Credores querem que plano de Delgado para a dona da Visão vá a votos. Liquidação fica suspensa
A Autoridade Tributária e a Segurança Social votaram a favor da apresentação do plano, enquanto a Impresa se absteve e o Novobanco votou contra. O plano tem agora de ser apresentado dentro de 30 dias.
A assembleia de credores da Trust in News (TiN), dona da Visão de outros títulos, decidiu esta quarta-feira que quer que o plano de reestruturação Luís Delgado, acionista único da empresa, seja apresentado e votado, apurou o +M. Fica assim suspensa a liquidação da empresa.
A Autoridade Tributária e a Segurança Social (os principais credores) votaram a favor da apresentação do plano, enquanto a Impresa se absteve e o Novobanco votou contra. O plano de insolvência com recuperação tem agora ser apresentado dentro de 30 dias.
A assembleia de credores rejeitou no entanto o regresso à administração de Luís Delgado, ficando a gestão da empresa a cargo do atual administrador de insolvência, André Correia Pais.
Em análise, esta quarta-feira, esteve o parecer do administrador de insolvência da TiN, que propôs a continuidade da empresa e suspensão da liquidação da massa insolvente sendo que, caso os credores chumbassem a proposta, o caminho passaria pela liquidação do património da insolvente e o seu encerramento.
No que respeita à solução proposta para deliberação dos credores, o administrador de insolvência apresentou dois pontos, sendo que o primeiro respeitava à “continuidade da empresa e a suspensão da liquidação da massa insolvente, mediante a aprovação de um Plano de Insolvência a votar em assembleia a convocar para esse efeito“.
Até à votação do Plano de Insolvência (segundo ponto), “a administração da insolvente deve ser atribuída à anterior gerência, ainda que sujeita a fiscalização pelo aqui administrador de insolvência, nos moldes previstos no artigo 226.º do CIRE, ou como entendam melhor os senhores credores”, lia-se no relatório do administrador de insolvência da dona da Visão e de outros títulos, André Pais.
Caso este segundo ponto não tivesse concordância, era proposto, “em último recurso, e caso seja essa a vontade dos senhores credores, a continuação da administração do estabelecimento pelo aqui administrador da insolvência até à data de apreciação e votação de um Plano de Insolvência, sendo que nesse sentido o aqui signatário propõe uma remuneração mensal de oito mil euros a que deverá acrescer um montante de 500 euros para deslocações e outras despesas”.
Caso os credores entendam que a proposta não devesse ser acolhida e em caso de não aprovação do ponto um, o administrador de insolvência propunha o “prosseguimento dos autos para a liquidação do património da insolvente e, consequentemente o encerramento do estabelecimento da mesma, ainda que tal encerramento possa ocorrer em data posterior à do início da liquidação, permitindo assim, eventualmente, a manutenção de forma temporária, e se for o caso, de algumas atividades e operações que sejam indispensáveis à não deterioração do valor dos ativos apreendidos”.
Adicionalmente, o administrador de insolvência propôs “a votação de toda e qualquer proposta ou moção que possa ser colocada à consideração da assembleia por credor ou conjunto de credores que representem pelo menos 10% do total dos créditos constantes na lista provisória” que está no relatório.
A Comissão de Credores tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, a Autoridade Tributária, a Impresa Publishing, o Novo Banco e o representante dos trabalhadores a indicar pela Comissão de Credores. Os CTT e o BCP são membros suplementes da Comissão.
O representante da Comissão de Trabalhadores Rui Ferreira, que falava na assembleia de credores da Trust in News (TiN), que decorreu no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra (Lisboa), afirmou que “66 trabalhadores pediram a liquidação da empresa”, acrescentando que “os trabalhadores não têm confiança na administração”.
Rui Ferreira descreveu ainda a vida na empresa como um “inferno”, e acrescentou que “não é concebível que se aprovem coisas com base em promessas”, tendo em conta que os trabalhadores continuam em atividade com o “equivalente a seis salários em falta”.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h52)
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