Impetus lidera agenda de quase 50 milhões para digitalizar cadeia do têxtil
Em causa está a implementação de inovações que permitam a exportação informática de dados em cada fase do processo produtivo.
A agenda mobilizadora Texp@ct, liderada pela têxtil Impetus, de Barcelos, pretende digitalizar produtos, processos 3D e a cadeia de valor de todo o setor, disse à Lusa o administrador Tércio Pinto.
“A digitalização da têxtil não passa só pela digitalização do produto, e os processos 3D, que também está inserido dentro deste objetivo, mas também passa pelo que é a cadeia de valor”, disse à Lusa Tércio Pinto, administrador do grupo Impetus.
Em causa está a implementação de inovações que permitam a exportação informática de dados em cada fase do processo produtivo, a sua interoperacionalidade entre sistemas e empresas, “para que exista uma ligação digital real entre a cadeia de valor”.
“Hoje em dia, o que as marcas e o que o mercado pedem é cada vez mais essa capacidade de rastreabilidade digital e leitura das operações“, justificou Tércio Pinto, uma vez que “normalmente as etapas estão divididas e estão desintegradas digitalmente”.
Em causa está a agenda mobilizadora Texp@ct, cujo valor de investimento total “ficou abaixo dos 50 milhões [de euros]”, nos “46 ou 47 milhões”, depois de uma redução no montante total inicialmente previsto, que rondava os 58 milhões de euros.
A agenda envolve também trabalhos ao nível da “robotização e automatização das etapas” de todo o processo produtivo.
“Se não houver um trabalho ao nível da robotização e ao nível de ter, em algumas tarefas, automatização e robotização em vez de ter pessoas, a indústria têxtil também terá problemas graves a curto prazo”, disse Tércio Pinto à Lusa, salientando que “não vai haver força de trabalho para estar a trabalhar em armazéns ou numa confeção”.
Tércio Pinto salientou ainda a importância de existir um processo em que “cada departamento comunica o que é que gastou, o que fez, o que é que aconteceu, qual é a rentabilidade, com que velocidade” executou as tarefas.
“A máquina aprende, o processo aprende, e pode interagir no futuro”, perspetivou, mencionando ainda a possibilidade de “informar os clientes com dados reais de consumo”, como a pegada carbónica, “sendo capaz de extrair e tratar os dados, integrá-los, e chegar a um objetivo que se fala, que é um passaporte digital do produto, ou um passaporte ecológico”.
Questionado acerca da situação atual da agenda mobilizadora, reconheceu que há um “atraso considerável”, mas da parte do grupo Impetus já quase “todos os processos estão a avançar”, nomeadamente ao nível do “chão de fábrica, interoperacionalidade dos dados, e na leitura da fábrica responsiva”.
Com toda a agenda, com data limite de implementação em dezembro de 2025, “o objetivo é criar serviços, propriedades intelectuais e produtos” que permitam às empresas do consórcio “vender tanto às empresas portuguesas como às empresas do mundo todo”.
O projeto, tecnicamente coordenado pelo CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, envolve ainda empresas do setor como a A. Fiúza e Irmão, LMA – Leandro Manuel Araújo, Pedrosa e Rodrigues, Têxteis Penedo, P&R Têxteis, Tintex, Adalberto, Petratex, TMG, ERT, Borgstena, Têxteis JF Almeida, Riopele e Têxtil André Amaral.
Também estão incluídas empresas de outros setores e entidades de investigação como o INESC TEC e a Universidade do Porto.
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