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Redação do JN garante que vai recorrer “a todos os meios legais e judiciais para fazer valer os direitos”

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"A vida está transformada num calvário, apesar de, diariamente e com enorme empenho, fazerem um jornal que é economicamente sustentável", diz a redação do JN.

Não, não há memória de um ataque tão violento à identidade do JN. Não, o JN não precisa de
quem, todos os dias, desvaloriza o seu potencial. Não, o JN não carece de criativos que conhecem muita gente, como se auto intitula José Paulo Fafe. Precisa de pessoas dedicadas e laboriosas que aportem valor ao título. E precisa que os seus acionistas avaliem o prejuízo reputacional e económico causado pelas repetidas declarações públicas de José Paulo Fafe, em que coloca o GMG próximo da falência”. Este é um dos 11 pontos do manifesto “A administração e Nós”, divulgado este domingo pela redação do Jornal de Notícias.

Nós somos os jornalistas do Jornal de Notícias (JN), instituição com 135 anos de história que
merece respeito e que, por isso mesmo, está obrigada a dar-se ao respeito. A administração do
Global Media Group (GMG), a que o JN pertence, é composta por oito pessoas. Quatro
administradores não executivos: Marco Galinha, chairman a quem cabe, por definição do cargo,
fazer a ponte para os acionistas, Kevin Ho, Victor Ferreira e António Menezes. E quatro elementos
da Comissão Executiva (CE): José Paulo Fafe, que preside, Filipe Nascimento, Diogo Agostinho e
Paulo Lima de Carvalho“, começam por distinguir os jornalistas, nomeando todos os administradores.

Entre “a administração e Nós há múltiplas divergências“, prossegue, “resultado da política de terra queimada a que José Paulo Fafe tem dado voz e conteúdo”, personalizam os jornalistas.

“O “ambicioso projeto estratégico” anunciado por José Paulo Fafe morreu. Uma de duas: ou não conhecia a realidade do GMG quando o gizou, o que é grave; ou conhecia e aceitou o repto, o que é ainda mais grave, uma vez que a concretização do projeto implicaria um corte brutal nos recursos humanos, matéria que ocultou aos trabalhadores do Grupo”, dizem referindo o que consideram ser as contradições do gestor nomeado pelo fundo que controla o grupo.

O tempo encarregou-se rapidamente de mostrar ao que vinha José Paulo Fafe. Vinha para,
seguindo à risca o que está nos livros, acentuar o peso da realidade herdada, arranjar um bode
expiatório e, finalmente, proclamar: ou isto ou o caos”. E, prossegue o manifesto, o “isto” é “um permanente clima de guerra psicológica sobre todas as estruturas do JN, sustentada em declarações públicas que desvalorizam os títulos históricos da GMG, em particular o JN“.

As demissões de 12 diretores na última semana ou a greve de dois dias que fez com que o diário não saísse durante dois dias são também relembradas. “Fizemos greve porque nos damos ao respeito e porque respeitamos o JN. Os largos milhares de mensagens que recebemos de leitores e figuras de todos os quadrantes políticos, económicos, culturais e sociais são a melhor prova da justiça da nossa luta e da importância do JN no panorama nacional da Comunicação Social”, dizem, garantindo que as manifestações de apoio que têm recebido “reforçam-nos o ânimo e a vontade para usar todas as nossas forças contra agendas que o tempo irá aclarar”.

Sim, o JN dá lucro, apesar das absurdas dúvidas de José Paulo Fafe. Sim, o JN continua a ser mais lido do que alguns títulos de referência, como mostram os mais recentes dados do Bareme
(379 mil leitores). Sim, o JN vende, em média, 23 mil exemplares por dia (dados de outubro), acima dos números erradamente apregoados em público pelo CEO. Sim, o JN tem um orgulhoso e
vitorioso trajeto no digital (2,8 milhões de leitores, segundo o Net Audience da Marktest), que lhe valeram a liderança nacional em novembro. Sim, o JN é viável”, enumeram, garantindo que recorrerão “a todos os meios legais e judiciais para fazer valer os direitos dos seus trabalhadores, cuja vida está transformada num calvário, apesar de, diariamente e com enorme empenho, fazerem um jornal que é economicamente sustentável”.

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