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Dona da SIC e do Expresso fecha semestre com prejuízo de 4 milhões

Carla Borges Ferreira,

O EBITDA foi de 2,9 milhões de euros, uma quebra de 31,6%. Um dos fatores que contribui negativamente para este resultado foi a escalada das taxas de juro de referência, avança o grupo.

A Impresa fechou o semestre com um resultado líquido negativo de 4 milhões de euros, um agravamento de 86,7% em relação ao primeiro semestre do ano passado. “Um dos fatores que contribui negativamente para este resultado foi a escalada das taxas de juro de referência, nomeadamente o Euribor a 6 meses, com impacto nos custos financeiros, que se agravaram 18,3%”, justifica o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão.

O EBITDA (resultado operacional) foi de 2,9 milhões de euros, uma quebra de 31,6%, e o EBIT situou-se nos 700 mil euros, valor que compara 1,8 milhões no período homólogo. O EBITDA ajustado de custos de reestruturação situou-se nos 3,3 milhões, uma quebra de 22,1%.

A dívida remunerada líquida aumentou 3,6%, fixando-se agora nos 145,2 milhões. As receitas totais do grupo dono da SIC e do Expresso foram de 86 milhões, valor que compara com os 88,2 milhões obtidos nos primeiros seis meses de 2022.

As receitas do grupo situaram-se nos 86 milhões de euros, com os 50 anos do Expresso a contribuírem para um crescimento de 13,8% nas receitas da Impresa Publishing“, sublinha o o grupo no comunicado enviado na tarde desta quinta-feira à CMVM.

Apesar do aumento dos custos do pessoal, com o foco no aumento dos salários mais baixos para fazer face à inflação, os custos operacionais foram reduzidos em 1,1% devido à otimização da gestão da grelha de programação televisiva”, explica também a Impresa.

Os custos operacionais situaram-se nestes primeiros seis meses do ano em 83,1 milhões, menos 900 mil euros do que no período homólogo.

Analisando por áreas, a televisão contribuiu para as receita do grupo com 73,4 milhões, menos 4,8% do que no período homólogo. Os custos operacionais desceram 2,9%, fixando-se nos 69,9 milhões.

Esta área teve um EBITDA de 3,5 milhões, uma quebra de 31,6% na comparação homóloga. O EBITDA ajustado dos custos de reestruturação foi de 3,9 milhões, menos 23,9%. O resultado líquido é de 600 mil euros, uma quebra de 40%.

Na Impresa Publishing, que tem o Expresso, o Blitz, a Boa Cama, Boa Mesa e o Tribuna, as receitas cresceram 13,8%, para os 12 milhões de euros.

Nos custos há um acréscimo de 12,6%. “Este valor é justificado, sobretudo, pelo aumento do preço do papel e pela organização dos eventos no âmbito das comemorações do 50º aniversário do Expresso, os quais constituíram também um importante contributo para o aumento dos proveitos do segmento”, esclarece o grupo.

A Impresa Publishing registou um EBITDA positivo de 600 mil euros, uma melhoria de 43,4% na comparação com o mesmo período de 2022.

“O primeiro semestre de 2023 foi marcado pelos 50 anos do Expresso e pela liderança indiscutível deste jornal e da SIC”, assinala o CEO do grupo.

O segmento de Publishing, no qual se inclui o Expresso, teve um excelente resultado, com um crescimento de 43,4% no EBITDA, com crescimento em várias fontes de receitas, incluindo a publicidade e as assinaturas digitais, beneficiando, nesta frente, do lançamento do Clube Expresso”, descreve Francisco Pedro Balsemão.

No segmento televisão, os dados são mais negativos. “A SIC, líder de audiências há 53 meses, é também a empresa que tem uma maior fatia do investimento publicitário, tendo as receitas totais, no entanto, caído, devido às alterações nos hábitos de consumo que se têm sentido no setor“, afirma.

Para o segundo semestre o foco do grupo, escreve Francisco Pedro Balsemão no comentário enviado aos media, está no crescimento das receitas nos dois segmentos.

Será dada continuidade aos projetos em curso para acelerar a implementação da estratégia digital, com destaque para o streaming, área para a qual a Impresa está particularmente capacitada e bem posicionada face à concorrência nacional, devido à aposta pioneira na Opto e nos canais FAST, bem como para o áudio, tendo em conta o extenso e rico portefólio de podcasts que o grupo construiu nos últimos dois anos, e ainda para o branded content, através do Atelier Impresa”,

A diversificação das fontes de receita, estimulada também pelas iniciativas internas de inovação e a contínua aposta no nosso talento, deverá ser complementada e equilibrada com a monitorização cuidada dos custos, visando a melhoria sustentada da margem operacional e a redução da dívida líquida”, termina o CEO do grupo.

 

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