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IKEA cria linha de apoio a vítimas de violência doméstica

Rafael Ascensão,

De forma a assinalar o Dia Internacional da Mulher, a IKEA vai criar uma linha de apoio às vítimas de violência doméstica e um fundo de apoio à autonomização de 12 mil euros.

“Recomeços”. É este o nome da campanha lançada pela IKEA Portugal, em conjunto com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), de forma a apoiar as vítimas de violência doméstica, no âmbito do Dia Internacional da Mulher. O apoio traduz-se na transformação da sua Linha de Apoio ao Cliente numa linha de informação e apoio às vítimas de violência doméstica e na criação de um fundo de apoio à autonomização, no valor de 12 mil euros, destinado a mulheres que estão temporariamente acolhidas em Casas de Abrigo da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica.

A partir de 8 de março, a Linha de Apoio ao Cliente da IKEA possibilita assim também informação e apoio às vítimas de violência doméstica, pelo que ao ligarem para a IKEA, as vítimas têm a possibilidade de selecionar o reencaminhamento para o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica, o qual irá assegurar um atendimento especializado, de forma anónima e confidencial. Este método garante uma maior proteção da vítima, uma vez que a chamada fica registada como sendo para a IKEA, explica a marca.

As vítimas ou testemunhas de violência, podem agora desta forma pedir ajuda através da Linha de Apoio ao Cliente da IKEA disponível através do contacto +351 21 989 99 45. As outras alternativas são através de SMS 3060 ou para o 800 202 148.

Já o fundo de apoio à autonomização, no valor de 12 mil euros e destinado às mulheres que estão temporariamente acolhidas em Casas de Abrigo da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, visa ajudar as mulheres a recomeçar as suas vidas numa habitação própria e a pagar as rendas iniciais. A gestão deste fundo é responsabilidade da CIG e é destinado apenas a mulheres que se encontram já em processo de autonomização.

Segundo Cláudia Domingues, diretora de comunicação da IKEA Portugal, citada em comunicado de imprensa, a luta contra a violência doméstica “é um tema que temos apoiado ativamente ao longo dos anos. Acreditamos que uma vida melhor começa em casa e que esta tem de ser, antes de mais, um lugar seguro. Este ano, decidimos manter o foco no recomeço: estas mulheres, muitas vezes com os filhos, têm o direito a recomeçar as suas vidas, de forma segura e confortável. Conseguir apoiar pessoas nestas situações complexas, numa nova casa, que simboliza esperança, segurança e recomeço, deixa-nos muito orgulhosos“.

“Este fundo é uma grande ajuda ao apoio contínuo que a CIG providencia às mulheres que tomaram a decisão de começar uma nova vida, longe de um ambiente abusivo. O mercado de arrendamento tem registado uma grande inflação, com preços difíceis de suportar e tem tido um impacto enorme na capacidade de autonomização destas mulheres que são obrigadas a recomeçar. Através deste apoio financeiro ao arrendamento conseguimos ajudar a fazer face às despesas iniciais com a habitação”, refere por seu lado Marta Silva, por parte da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

A campanha tem assim como objetivo chamar a atenção para a problemática da violência doméstica, a qual vitimiza maioritariamente mulheres. Segundo os dados mais recentes do Portal de Violência Doméstica, a Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, acolheu um total 1455 pessoas (788 mulheres, 650 crianças e 17 homens) no último trimestre de 2022.

Esta campanha surge no âmbito do Pacto contra a Violência, assinado em 2021 entre a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e a IKEA.

A IKEA, marca de origem sueca de artigos para a casa, entrou no país em 2004. Atualmente tem cinco lojas no país (Alfragide, Loures, Loulé, Matosinhos e Braga), sete Estúdios de Planificação (Cascais, Coimbra, Lagos, Leiria, Seixal, Setúbal e Sintra), vários Pontos de Recolha de encomendas, e emprega cerca de 2.800 colaboradores. No início de 2023 a IKEA Portugal aumentou o salário de entrada para mil euros.

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