Metro Mondego executou apenas 38% dos investimentos projetados para 2023
A Metro Mondego espera este ano abrir o canal da Baixa de Coimbra, junto à Câmara Municipal, concluir o Parque de Material e Oficinas e assegurar o fornecimento de todos os autocarros.
A Metro Mondego, responsável pela futura operação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), apenas executou 37,9% dos investimentos projetados para 2023, de acordo com o Relatório e Contas.
Se em 2021 e 2022 a taxa de execução ficou ligeiramente abaixo dos 50% dos investimentos projetados, em 2023, a Metro Mondego executou pouco mais de um terço do que estava previsto, mas o valor do investimento executado foi praticamente o dobro do ano anterior (mais de seis milhões de euros de um total 16,8 milhões projetados), concluiu o Relatório e Contas de 2023, aprovado em 28 de março e que a agência Lusa consultou esta terça-feira.
A Metro Mondego é responsável pela futura operação do SMM, que irá funcionar na cidade de Coimbra e servir ainda os concelhos de Lousã e Miranda do Corvo com autocarros elétricos em via dedicada.
O baixo valor da taxa de execução tem praticamente a mesma justificação que a apresentada em 2022 pela Metro Mondego, apontando para os atrasos na publicação da resolução de Conselho de Ministros que autorizou os investimentos estruturais, adiando a consignação da empreitada de construção do Parque de Material e Oficinas (PMO) e a adjudicação do fornecimento de autocarros elétricos, entre outros.
Para além disso, a Metro Mondego (MM) aponta também para dificuldades nas empreitadas de construção de infraestruturas base da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP) e na execução do PMO e da empreitada da Baixa de Coimbra.
Apesar de ser a responsável pela operação, a MM não tem a seu cargo as empreitadas de construção do traçado do metrobus, em que a dona da obra é a IP.
No Relatório e Contas, a MM aponta ainda para a demissão do Governo, considerando que essa situação “reduziu a capacidade de intervenção governativa neste período intermédio, durante o qual algumas decisões relevantes relativas à empresa e ao sistema deverão ser tomadas”.
Uma questão que à data da elaboração do Plano de Atividades e Orçamento (PAO) 2024/2026 da MM não estava resolvida era o contrato de obrigações de serviço público, que ainda não está contratualizado com o Estado e que irá definir a contribuição anual da administração central para a operação do SMM.
No PAO 2024/2026, também aprovado em 28 de março em assembleia geral da MM, continua a ser projetada a entrada em funcionamento da primeira fase do SMM para o final de 2024 (Serpins, na Lousã, até à Portagem, em Coimbra), e o restante sistema no fim de 2025.
No documento consultado pela Lusa, é admitido que o sistema poderá não atingir a “velocidade cruzeiro” em 2026.
Como metas estipuladas para este ano, a MM espera abrir o canal da Baixa de Coimbra, junto à Câmara Municipal, concluir o PMO até ao final do primeiro semestre e assegurar o fornecimento de todos os autocarros no segundo semestre.
Com o fim das obras no canal da Baixa, a Metro Mondego espera vender em 2024 e 2025 frações de edifícios junto àquela empreitada, prevendo um encaixe de cerca de quatro milhões de euros com essas vendas.
Ainda neste ano, com o arranque da primeira fase do SMM, a Metro Mondego espera contratar 50 motoristas, devendo aumentar o quadro com outros 38 em 2025, quando todo o sistema estiver a funcionar.
Para 2026, a MM estima um custo da operação de cerca de 12 milhões de euros e uma receita tarifária de sete milhões de euros, perspetivando uma compensação do Estado de 5,6 milhões de euros.
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