Irmãos deixam biologia e engenharia para produzir gelados artesanais em Cascais

Sete anos depois, na fábrica em Cascais são produzidos nove mil gelados por dia. Os sorvetes vegan estão à venda em mais de 600 pontos e até já chegaram ao Palácio de Belém.

Foi numa pequena cozinha alugada que o biólogo marinho Ricardo Cyrne e o irmão Sérgio Garcês, formado em Engenharia Biotecnológica, começaram em 2017 a produzir gelados artesanais, cerca de 300 por dia. Sete anos volvidos, da fábrica da Colé em Cascais, onde trabalham nove pessoas, saem diariamente nove mil gelados. Até ao final do verão quer atingir a fasquia do milhão de gelados e já pensa em expandir o negócio além-fronteiras.

“Queremos que os sorvetes cheguem a todos os portugueses. O mercado nacional está muito concentrado no gelado industrial e o público quer produtos mais naturais, locais e saudáveis. As pessoas estão sedentas de ter um produto diferente”, confia Ricardo Cyrne, um dos fundadores da marca de gelados artesanais feitos com fruta fresca, em declarações ao ECO/Local Online.

Queremos que os sorvetes cheguem a todos os portugueses. O mercado nacional está muito concentrado no gelado industrial e o público quer produtos mais naturais, locais e saudáveis. As pessoas estão sedentas de ter um produto diferente.

Ricardo Cyrne

Fundador da Colé

Apesar de ser formado em Biotecnologia, Sérgio Garcês interessou-se pela cozinha antes de nascer a Colé. Frequentou a escola de culinária Le Cordon Bleu em Paris e posteriormente foi para Itália fazer algumas formações em picolés para se tornar um especialista na arte de produzir gelados artesanais. Afinado o produto final, a história da Colé começa com o biólogo marinho a andar, porta a porta, na costa Alentejana a apresentar os gelados.

Sérgio Garcês e Ricardo Cyrne, fundadores da marca de gelados artesanais Colé

Com a marca já posicionada no mercado, ambos os fundadores deixaram os seus empregos em 2020, o ano da chegada da pandemia de Covid-19, dedicando-se a tempo inteiro ao projeto Colé. Nessa altura, Ricardo Cyrne trabalhava na área da Biologia Marinha, enquanto Sérgio Garcês era proprietário de um restaurante.

Os colés não têm glúten, são 100% vegan e feitos à mão. Estão à venda em mais de 600 pontos, entre bares de praia, restaurantes e na rede de lojas da Padaria Portuguesa. Do limão gengibre e manjericão ao açaí com banana, a marca portuguesa tem nove referências de gelados com um preço recomendado de 2,75 euros a unidade. E acaba de lançar dois novos sabores: beterraba com laranja e maçã verde com espinafres.

Perspetivando o futuro, Ricardo Cyrne revela ao ECO/Local Online que a internacionalização está nos planos para o próximo ano, apesar de ainda não estar definido o país para iniciar esta aventura fora de portas. “Idealmente seria um mercado que funcionasse ao contrário do nosso, tendo em conta a sazonalidade, para termos uma produção anual”, realça Ricardo Cyrne. Os Emirados podem ser uma possibilidade, apesar de não estar descartado o mercado europeu.

Há poucas semanas, depois de António Costa rejeitar o pedido de demissão de João Galamba, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pela Comunicação Social sobre a decisão do primeiro-ministro, tentando fugir à questão enquanto comia um gelado da conhecida marca Santini. Aproveitando o gosto do Presidente da República por gelados, a Colé viu aí uma oportunidade de promover a marca e mandou entregar em Belém alguns sorvetes para Marcelo.

Fundadores dos gelados Colé entregam gelados a Marcelo Rebelo de Sousa em Belém

“Compreendemos a sua vontade de comer um gelado após o jantar de ontem. Momentos quentes como os que vivemos em Portugal pedem cabeça fria e frescura de pensamento. Por isso, a Colé tomou a liberdade de lhe oferecer alguns dos nossos sorvetes, totalmente portugueses e produzidos em Cascais. Além disso, como sabemos que é uma pessoa que se preocupa com a saúde, os nossos gelados de pauzinho artesanais não têm conservantes nem corantes, são isentos de glúten e 100% vegan. Não substituem um almoço, como um Fortimel, mas arrefecem a temperatura e os ânimos. E é disso que todos precisamos”, publicitou a marca portuguesa numa publicação feita no Instagram.

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