Fábrica da Stellantis em Mangualde com “paragens pontuais” devido aos incêndios
"Constrangimentos logísticos" e ausência de funcionários para proteção de bens e auxílio às famílias afetadas pelos incêndios estão a afetar a produção da segunda maior fábrica automóvel em Portugal.
A fábrica da Stellantis em Mangualde está a sofrer atrasos e paragens pontuais em resultado dos incêndios que assolam aquela região do país. “Existem constrangimentos pontuais logísticos”, explica ao ECO/Local Online o diretor de comunicação da Stellantis em Portugal. “A maior preocupação é a segurança do nosso pessoal e das famílias”, frisa Jorge Magalhães.
O responsável de comunicação do grupo nascido da fusão da PSA – Peugeot/Citroën com o grupo Fiat Chrysler diz que “é muito cedo para projetar se vai haver impacto na produção”. “Ainda podemos recuperar”, afirma. A expectativa é de que as perdas neste período possam ser colmatadas com reforço da produção mais tarde, não colocando em causa os objetivos definidos para a fábrica de Mangualde.
É muito cedo para projetar se vai haver impacto na produção. Ainda podemos recuperar.
A fábrica da Stellantis, onde se fabricam pequenos furgões da Citroën, Fiat, Opel e Peugeot, é a segunda maior do setor no país. No ano passado, foi responsável pela produção de mais de 80 mil viaturas, apenas superada pelas 220 mil unidades da Autoeuropa, tendo atingido o seu recorde anual das seis décadas de existência logo no final de novembro de 2023. Com os investimentos ali realizados, a fábrica onde o grupo automóvel assinalou, em julho, o início da produção de veículos elétricos, após um investimento de 119 milhões de euros, exporta 95% da produção.
Com os cortes de estradas que se têm verificado nas principais estradas e autoestradas do centro e norte do país desde segunda-feira, dos quais se mantém o fecho de um troço da A25 — via que liga o litoral à fronteira com Espanha em Vilar Formoso, passando por Mangualde –, o abastecimento de componentes está a condicionar as operações.
Na terça-feira, a Luís Simões, um dos maiores operadores do país no transporte de mercadorias, explicou ao ECO/Local Online que a “preocupação está mais direcionada para o fluxo ibérico, pois as limitações na A25 e A24 estão a condicionar-nos, gerando atrasos ou desvios de muitos quilómetros. Também alguns fluxos industriais para a zona de Mangualde/Nelas ou foram suspensos pelos clientes ou estamos a fazê-los com fortes limitações”. A situação era, contudo, já menos gravosa do que na segunda-feira, quando as autoestradas de ligação do eixo Lisboa-Aveiro-Porto (A17, A29 e A1) estiveram encerradas em simultâneo. A A1 acabaria por abrir na íntegra apenas na noite desta terça-feira.
Alguns funcionários são bombeiros e são sempre libertados para o combate ao fogo. Aos colaboradores com família e bens em risco, é permitido acudir aos seus.
À equipa da fábrica de Mangualde, a Stellantis está a permitir a ausência do trabalho “para acudir a bens e família”, afirma Jorge Magalhães. A fábrica tem mesmo algumas viaturas para quem necessite de se deslocar com urgência. “Alguns funcionários são bombeiros e são sempre libertados para o combate ao fogo. Aos colaboradores com família e bens em risco, é permitido acudir aos seus”, frisa o responsável da Stellantis em Portugal.
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