem “palavras da moda”, como o metaverso, as super apps, a behavioral economics ou o decentralized commerce, enumera.

Estamos a viver uma explosão da tecnologia aplicada ao consumo. Neste cenário, parece-nos fundamental analisar a forma como o cruzamento entre o desenvolvimento exponencial das tecnologias e a sua popularização determina aquilo a que se deve prestar atenção para otimizar o investimento e continuar a acrescentar valor tanto para as empresas como para os consumidores”, refere David González Natal, sócio e responsável global de engagement da LLYC. Quando as perspetivas macroeconómicas são adversas, as empresas tendem a reduzir os seus investimentos em marketing e comunicação. No entanto, tudo nos indica que a solução é o contrário“, reforça.

Neste contexto empresas precisam de ser pragmáticas na abordagem dos seus desafios de negócio, e esse pragmatismo envolve necessariamente soluções que lhes permitam medir o impacto das suas decisões tanto no curto como no longo prazo, assegurando que os seus interesses estão alinhados com os dos seus consumidores e que estão a obter a rentabilidade certa do investimento”, prossegue Ibo Sanz, diretor sénior global da estratégia de deep digital business na LLYC.

As 10 tendências que vão marcar o marketing e o consumo:

  • A revolução dos conteúdos: Através da inteligência artificial será possível gerar conteúdos para as marcas “de uma forma rápida, credível e com poupanças consideráveis de tempo e dinheiro”.
  • Behavioral economics intenção vs. comportamento? “Esta disciplina melhora a eficácia das atividades empresariais e ajuda a compreender as decisões que tomamos no nosso dia a dia”, defende a LLYC. As empresas que utilizam estas práticas conseguem uma maior conversão no funil de vendas, melhorando e ampliando o seu histórico de transações, acrescenta.
  • A luta pela monetização dos conteúdos. “Os criadores de conteúdos estão cada vez mais zelosos da sua autonomia face às redes sociais”, aponta, lembrado que as alterações nos algoritmos utilizados pelas redes sociais impactam o alcance dos conteúdos e, por conseguinte, as receitas. “Esta é a principal razão pela qual um número cada vez maior deles opta por apostar nos modelos de subscrição direta, sem intermediários, considerando o alcance real que pode ser obtido”, aponta a LLYC. No entanto, “segmentar o mercado torna impossível a captura de públicos massivos, pelo que tanto criadores como plataformas precisam um do outro”. O equilíbrio ainda está por encontrar, conclui.
  • Cada cêntimo conta? Atribuição nas decisões de compra. “O importante na escolha dos modelos de atribuição adequados para cada campanha ou negócio é o conhecimento: os pontos de contacto do cliente, os canais, os dispositivos utilizados, o objetivo da campanha e o buyer persona“, descreve, lembrando que para estas análises os dados e a IA são fundamentais.
  • CX desde o zero party data e a personalização. A experiência do cliente (CX) continuará a ser prioridade em 2023. “As marcas terão de enfrentar consumidores mais conectados, mais digitalizados, mais informados e muito mais exigentes, pelo que é necessário clarificar onde e como concentrar os esforços”, diz, defendendo que “a personalização será o ativo mais poderoso para melhorar a CX”. “Os consumidores exigem mais privacidade, mas quando estão ligados a uma marca estão dispostos a partilhar proativamente os seus dados”, resume a LLYC.
  • Preços altos, poucas despesas. “Espera-se que as marcas se esforcem por diferenciar o seu produto/serviço, bem como por serem cada vez mais competitivas em termos de preço, face a um consumidor mais cauteloso e mais atento aos gastos domésticos”, diz a LLYC, num contexto em que, para fazer frente ao aumento dos custos, volte a ganhar maior força a apetência por promoções.
  • Adeus Big Data, olá Huge Data. Os dados estão a crescer de forma exponencial, mas há que saber analisá-los. “Se agirmos com base numa perspetiva de negócio coerente e com fontes de informação fiáveis, teremos uma forte vantagem competitiva no setor”, diz.
  • Super apps e superexpetativas. Será necessário analisar mais a experiência com as aplicações, pensando em funções que levem os utilizadores a integrá-la na sua vida quotidiana. “Pensar com base no ponto de vista do cliente tornará as soluções mais práticas e integradoras”, defende.
  • O metaverso que não chega. “É o momento de experimentar e encontrar novas formas de utilizar ambientes virtuais 3D, enquanto o metaverso se continua a desenvolver ao longo destes anos”, diz, lembrando que apesar de ainda existir “um longo caminho a percorrer para a sua implementação, o metaverso continua a estar no topo da agenda” de muitos decisores das áreas de marketing e tecnologia.
  • D-commerce: Descentralizado, Direto e Democrático. A evolução da Web 3.0 e a tecnologia blockchain permitem a eliminação de intermediários nas vendas. “Tal permitirá às empresas vender os seus produtos aos utilizadores de uma forma direta e personalizada, tornando o e-commerce mais transparente, horizontal e democrático”, antecipa a LLYC.

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