Media

Trabalhadores da Bola esperam fundamento de despedimento coletivo para agir

Lusa,

As duas listas de trabalhadores visados atingem cerca de 80. Alguns funcionários foram abrangidos por rescisões amigáveis, mas não conseguiram ter acesso às quotas da Segurança Social

Os trabalhadores do grupo A Bola que estão a ser alvo de um despedimento coletivo aguardam os fundamentos para esta decisão do grupo Ringier para agir, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Jornalistas.

Luis Simões confirmou que os trabalhadores receberam uma comunicação, no dia 8 de setembro, a dar conta da decisão das empresas Vicra Comunicações e Vicra Sociedade Desportiva, compradas recentemente pelos suíços Ringier Sports Media Group, de avançar com um despedimento coletivo.

Nessa comunicação, os trabalhadores são informados de que poderão designar uma Comissão Representativa, que deverá levar a cabo as negociações neste âmbito. Luís Simões, ele próprio trabalhador do jornal A Bola, explicou que as comissões estão formadas, uma para cada empresa e que deverão ser comunicadas até amanhã.

As duas listas de trabalhadores visados atingem cerca de 80, sendo que Luís Simões indicou que, entre eles estão funcionários que foram abrangidos por rescisões amigáveis, mas que não conseguiram ter acesso às quotas da Segurança Social para receberem subsídio de desemprego. Dessas listas, cerca de 40 são jornalistas e o resto paginadores, informáticos, contabilidade, entre outras profissões.

“Neste momento é impossível dizermos o que vamos fazer, porque não sabemos os pressupostos ainda” deste despedimento, destacou o líder sindical, afirmando que irão trabalhar juridicamente para tentar contestar o processo. “Nós precisamos de saber os pressupostos do despedimento coletivo para agirmos”, salientou.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas disse ainda que os trabalhadores alvo de despedimento foram colocados num outro andar do edifício onde funciona o grupo. “Então no terceiro piso, nós trabalhamos no segundo”, destacou, adiantando que houve “um início em que não estavam a marcar serviços, mas agora já voltaram a marcar”.

Luís Simões reconheceu ainda que “é muito difícil” que este processo esteja resolvido antes do final do ano. O presidente do Sindicato voltou a apontar que são cerca de 100 os trabalhadores abrangidos, entre o despedimento coletivo e as rescisões por mútuo acordo. Contactado pela Lusa, o grupo Ringier não quis acrescentar mais informação às declarações que fez no passado.

A 1 de setembro o grupo reiterou que tem “em curso um processo de tomada de decisões” sobre o qual não irá “falar até que o mesmo esteja devidamente concluído”.

O grupo disse ainda que tem uma “boa ligação com os seus trabalhadores e mantém, desde o início, um diálogo construtivo com o sindicato, com o qual [se] reúne frequentemente”, concluindo que “está empenhado em preservar o legado de A Bola, na sua versão impressa, TV e digital, pelo que este processo representa um passo fundamental e inevitável para garantir o seu futuro e manter o estatuto de líder dos Media desportivos em Portugal”.

A Ringier Sports Media Group (RSMG) anunciou em 17 de julho a conclusão da compra da Sociedade Vicra Desportiva, incluindo A Bola, e a revista AutoFoco e nomeou Felipe Montesinos Gomes diretor-geral para implementar estratégia para o digital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.