64 órgãos de comunicação social paralisaram no dia da greve, diz Sindicato dos Jornalistas
Sindicato dos Jornalistas aponta impacto da greve em dezenas de meios e números das concentrações em vários pontos do país.
As redações de 64 órgãos de comunicação social locais, regionais e nacionais ficaram totalmente paralisadas no dia 14 e registaram-se sérios constrangimentos noutras dezenas. O balanço foi feito este fim de semana pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), que com a mobilização de dia 14 espera que “as direções e administrações tenham compreendido o descontentamento que grassa entre a classe, passando finalmente das palavras aos atos”.
De acordo com o SJ, as redações da Agência Lusa, Antena 1, RTP, RTP Madrid, RTP Castelo Branco, TimeOut, TSF, Diário de Notícias (que não saiu em papel na sexta-feira), RDP África, O Jogo, Jornal de Negócios, TVI/CNN Algarve e SIC Évora ficaram totalmente paralisadas e a RTP Açores não emitiu a edição do Jornal da Tarde.
Depois, houve também títulos que não pararam, embora tenha existido uma adesão significativa à greve: Jornal de Notícias (adesão de 93), Público (83%), Expresso (75%), Visão (75%), Observador (75%) e Rádio Renascença (38%).
A adesão teve um impacto significativo na imprensa regional, na qual as redações da Rádio SBSR, Rádio Despertar Voz de Estremoz, Rádio M24, Seia Digital, Rádio Paivense, Porto Canal, Médio Tejo, Sete Margens, Almada Online, Barlavento, Diário da Lagoa, Jornal do Algarve, Jornal do Ave, Jornal do Centro, Jornal do Fundão, Maré Viva, Notícias da Covilhã, Sul Informação, Diário Insular, Notícias do Sorraia, Rádio Cova da Beira, Região de Leiria, Reconquista, Rádio do Pico, Rádio Asas do Atlântico, a título de exemplo, ficaram totalmente paralisadas, descreve o SJ.
A Fumaça, Shifter, Divergente, Comunidade Cultura e Arte, Lisboa para Pessoas e Setenta e Quatro também paralisaram a 100%, bem como projetos universitários como o jornal Cabra, Rádio Universitária de Coimbra (RUC) e Rádio Universitária do Minho (RUM).
O Sindicato dos Jornalistas recebeu ainda informação de “quase” 20 jornalistas freelancers, que comunicaram a sua adesão à greve.
As concentrações também mobilizaram um número significativo de profissionais, com cerca de 500 pessoas em Lisboa, 200 no Porto, 65 em Coimbra, 30 em Faro e 17 em Ponta Delgada. Registaram-se ainda duas concentrações espontâneas, uma em Viseu e outra em Évora.
O SJ acusa ainda “as hierarquias” de terem procedido “a vários esquemas (ilegais) para reduzir o impacto do protesto nas várias redações”, dando como exemplo terem perguntado aos jornalistas se iriam aderir à greve, ter existido aliciamento com horas extraordinárias ou dias de folga extras aos jornalistas que não lhe aderissem ou o recurso a trabalhadores a recibos verdes, substituindo jornalistas do quadro em greve.
Aprovada no Congresso de Jornalistas e organizada por dirigentes do SJ e jornalistas que não encabeçam esta estrutura, a greve geral foi a primeira em mais de 40 anos.
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