Politécnico da Guarda procura parceiro industrial para produzir “penso inteligente”
"Penso inteligente" já tem patente internacional. Falta agora um investidor para a fase de certificação do produto, que assume cores diferentes quando a ferida está infetada ou cicatrizada.
A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está à procura de um parceiro industrial para produzir um “penso inteligente” desenvolvido por estudantes e investigadores da academia. O penso intitulado de Colorwound assume cores diferentes quando determinada ferida está infetada ou em processo de cicatrização.
“A patente internacional foi aprovada. Falta agora um investidor para a fase de certificação para ser aprovado pelo Infarmed, em Portugal, e pela Agência Europeia do Medicamento“, detalha o Instituto Politécnico da Guarda, em comunicado.
Em 2021, o projeto “Colorwound” venceu a edição regional do Poliempreende e, depois, alcançou o terceiro lugar da fase nacional do concurso. A patente internacional foi concedida em dezembro do ano passado.
“Quando este penso inteligente foi um dos vencedores do concurso Poliempreende em 2021, recebemos manifestações de interesse por parte da indústria. Agora que patenteámos a ideia e os métodos, queremos associar-nos a um desses parceiros para colocar o penso no mercado e torná-lo acessível, desde logo, aos profissionais que trabalham em meio hospitalar”, diz Sónia Miguel, investigadora de Ciências Biomédicas e Bioanalíticas do IPG e uma das responsáveis pelo projeto.
“É um penso que protege, que trata e que monitoriza as feridas crónicas em ambiente hospitalar, facilitando o trabalho dos profissionais de saúde e garantindo aos utentes um tratamento mais cuidado e controlado”, afirma a docente, em comunicado. “É o exemplo de como podemos transformar a investigação académica em inovação, concebendo produtos ou serviços com valor prático para a sociedade”.
O Colorwound tem enorme interesse para os profissionais de saúde e, portanto, muito potencial de mercado.
A docente do Instituto Politécnico da Guarda está confiante que o Colorwound “tem enorme interesse para os profissionais de saúde e, portanto, muito potencial de mercado”. Sónia Miguel considera que é “uma ideia simples, mas muito inovadora e eficaz que responde com precisão à dificuldade de saber o momento certo para substituir os pensos dos pacientes”. Segundo a investigadora, o novo penso “é também um contributo para a redução de custos e desperdícios associados aos cuidados primários de tratamento de feridas”.
O penso “Colorwound” está equipado com um biomarcador que permite detetar as variações de pH no leito da ferida através da mudança de cor. O penso é originalmente de cor vermelha e muda para a cor rosa quando fica infetado, ou seja, quando deteta a presença de exsudado e ou microrganismos, característicos do processo inflamatório causado por infeções. Nestas situações, quando o penso muda de cor alerta de imediato os profissionais de saúde para a necessidade de o substituir.
É também possível saber quando o penso já está a tratar a ferida. Neste caso, a cor vermelha transforma-se gradualmente em amarela, revelando que está na fase de cicatrização.
O “Colorwound” terá agora de ser testado in vitro, em animais e, por último, em seres humanos, cumprindo todos os passos necessários à certificação. “Este é um processo exigente que faz sentido ser cumprido com um parceiro industrial que tenha
interesse em produzir e comercializar o penso em larga escala”, afirma Sónia Miguel.
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