Porto conclui primeiras obras no Ramal da Alfândega em julho

Estabilização das escarpas, no valor de 1,5 milhões de euros, é necessária antes de local ser transformado num canal de transportes públicos compatível com deslocação a pé e de bicicleta.

Será ainda em julho que ficarão concluídas as obras de estabilização do Ramal da Alfândega, no Porto. Apenas depois desta etapa poderá iniciar-se a transformação do antigo ramal ferroviário num percurso para transportes públicos conjugado com deslocações a pé, bicicleta e trotineta.

As obras de estabilização começaram em julho de 2022 e tinham um prazo de intervenção de 270 dias, ou seja, deveriam ter terminado no início de junho. No entanto, no final do último mês, o ECO passou pelo local e os trabalhos ainda não estavam concluídos.

Ramal da Alfândega funcionou durante um século com comboios de mercadorias.Diogo Ferreira Nunes

Prevê-se a conclusão dos trabalhos ainda para o decorrer deste mês“, respondeu ao ECO/Local Online fonte oficial da câmara do Porto nesta sexta-feira, após o envio de perguntas. O preço da obra mantém-se em cerca de 1,5 milhões de euros, já contabilizada a taxa de IVA.

Os trabalhos incluem a “estabilização preventiva de três taludes rochosos, assim como a limpeza da vegetação, o saneamento dos blocos, a demolição de estruturas em ruínas, o recalçamento de reentrâncias, a reabilitação de muros, a colocação de degraus em falta, a estabilização das construções existentes e a colocação de redes metálicas de alta resistência”. Assim referiu, em setembro, o município quando a obra foi consignada à GO Porto – empresa municipal de gestão e obras.

Solução de transportes públicos com procura

Esta é a primeira fase da renovação do Ramal de Alfândega, que, entre 1888 e 1989, contou com uma ligação ferroviária de mercadorias e foi crucial para o crescimento do porto da cidade, então localizado na Ribeira.

O futuro do percurso de 3,2 quilómetros passa pela colocação, no local, de um sistema de transporte público “eventualmente compatível com a utilização do mesmo canal para modos suaves”. O projeto está a ser estudado pela STCP Serviços, empresa de consultoria que gere as infraestruturas de transportes da cidade, como, por exemplo, o terminal intermodal de Campanhã.

Uma solução de transporte público neste ramal pode atrair entre 7.367 e 8.817 utentes por dia. Ou seja, a procura pode ultrapassar os 3,2 milhões de passageiros por ano, de acordo com um estudo apresentado em abril de 2021 pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. A estimativa não conta com a procura turística.

A procura é mais baixa no caso de uma ligação direta entre a Alfândega e Campanhã, sem estações intermédias e sem transbordos para outros meios de transporte. Ainda assim, de transporte público, a viagem entre o rio Douro e a estação de comboios demoraria cinco minutos, e teria partidas a cada oito minutos, retirando carros do centro da cidade do Porto.

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