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Folhetos dos retalhistas influenciam um quarto das decisão de compra

Rafael Ascensão,

Quando se trata de adquirir um produto, o que mais conta para os consumidores é o preço e/ou a promoção (69%), a disponibilidade de stock (35%) e a conveniência (28%).

As compras por impulso diminuíram, crescendo as aquisições por necessidade. Entre os fatores que influenciam a decisão de compra encontra-se a publicidade – sobretudo os folhetos dos retalhistas -, que influenciam 24% das decisões.

Estes dados foram avançados pela GfK na 27.ª conferência “GfK Tech Market Insights’23”, onde foram apresentadas as tendências verificadas em 2022, depois de ter sido analisado o comportamento dos mercados de Tecnologia e de Bens de Consumo em Portugal e na Europa.

Segundo o estudo, na Europa, a diminuição das compras por impulso e o aumento das aquisições por necessidade sentiu-se sobretudo nos bens de informática de consumo, numa diminuição de 8% face ao período homólogo.

Nesta área a maioria (51%) das compras foram para a substituição de aparelhos estragados, enquanto 26% das compras foram para um upgrade de um equipamento funcional. A compra de um primeiro produto representou 10% das compras e 13% foram as compras de um produto adicional.

Na tomada de decisão de compra, os consumidores são influenciados por diversos fatores, destacando-se a publicidade, sobretudo os folhetos dos retalhistas (24%). A comparação de preços online – medida mais usada em Portugal do que em outros países analisados (21% vs 15%) – e as recomendações do staff em loja (6%) são outros fatores em destaque.

Quando se trata de adquirir um produto, o que mais conta para os consumidores é o preço e/ou a promoção (69%), a disponibilidade de stock (35%) e a conveniência (28%).

Após a compra, 40% dos consumidores admite ter gasto mais do que o planeado, sendo que os portugueses destacam-se ligeiramente neste campo com uma taxa de 42%.

Com 39% das vendas a realizarem-se online e 61% em lojas físicas foi ainda notório um desacelerar do comércio eletrónico na Europa em 2022.

Outra tendência entre os consumidores europeus é a de a optar mais por produtos premium, sendo que 47% dos participantes no estudo prefere ter bens em menor quantidade mas com maior qualidade.

Muitos dos produtos premium – especialmente quando se tratam de grandes eletrodomésticos, como máquinas de lavar roupa ou frigoríficos – têm na base da sua escolha fatores como o consumo energético e o impacto ambiental. Similarmente, 73% dos consumidores considera fundamental as empresas tomarem medidas amigas do ambiente.

Em 2021 as vendas em promoções foram inferiores face a 2020, contudo, no último ano, as promoções atingiram novos máximos. No final de 2022, entre novembro e dezembro, a desaceleração da procura conduziu à necessidade de estímulo do mercado com ações promocionais.

Segundo as conclusões do estudo, pode-se esperar, em 2023, uma maior procura por produtos inovadores de necessidade no mercado dos bens tecnológicos de consumo, ao mesmo tempo que os consumidores vão ter orçamentos delineados e vão estar mais hesitantes em gastar.

“É, por isso, expectável um caminho lento de recuperação face aos valores dos anos anteriores, estratégias de promoções e preços equilibrados para atender à polarização. Prevê-se ainda uma tendência para a premiumização em categorias selecionadas, sendo que a força da marca e a inovação ainda desempenham papéis fundamentais“, antecipa a GFK em nota de imprensa.

Mesmo num contexto económico adverso, a faturação global do mercado Business to Consumer (BTC) permaneceu num nível superior a 2019 e 2020. Em parte isto deveu-se a um aumento de preços e a efeitos cambiais. No entanto o estudo destaca o regresso das promoções impulsionadas pela desaceleração do volume de vendas.

No caso português, o mercado de Bens Tecnológicos de Consumo atingiu o valor mais alto de sempre, faturando um total de 3.336 mil milhões, ou seja, mais 2,5% que no período homólogo. O maior crescimento foi registado na área das telecomunicações e dos eletrodomésticos, bens adquiridos sobretudo em lojas físicas.

Segundo os resultados do estudo, o consumidor vai ele próprio contribuir para a estabilização do mercado. As estratégias promocionais vão continuar a orientar os níveis de saturação e a pressão dos preços e o comportamento de “esperar para comprar” por parte dos consumidores vai aumentar.

Assim, apesar da evolução do mercado global se apresentar negativa em 2022 (-6%), a previsão é que este se situe entre os 0 e os 2%, em 2023. No caso de Portugal, estima-se uma estabilização dos valores de evolução, entre os 0 e os 3%, à semelhança do valor registado em 2022“, adianta-se em nota de imprensa.

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