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Cláudia Maia assume presidência da direção da Associação de Imprensa

Lusa,

"Olhando apenas para o universo das publicações das empresas associadas da APImprensa, mais de um terço não tem qualquer suporte digital. Temos um longo caminho pela frente", diz a responsável.

A Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa) tem novos órgãos sociais, com a presidência da direção a ser assumida pela Deco Proteste Editores, representada por Cláudia Maia, diretora e editora de publicações daquela empresa, foi hoje anunciado.

A mudança dos órgãos sociais decorre da assembleia-geral da APImprensa que foi realizada esta quinta-feira na Casa da Imprensa, em Lisboa, com a lista da Deco eleita por unanimidade.

A presidência da direção passa a ser assumida pela Deco Proteste Editores, representada por Cláudia Maia, diretora e editora de publicações daquela organização.

O programa de candidatura da lista vencedora refere que “a imprensa e as empresas do setor enfrentam vários desafios no mundo contemporâneo que são, ao mesmo tempo, oportunidades para reforçar o seu papel enquanto garante de uma sociedade informada e democrática“.

Em declarações à Lusa, a agora presidente da APImprensa sublinha que a diminuição de receitas publicitárias, o aumento do custo das matérias-primas, as falhas reiteradas na distribuição de jornais e revistas — aliadas a uma lenta e difícil transição para o digital –, e a rápida disseminação de desinformação nas redes sociais têm colocado em risco a sustentabilidade económica dos meios de comunicação social, mas também a credibilidade dos profissionais que nele operam.

É preocupante ver que mais de metade dos concelhos em Portugal é ou está na iminência de se tornar num deserto de notícias, ou seja, não ter quaisquer jornais ou rádios aí sedeados“, lamenta Cláudia Maia, o que tem tendência a agravar-se se nada for feito.

Além disso, “a mudança de hábitos no consumo de informação e a emergência de novas tecnologias obrigam-nos a pensar em novas formas de fazer chegar a informação aos públicos mais jovens, que são o garante da democracia e da sustentabilidade do setor“, sublinha.

A nova direção defende, entre outras medidas, a necessidade de criar um plano de ação para a transição digital, que passará pela definição de estratégias de produção, distribuição e monetização do conteúdo digital dos media nacionais.

“Olhando apenas para o universo das publicações das empresas associadas da APImprensa, mais de um terço não tem qualquer suporte digital. Temos um longo caminho pela frente”, rematou a responsável.

Vice-presidente da APImprensa desde 2019 e representante da Deco Proteste na associação desde 2016, Cláudia Maia tem formação como jornalista e está ligada à defesa do consumidor há 25 anos.

A direção eleita agradece e enaltece o trabalho realizado pela anterior direção e, em particular, por João Palmeiro, presidente da APImprensa e representante do grupo Impresa Publishing ao longo de mais de duas décadas.

Os nomes Impresa e João Palmeiro ficarão para sempre associados à imprensa em Portugal. O seu papel foi essencial e decisivo na afirmação desta associação como órgão fundamental na defesa do setor, estatuto hoje devidamente consolidado, graças aos esforços dos últimos 20 anos”, afirma Cláudia Maia.

A Associação Portuguesa de Imprensa foi fundada em 1960 como Grémio Nacional de Imprensa Regional, tendo sido transformada, em 1975, em Associação de Imprensa Não-Diária e, em setembro de 2004, adotou a atual designação.

Conta com mais de 200 empresas associadas e representa cerca de 450 títulos de âmbito nacional, regional, local, técnicoprofissional e especializado.

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